Pauta de hoje: A velha pergunta sobre o "Rock"
Sim... Apesar de eu não ter muito saco por essas questões fui consultado acerca desse assunto. E, como bom intruso não refutei em opinar. O jornalista Humberto Finatti escreveu na Dynamite, em seu blog, Zap'n Roll, a esse respeito. Discordamos respeitosamente, claro. Aqui estão as minhas e outras opiniões em seu espaço.
http://dynamite.com.br/blogs/zap-n-roll/ (link da Zapnroll)
Para quem quiser ler na íntegra o que eu escrevi deixo abaixo um pouco do que falei (escrevi) sobre essa e outras premissas.
"... Desde de Sister Rosetta, Bill Haley & His Comets a Buddy Holly, Elvis Presley, Carl Perkins, etc passando pela invasão britânica (Beatles e Stones) nos Estados Unidos essa é uma das perguntas que mais faz-se no decorrer das décadas: o rock morreu? Por muito tempo eu sempre respondi que sim. Seja pelo baixo consumo do mesmo pelo público (vendas dos álbuns, audiência nas rádios tradicionais, interesse e afins) como pela singela presença das bandas na televisão, internet, jornais, blogs, especiais, eventos, etc. Fato.
A presença do dito rock no início
dos anos 80 (Gang 90 e Blitz) e na década de 90 (surgimento do grunge e neo
metal) era imensa. Nunca vendeu-se tanto. Tudo apoiado, sobretudo, pela criação
da MTV brasileira. A emissora alavancou tanto bandas já consagradas como as novas que
estavam na bica pra estourar. Houve um sucesso de público e crítica nessa
época. Quem duvida é só buscar a história da emissora e dos artistas a partir
desse período até o começo do novo milênio. Está tudo lá. Chegando ao fim do século
(e milênio) tivemos o advento da internet e tudo mudou. Abriram a caixa de
pandora do acesso mundial e tudo passou a estar a “um clique” de nós. Se por um
lado novos artistas passaram a ter facilidade em aparecer, divulgar e vender suas
obras por outro lado as mídias (Tv, internet, etc) focaram em outros gêneros
musicais. O rock não era mais tão querido e ouvido assim...
Aqui no Brasil o sertanejo,
pagode, samba, axé e o pop foram os escolhidos pela grande massa. Talvez pela
forma como eram feitos e pela simplicidade das melodias – arrisco eu. O rock
ficou realocado por quem trabalhava profissionalmente (DJs, jornalistas,
músicos e críticos) e perdeu consumo e espaço no “mainstream”. Passou a pertencer
a nichos específicos como o jazz e o blues já estavam também.
Então por que que é que mudei
minha opinião? Algo mudou? O rock ressurgiu? A resposta sempre esteve bem debaixo
dos nossos narizes (rsrsrs): o rock voltou ao que era ali no começo dos anos
50. Ou seja: transgressor, sexy, maldito e autêntico. Em outras palavras: ele
saiu do “mainstream” e voltou a tenra casa. O acesso segue fácil (para quem tem
interesse e gosto) a quem, de fato, quer ouvir. Entretanto não está mais nas
rádios comerciais, programas de TV e festinhas de “hype”. O que não é nenhum
demérito.
Eu, que trabalho em festas e
rádio, sigo ouvindo rock no talo. Ouço amplamente outros gêneros e subgêneros
(esses flertam quase sempre com o rock) também, porém as listas de álbuns (se é
que chamam assim ainda) de melhores ainda têm inúmeros artistas do gênero.
Podem confiar. Deixarei o link do meu blog ao fim do texto e lá vocês podem
conferir a minha lista de 50 melhores álbuns de 2020 e contabilizar quantos
artistas seguem fazendo boa música (e bom rock). Podem conferir também outras listas
de revistas e jornalistas que seguem a mesma toada.
Mas, para não ficarmos somente na
teoria gostaria de citar alguns bons exemplos de bandas/artistas que gravaram
álbuns ótimos e que estão na estrada nem tanto tempo assim. De dez, cinco anos
pra cá tivemos nomes como: Soft Cheese, Porridge Radio, Shame, Fontaines D.C.,
Idles, Molchat Doma, Circa Waves, Oneohtrix Point Never, King Gizzard, Crocodiles,
Khruangbin, Pregoblin, Real State, Cloud Nothing, Algiers, Moons, Wild Pink,
Connan Mockasin, Mild Orange, Ought, Melody’s Echo Chambers, Tape Waves, Viagra
Boys, White Lies, Still Corners, The Rezzilos, The Orielles, Eels, Elbow, Protomartyr,
Dream Wife, Elephant Stone, French Vanila, etc...
E o rock NACIONAL? Hmmm... Também
estamos bem representados por bandas (e artistas) como Taco de Golfe, Estranhos
Românticos, Latexx, Violet Soda, Terno Rei, Blind Horse, Black Pantera, Stolen Byrds, Beach
Combers, Far From Alaska, Baleia, Vivendo do Ócio, Zimbra, Vespas Mandarinas,
Herzegovina, My Magical Glowing Lews, Blastfemme, Elétrico Vesúvio, The Drowned
Men, ABC, The Baggios, Katina Surf, etc... Tudo que rolou por aí. Festivais
(antes da pandemia), web rádios e plataformas como bandcamp e spotify, Deezers
e tal.
Digo mais: aconselho os amigos escutar
as boas web rádios (eu estou na Internova Web ((ink abaixo)) e lá temos uma curadoria
fantástica de bons sons desde a década de 40). Lá na nossa rádio temos dois
programas dedicadas aos sons brasileiros também.
Existe uma plataforma chamada “Rockarioca” (link abaixo) especializada em bandas novas brazucas. Ela está no Spotify. Só buscar.
Na minha modesta opinião, o rock
não precisa estar no “mainstream” e em programas populares para seguir
relevante. Assim foi na década de 50 e 60. E, nem por isso deixou de ter
importância e conquistar a moçada..."
https://linktr.ee/rockarioca?fbclid=IwAR3HF7fHjRVDtouq42ita5PpQHa1soRiS-4APZ2RZ0Xodvx5DPrPkDFhnYg (Rockarioca)
http://chehebe.blogspot.com/ (Link direto pra lista dos Melhores)
https://internovaradio.com.br/ (Internova Radio Web)