DECEMBERISTS
O sétimo disco do quinteto de Portland saiu no fim de dezembro. Aqui, foi lançado em janeiro. Por conta de alguns filmes e discos a sua frente só pude escutá-lo direito essa semana. Chama-se "What a Terrible World, What a Beautifull World" e saiu pela Capitol Records. O disco é bacana sim. Aquele som indie, folk, meio pop meio rock. Uma bela mistura alternativa de uma banda que se solidificou no cenário depois de mais de uma década de existência. O álbum é repleto de violões, arranjos belos e canções com narrativas poéticas. Há um mês atrás saiu uma matéria aqui no nosso país com o líder da banda, Colin Meloy, sobre sua veia poética. Por isso mesmo é que o Decemberists depende muito da "vibe" e estilo de seu líder. São 14 canções bem coesas, bem compostas, melódicas e de harmonia melancólica e densa. Faixas como "Make You Better" e "The Wrong Year" foram imediatamente aceitas pelos rádios e públicos. Soam mais pops e suaves. Já canções como "Lake Song", "Philomena" são digeridas com mais tempo. Não por serem complexas... Nem perto... São mais viscerais, emotivas... Outras três me chamaram atenção também: "Caroline Low", "Cavalry Captain" e a última do disco, "A Beginning Song". Todas com um clima mais folk e soturno. Trata-se de mais um bom trabalho deles. Quem já curte a banda irá gostar bastante, quem não conhece muito pode se surpreender. Tem ótimos achados ali.
Falando em discos novos, escutei o álbum de estreia da banda Blue Pills (depois de três EPs lançados a partir de 2011) com o nome homônimo e curti também. Sonzeira braba. A vocalista é nova - aliás todos são moleques mesmo - e tem uma voz poderosa no melhor estilo Janis Joplin. A proposta deles é o resgate ao som setentista mesmo na vibe de Led Zeppelin, Deep Purple, etc... Nessa linha bem hard rock, pesado, mas com pegada bem clássica. É um som de puro rock com solos bonitos e peso de guitarra. Uma grata surpresa. O Blue Pills rema contra a maré dos novos sons. Menos soul do que o The Black Crowes e mais o rockão de Los Angeles. Em tempo: A banda é formada por Elin Larsson (voz), Dorian Sorriaux (guitarra), Zack Anderson (Baixo) e André Kvarnström (bateria) e são todos da Suécia. Quer experimentar? Se gostas de um bom rock dos anos setenta vais curtir. Algumas dicas de boas canções do disco: "Bliss", "Devil Man", "High Class Woman" ou "Black Smoke". Certo? Enjoy...
Curiosidade: O nome foi tirado de um blog especializado em canções dos anos 60/70 underground.
NEWS
- Sim... Faleceu o ator Leonard Nimoy (foto), o eterno Dr. Spock. Um ícone pop mundial que influenciou gerações e ainda o faz. Muitas séries de TV beberam dali. Desnecessário de minha parte narrar, contar ou entediar vocês todos com a história e a importância do ator. Leonard faleceu de complicações nos pulmões aos 83 anos. Deixa a tristeza em milhões de fãs. O mais curioso é que eu NÃO era um deles. Eu não possuo quase nenhum interesse em programas de ficção científica ou afins... Eu não sou acometido por esse assunto. Porém, deixo aqui meu registro a esse fantástico ator. RIP.
- Will Butler, do Arcade Fire compôs uma canção sobre a crise hídrica em São Paulo (no Brasil, mas sobretudo na terra da Garoa). Tudo começou com um projeto do "The Guardian" com artistas sobre pautas de jornais do mundo todo. O músico escolheu por conta própria a matéria brasileira sobre a crise. Segundo ele, leu muito acerca quando sua banda aqui estava e decidiu escrever. O nome da música chama-se "You Must Be Kidding" (Você deve estar brincando) inspirada na frase de uma síndica. Uow!!!!
- Você leva um tiro e estás prestes a morrer... Mas, recebe uma chance. Poderás viver se alguém aceitar morrer no seu lugar. Hmmmm... Essa é a receita da nova trama do escritor Gonçalo Tavares em seu livro. Adaptando Eurípedes na tragédia grega e misturando Sarajevo da década de 90, o escritor português mexe com a mente do leitor. O livro chama-se "Os Velhos Também Querem Viver" e tem 88 páginas. É um livreto para ler-se num fôlego só... Topas? Mãos à obra...
- A "Santa Cana" - cachaça vendida no Aprazível (Santa Teresa) por mil e quinhentos reais (yeaaah) está acabando. Faltam trinta unidades dela. A dose custa cento e cinquenta reais. Mas, tudo isso tem um motivo (vc escolhe se vale a pena): foram produzidas quatro barris somente dela em 1976 em Minas Gerais. Na fazenda. O líquido ficou enterrado e curtido durante décadas e décadas até ser fabricado. Daí a importância dessa autêntica cachaça brasileira.
EXPOSIÇÃO
450 Anos - Fotografia
Instituto Moreira Salles
Rio - Primeiras Poses
São quatrocentas fotos fantásticas num acervo de dar inveja a muito fotógrafo. Imagens do Rio de Janeiro de 1840 a 1930. Quase um século registrado de um período feudal ao urbano. Imperdível!
TRACKLIST
Bliss (Blue Pills)
High Class Woman (Blue Pills)
Black Smoke (Blue Pills)
Philomena (Decemberists)
Easy Come, Easy Go (Decemberists)
Carolina Low (Decemberists)
Riooooooo
Clic.