sábado, 26 de setembro de 2015

Pauta de Hoje: Under The Influence (Keith Richards), Picasso roubado, Lee Ranaldo, BBC e Duran Duran.


Sério mesmo que alguém aqui espera que eu vá falar sobre o RIR? Poxa... Ainda não me conhecem não? O que mais tem por aí são resenhas, críticas, opiniões, matérias, entrevistas com tudo que acontece no festival... Basta digitar... O que eu faria diferente? E por que eu encheria seu saco sobre um tema tão esgotado? O lema aqui é sair um pouco do óbvio, né? A vida segue. Tenho certeza de que não faltarão "infos" sobre o supra citado. Nesse espaço - habitarão outros temas que não circulam toda hora na internet. É bem mais banaca e tesudo pra fazer. Acredite! 

UNDER THE INFLUENCE

O documentário de Keith Richards está disponível na Netflix. Aproveitei e vi dias depois que ele estreou no site. Keith é uma figura ímpar no rock. Um cara que possui uma das personas mais caricatas do cenário roqueiro. Drogas, sexo, rock, prisões, álcool, tabaco, etc... Nada escapa dele. E, de fato passou por todas essas etapas e muitas outras. Porém, ele é bem mais que um simples músico de um estilo somente. Keith é do ramo. Entrar num estúdio com ele é como viajar pelo universo dos instrumentos, da mesa de som, das inúmeras gravações, dos pedais, das canções criadas em pleno estúdio (como ele mesmo comenta sobre algumas dos Stones), dos momentos únicos com os músicos quando tudo está "valendo"... O cara é absurdamente simples e genial. O documentário mostra o nascimento do menino do sudeste inglês que mantinha-se atento ao rádio. Sua mãe o influenciara com cantores da época, mas o filho era apaixonado por blues. Era seu sonho. E tome blues... A trilha toda se mantém no blues... Daí que o mito começava a enxergar a América. O paraíso do blues. Seus olhos e ouvidos apontavam para os Estados Unidos. Feras como Buddy Guy, Howlin' Wolf, e sobretudo Muddy Waters. Seu padrinho e herói. Era isso que o guitarrista dos Stones precisava. Apenas uma chance. Conhece Mick (Jagger) e vê em suas mãos dois discos fundamentais para a criação da maior banda de rock. os Stones. Os discos eram de Chuck Berry e Muddy Waters. Keith chega a dizer que os Stones só existem por eles. O fato é que o músico caiu na estrada e nunca mais foi o mesmo. A história toda é narrada por ele e Steve Jordan (seu amigo e produtor) relembrando um pouco dessa estrada. E, ele foi fazendo amigos e tocando. Um verdadeiro "rato de estúdio". Todos os ídolos tocaram com ele e tornaram-se amigos (e personagens também do doc.). As cenas de estúdio são maravilhosas. Dele e os Stones. Ou de seus discos mesmo. Ou de discos em parceria como o caso de Tom Waits (que aparece no filme). Momentos mágicos como o artista tocando piano (ele se diz um pianista fraco) ou tocando baixo (ele é um PUTA baixista para quem não sabe). Incrível. É inspirador como ele dialoga com tudo que emana som. Certos depoimentos dele sobre a vida são específicos, mas bonitos. Poéticos. Quase sempre seguidos de uma pitada de humor e um sorriso de canto de boca. Com seus cigarros, claro. O disco novo dele, o "Crosseyed Heart" está na película também. Foi daí a ideia desse filme. Logo, ele e Steve aparecem sempre dissertando sobre um som, tocando ou dando entrevistas. É uma parceria longa (iniciada nos anos 80) e com sintonia fina. Perfeita. Há também um lado desconhecido de sua família. Richards mostra-se bem "família" e conta algumas histórias de seu pai e de netos. Um cara doce, sensível e espirituoso. A direção é de Morgan Neville e tem 82 minutos de duração. Uma verdadeira aula de música. Esse é o espirito. Ele afirma que é o que sabe fazer na vida. E como sabe. Finda o filme com algo bem a calhar: "... Não estou envelhecendo, estou evoluindo ..." De fato. Quem puder ver - por favor. É um dever... Um deleite para quem gosta e conhece música. Cifras, riffs, pestanas, guitarras fantásticas e lendárias. Tudo delicioso para quem curte o assunto. Yeah, Keith! Good Job, man!


