SETEMBRO, 11
Se você tem mais de 35, 40 anos deve-se lembrar bem da manhã do dia 11 de setembro de 2001. Eu me lembro bem. Era mais um dia comum na minha vida e como de costume acordei por volta das sete e quarenta e cinco para trabalhar. Levava em média trinta a quarenta minutos para sair de casa. Pois assim, o fiz. Saí do banho e passei um café. Para degustar e digerir liguei a TV. Nesse instante, o tempo congelou... Imagens de "Nova York em chamas!" Um avião tinha acertado uma das torres gêmeas matando centenas pessoas. Ainda não se sabia das intenções e como havia acontecido. Fiquei em choque. Como eu não tinha um celular decente (e quase ninguém o tinha) e tampouco internet móvel fiquei relutando em sair. Queria acompanhar os fatos. Poucos minutos depois um avião bateu nas torres. Pelo espanto e horror do repórter entendi que era "ao vivo" (!!!!). Não era replay! Trocando em miúdos: assisti ao segundo ataque ao vivo! Transmissão para o mundo em tempo real. Aquilo tudo me espantou, claro.
Bom... Resumindo: me arrumei e fui trabalhar. Lá eu não tinha como acompanhar. No almoço fui buscar mais informações. Quando o dia terminou tudo começou a ser explicado. Li e reli matérias acerca de tudo. Foi uma loucura. Quem não viu ou não se lembra não tem noção do que foi. Foram dias e dias a fio contando, comentando, analisando, revendo, estudando tudo que aconteceu naquele dia. Repito: era 11 de setembro. Por volta as oito e vinte da manhã.
Naquele dia passei o telefone e liguei para minha prima que morava em New Jersei, mas trabalhava perto das torres. Foi muito difícil falar com ela. Lembrando de novo: estamos em 2001. Não tinha whatsapp, rede social direito nem dados móveis de internet no celular. Tive que fazer por telefone mesmo. Minha prima estava paralisada de medo, mas bem de saúde. Imagino que a população estadunidense deva ter ficado traumatizada a partir daquele dia. Tanto que inúmeros protocolos novos foram criados a partir desse dia. Tanto na aviação como na vida em si do país. Muitos mesmo. No local, hoje em dia, uma torre principal foi construída no novo WTC (World Trade Center) e ali foi conhecido como "marco zero".
Quero esclarecer aqui que esse não é um texto jornalístico. É apenas um texto narrativo sobre o que vi e vivi naquele dia. Toda pessoa tem a sua visão sobre esse dia e como passaram as horas e semanas depois. A biblioteca é mental mesmo. Vale ressaltar aqui que quatro dias antes o Brasil celebrou o dia 7 de setembro, certo? Data de sua independência. Feriado nacional. E caiu justamente numa sexta-feira. Um fim de semana emendado, prolongado. Muita gente voltava de viagem. O ataque ocorreu, como vocês já fizeram as contas, numa terça-feira. É engraçado essa sensação. Far-se-ão vinte anos redondos e sempre me lembrarei que era começo de semana. A sensação de que havia tantos dias para descansar ainda permanece em mim...rsrs. Memória seletiva mesmo.
Contudo, posso garantir que esse é um dos eventos mais relevantes do começo do século e milênio. Acreditem. O ano era 2001 e muitos poucos eventos dessa relevância ocorreram depois. Talvez a pandemia, sim. Mas, é um assunto de outra natureza. Não vou desenvolver aqui nesse instante. Mas, confiem... Eu tive o arrepio no dia ao perceber que aquele não era um dia ou evento qualquer. Era história acontecendo diante da tela, diante dos meus olhos. Plena certeza e sensação. Pelo menos para quem mora desse lado do Ocidente. O que os habitantes do Oriente viram e viveram antes e depois não posso mensurar nem citar, porém devem ter dias como esses mais constantes. Isso é terrível também.
CLIC.