TURN BLUE
O novo (e oitavo) trabalho do duo The Black Keys é muito bom. Achei viciante e tenho ouvido mais do que o habitual. A produção (mais uma vez) ficou na responsabilidade de Danger Mouse, que já havia trabalhado no disco "El Camino". Essa é a quarta participação do produtor. Parece que tem dado muito certo. Os caras acharam o tom certo. Tudo é muito bonito e bem feito no disco. Efeitos, sinthetizadores, microfones, "levels", etc... A cada trabalho os rapazes mostram mais maturidade, criatividade e modernidade. O ouvinte irá escutar canções calmas, viajantes e até mesmo dançantes. Tudo dentro de uma qualidade altíssima e atitude idem. The Black Keys representa um som moderno e rockeiro tb. Não é rockão de garagem por exemplo, apesar de flertar em sons passados também, porém não abrem mão das guitarras, da postura e sonoridade do rock. São uma fusão interessantíssima de uma guitarra distorcida e nervosa e uma batera criativa e pulsante. É muito bom! Parece, às vezes, um Pink Floyd repaginado. A faixa de abertura, "Weight Of Love" é extremamente maneira. Algo próximo do Pink Floyd, mas com solo de guitarra inspiradíssimo. Uma das minhas faixas prediletas, diga-se de passagem. Grande abertura de disco. "In Our Prime" também é belíssima. Impossível não lembrar da separação do guitarrista e vocalista Dan Auerbach. A letra e o clima são bem propícios. O processo de criação e gravação foi durante o conturbado divórcio do músico. O que rendeu um pouco de "barulho" na época, mas nada que tirasse a mão dele. "Turn Blue" (faixa- título) é um som minimalista muito legal também. Lembra muito canções mais antigas da dupla. "It's Up to You Now" é um dos trunfos do disco. Cru, simples e genial. Uma bateria tribal e uma guitarra nervosa e com vida própria. Me pegou de jeito. Confesso. Mais duas ótimas pedidas: "Bullet In The Brain" e "10 Lovers" com seu baixão alto e potente. De 32 (trinta e duas) resenhas pelo mundo o disco alcançou uma média 7.5. Eu daria 8.0. Belo trabalho da dupla. Uma das melhores coisas do mundo roqueiro que escutei no ano corrente. Quer saber? Separe duas, três doses de whisky (com ou sem gelo), acenda um cigarro (ou charuto) e deixa rolar o disco. Do cacete!
SONGS OF INNOCENCE
O novo trabalho dos irlandeses do U2, Songs Of Innocence, chega sem maiores alardes. Na produção temos (mais uma vez) Danger Mouse, mas ele não está sozinho... É trabalho para mais de duas mãos. Bono disse, certa vez, que um de seus maiores temores era perceber que o U2 soasse desnecessário ou irrelevante. Não foi o caso, mas o disco não traz nada demais também. Lá estão influências explícitas de The Clash, Beach Boys, Ramones (até nomeia uma das músicas) e o próprio U2 de antigamente. O som do novo trabalho é bacaninha e certas canções são muito boas. Outras nem tanto assim. Ainda assim é um disco nota seis, sete. O que me chama atenção é a qualidade e intensidade dos vocais de Bono. Ao contrário de contemporâneos do quilate de Ian McCulloch e Peter Murphy, o vocalista esbanja regularidade no gogó. Não sei se manteria o pique em um show de duas horas, duas horas e meia. Mas, isso é outro papo. Desse trabalho curti de cara músicas como "California (There is no End to Love)", "Iris (Hold me Close)" - uma das melhores, lembrando o U2 de antigamente, "Volcano" (baixo alto e fodão), "Sleep Like a Baby Tonight" (outra pérola) e "This is Where You Can Reach me Now" (algo surpreendente quase no fim do disco). Para os fãs eu acho que o disco só irá somar à carreira deles, contudo ouvindo isoladamente é aquém dos melhores discos clássicos. Senti uma coesão entre "Achtung Baby" e "How to Dismantle an Atomic Bomb" mais ou menos. Ali estão tudo que você precisa saber desse trabalho. A guitarra clássica e eficiente de The Edge e suas distorções, o baixo marcado de Adam e a batera pesada e marcada de Larry (como nos bons tempos). Tiraram muita coisa boa da cartola. No total: duas canções mais calminhas e o resto faz chacoalhar o corpo. Ou a mente, quem sabe? Em tempo: Bono e cia. disponibilizou para os clientes do i-tunes o "download" completo e aproveitou o vácuo e fechou uma pancada mercantil: os usuários da Apple teriam o disco todo disponível dentro novo empreendimento celular da empresa. o I-Phone 6. Nem sei se o termo "celular" é o mais correto, porém a banda o fez e contou com o chefão Tim Cook para o aval. Aproveite o disco! U2, senhoras e senhores!