NEWS

- O quadro "La Coiffeuse" de Pablo Picasso retornou ao Centro Georges Pompidou em Paris. Fora roubado em 2001 e só reapareceu em 2014 na Bélgica. De lá a obra foi enviada pelo FedEx para Nova York. Essa semana a pintura voltou para casa. Yeah!

- Lee Ranaldo (ex Sonic Youth) que faz show hoje em SP (26) já dá pistas sobre seu novo trabalho. Seu último disco, "Last Night on Earth" (2013) que eu resenhei (ótimo) já ficou para trás e o músico planeja novidades... Ele disse estar "flertando" com um trabalho mais acústico. De quebra descartou secamente a volta do Sonic Youth. A conferir...

- A banda Arcade Fire confirmou que haviam sobras (out tracks) do último disco, "Reflektor" e disponibilizou na rede seis faixas. São elas: "Get Right", "Soft Power", "Apocrypha", "Women of A Certain Age', "Crucified Again" e "Flashbulb Eyes' em versão remixada. Aproveitem, fellows!

-  A rede BBC anuncia um documentário sobre o (duo francês) Daft Punk ainda esse ano. Nele estarão entrevistas com parceiros e colaboradores como Niles Rodgers, Pharrell Williams, Michel Gondry, Giorgio Moroder entre outros. Essa semana foi divulgado um trailler do filme pela rede. 



DURAN DURAN

"Paper of Gods" é o décimo-quarto disco (estúdio) do quarteto britânico. Saiu esse mês de setembro. Imensas participações nele constam: Nile Rodgers e Mr. Husdon (também como produtores), Mark Ronson, Janelle Monáe, John Frusciante, Lindsay Lohan entre outros. A banda já havia trabalhado com os produtores em outros álbuns e canções mais antigas. Nesse aspecto nada há de novo. Porém, a sonoridade deles foi bem alterada. Os famosos "pops" bem feitos e com "punch" deram lugar a um som mais moderno e um tanto dançante. Lembrando nada clássicos como "Hungry Like Wolf", "Rio" ou "Notorious". Nada. Acho bacana a inquietude do artista em renovar-se e ousar. Sempre é válido. O fato é que trabalha-se sempre perto do risco. Sinceramente, não curti muito o resultado. Ficou muito comum. Parece um disco de "dance music" como qualquer outro que sai por aí. A mão do músico do "Chic" torna tudo sempre fusion e cool. E isso é sempre bom, contudo ele precisava saber que tratava-se do Duran Duran. Não disse muita coisa a quem curte e aprecia o som dos rapazes. Posto isso, eu tenho algumas faixas que apreciei como "Pressure Off" (com Janelle Monáe - de quem eu adoro a voz e seu primeiro disco). Tem um groove interessante e funciona bem. Tem "punch" e um "beat" bem maneiro. Outra faixa bacana é "Sunset Garage" - um baixo e teclados afinados. Tem mais autoridade e lembra ecos de uma fase boa deles. Até tem uma atitude mais roqueira com baixo, vocal e bateria. "Butterfly Girl" também soa bem. Uma canção bem feita com backing vocals femininos que dão um tom correto no som. Ficou boa. Existe a versão "deluxe" com faixas bônus, porém eu não quis ouvir. As doze faixas originais bastaram. O resultado me desapontou bastante. Pode ser meu humor ou a velhice; fato é que, erraram e muito a mão nesse trabalho. Um disco dispensável bastante. Saiu pela Warner. Meu enorme respeito a banda. É isso...


TRACKLIST

Take It So Hard (Keith Richards)
Struggle (Keith Richards)
Too Rude (Keith Richards)
Big Enough (Keith Richards)
Make No Mistake (Keith Richards)


CLIC.