FESTIVAL DO RIO
Mais uma vez é chegada a hora predileta dos cinéfilos... Vem aí mais um Festival do Rio - evento para lá de conhecido e reconhecido (sobretudo) pelos amantes e nem tanto assim da sétima arte. Serão 15 dias intensos de mais de 350 filmes nos principais cinemas cariocas. A edição desse ano vem repleta de cineastas renomados e gratas surpresas também. A saber: no "line-up" temos Cronenberg, Ken Loach, Mike Leigh, Wiseman, David Fincher, Darín, Win Wenders etc. Tudo organizado para começar no dia 24 de setembro até dia 8 de outubro. Eu sei que a vida é dura e ocupada, mas sempre há espaço para reservar um tempo e assistir a um bom filme. Vale muito a pena. Dos diretores citados temos algumas barbadas: "Septimo", "O Sal da Terra", "Mapa das Estrelas", "Garota Exemplar" (já citado e cotado para Oscar) entre outros. Você já pode anotar essas dicas de filmes e se organizar para ver. A nota triste é a falta que o Odeon fará... Desde o "fechamento" nunca mais se falou sobre o cinema. Como o "backstage" do Festival sempre foi lá dessa vez ficará a cargo do novíssimo Cinépolis Lagoon (Lagoa) a hospedagem.
Maiores informações: http://www.festivaldorio.com.br/
NEWS
- David Bowie surpreende e lança duas inéditas, assim, de repente. Foram liberados dois singles: "Sue (or in a Season of Crime)" e "Tis a Pity (She's a Whore)".
- E o referendo na Escócia segue a todo vapor... Escoceses já alcançam 46, 47% de intenção de votos no "sim", para separar do Reino Unido e conquistar sua independência do mesmo. Vale ressaltar que artistas como Paul McCartney, David Bowie e a escritora JK. Rowling são contra, mas admitem dar mais "autonomia" ao país. O símbolo da campanha é o "Aye" (ou sim, para os escoceses). O processo acontece ainda esse mês.
- Falando em Europa... E o embate entre Valérie Trierweiler e seu marido, o então presidente François Hollande? Escândalo pouco é bobagem, hein? Briga generalizada com direito a livro (lançado por ela) contando intimidades e desmascarando o presidente. Tem partes que se referem até ao "membro" de Hollande. Segundo o livro, François tem priapismo no pênis. Uma deformidade que acomete alguns homens. A ex-mulher dele foi traída e botou a boca no mundo... Está fervendo a coisa em Paris!!!!
- A série "Chips", clássico dos anos 80, exibida entre 77 e 83, poderá ir ao cinema. A Warner Brothers estuda uma versão dos dois patrulheiros viários da Califórnia estreladas por Dax Shepard e Michael Peña nos papéis de John Baker e Frank Poncherello respectivamente. A conferir...
- Semana que vem tentarei dar uma palha do novo "Sin City" de Frank Miller e Rodriguez que estreará no cinema. Dessa vez é a "A Dama do Mal". Já tive acesso e assisti, mas dedicarei na semana que vem.
DICA
Made In Paraguay
Mostra de Cinema Paraguaio
Caixa Cultural Rio de Janeiro
De 16 de setembro a 21 de setembro.
Entrada Franca
Obs: Aproveite, pois é curtíssima a Mostra!
TRACKLIST
Weight Of Love (The Black Keys)
10 Lovers (The Black Keys)
Turn Blue (The Black Keys)
It's Up to You Now (The Black Keys)
This is Where You Can Reach me Now (U2)
Sleep Like a Baby Tonight (U2)
Cedarwood Road (U2)
Iris - Hold Me Close (U2)
CLIC.