sábado, 12 de março de 2016

Pauta de Hoje: Tago Mago (CAN), Arte em Berlim, União Europeia, Aldous Huxley, entre outros...


TAGO MAGO

Quarto disco da banda kraut CAN e um dos melhores discos que eu já ouvi. Independente de rótulos, gêneros ou estilos. A banda alemã começou sua jornada no fim dos anos sessenta influenciada pela psicodelia do Pink Floyd, o experimentalismo do Velvet Underground e o soul/funk americano. Em 1968 lançaram o primeiro disco, "Delay" sem ainda se chamar CAN. Para não ficar sem nome, Holger Czukay, Michael Karoli, Malcolm Mooney e Jaki Liebezeit (membros fundadores) sugerem "The CAN" (algo parecido como "A Lata"). Irmin Schmidt (tecladista) chegou a publicar na imprensa, à época, que  o nome era uma compressão de "Comunismo, Anarquismo e Niilismo". Algo bem polêmico, porém que traduzia bastante o som deles. Lançam "Monster Movie" em 69. Considerado o primeiro, mas eu coloco como segundo álbum. E emendam com "Soundtracks" em 70. Justamente nesse período que Mooney deixa a banda e entra em seu lugar o nipônico e figuraaaaça Damo Suzuki. Com a chegada do japonês eles rebatizaram a banda somente como CAN. Com tudo afinado e bem estruturado eles entraram mais uma vez em estúdio para lançar sua Opus Magnum: "Tago Mago". Pra muitos (eu divido com "Ege Bamyasi de 72) o melhor disco dos caras. Discoteca Básica com chancela máxima e considerado no rol dos melhores discos de todos os tempos. Importantíssimo salientar que os membros da banda estudaram em Colônia (Germany) e praticavam o "free jazz" - escola de improvisações jazzísticas. O som era puro experimentalismo e espontaneidade. Logo, pegaram essa influência do jazz e colocaram a marca deles. Músicas longas, performances loucas do japonês no palco, minimalismo e percussões estranhas - tudo isso adicionado a improvisações com batidas e teclados. Tago Mago propõe ao ouvinte uma viagem (literal) psicodélica, rica e sem manual de instruções. É riquíssimo o som que eles tiraram nesse disco. Uma doideira sem fim. Mas, não pense que essa anarquia é aleatória e desordenada. São músicos extremamente competentes e talentosos. O que valia era a qualidade e a criatividade desses alemães. Eles lançaram o disco como duplo, porém, depois com o tempo e a tecnologia saiu como álbum único. Devida a extensão das canções. Faixas como "Halleluhwah" tem dezoito minutos. "Aumgn" tem mais dezessete minutos. As faixas menores são "Paperhouse" com sete minutos e "Mushroom" com quatro minutos... Na linguagem do CAN é praticamente uma faixa dos Ramones... Rsrsrs... Terminam o disco: "Oh Yeah" (sete minutos), "Peking O" (doze minutos) e "Bring Me Coffee Or Tea" (sete minutos). Sentiu a loucura? Pois é... Mas, eu garanto uma coisa a você. Juro. Nunca, nunca, após a audição desse disco você sera o mesmo. Garanto. Eu me lembro que fiquei pirado, surtado ao escutá-lo. Pensei comigo: O que é isso? Que P**** é essa? Depois com "Ege Bamyasi" - o disco que veio na sequência, eu entrei em parafuso. E, olha que eu já havia escutado Kraftwerk, Velvet e cia. Impossível ficar "sóbrio" com o som deles. Sério. Conheço gente que não segura a onda e tira. Acha chato. Mas, quem fica... Ahhhhhhhh... Nunca mais volta a ser o mesmo. Acreditem. Enfim... Discaaaaaço. Quarenta e cinco anos depois. Cinco estrelas. Deixo uma faixa aqui para degustação:


Obs: Tago Mago é uma clara referência a Ilha de TagoMago na Espanha. Aleister Crowley já havia mencionado-a também. Parece que o local é "danado"... Rsrs


NEWS

- A União Europeia destinará 700 milhões de euros para ajudar nas necessidades humanitárias devida a imensa chegada de (mais de hum milhão) refugiados ao continente. OK... Isso é legal, MAS a minha proposta é muito mais ousada e humana. Acho que todos os países desenvolvidos DEVIAM depositar num fundo (sem cretinice) uma importância enorme para salvar os países subdesenvolvidos e perdoar qualquer dívida passada dos mesmos. Chega de miséria e fome. "Passar a mão na cabeça"???? Eu chamo de humanitário.

- Vale uma bela conferida: Zeitgeist - A Arte da Nova Berlim no CCBB... Um panorama visual de 29 artistas alemães sobre destruição, reconstrução e ocupação do espaço urbano de Berlim. Fica até 4 de abril... Entrada Franca!

- Num ranking de livre acesso de passaportes, o país com mais liberdade (sem visto) é a Alemanha... São 177 acessos livres. O Brasil fica em 21º lugar com 153 acessos. Yeaah!

Hmmm... Impressão minha ou esse "post" está muito, muito alemão???? É o terceiro assunto que envolve a "Germânia"... Eu, hein?

- E, quinta que vem tem Simply Red... Eu sei, eu sei... Já foi faz tempo, mas confesso que tenho uma queda por certos grooves deles. Curto. Pouca gente se dá conta, mas eles também são de Manchester (Joy Division, Smiths). Foi uma das primeiras bandas que eu vi ao vivo sem querer... Rsrsrs... A atração era outra e o Simply Red estava no meio. Depois - soube de algumas histórias do vocalista, Mick Hucknall, bem interessantes. Acabei pegando uma empatia. Dia 17 de março no Metropolitan eles sobem ao palco mais uma vez. 

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO

Sim, o clássico de Aldous Huxley é cada vez mais utilizado, analisado e repensado. Numa clara ironia aos seus contemporâneos Júlio Verne e H. G. Wells - Huxley orienta que o futuro, talvez, não seja tão otimista assim. Decerto que, o livro se passa em 2540 (ou seja: não estaremos aqui para comprovar) e certas previsões podem ou não acontecer. Mesmo que seja sarcasmo. Como por exemplo o "soma"... Uma espécie de remédio para as mazelas do mundo (tristezas, depressão e ansiedade) que produz a tal da felicidade plena. Nem que estaremos gerados de incubadores artificiais... Mas, pare para pensar. Certas ironias, de certa forma, aconteceram... Fertilização in vitro, alopatia tarja preta e até mesmo um desprezo para com os índios. No livro, a população indígena é dita como raça inferior e subjugada por nós, os caras-pálidas... Não te parece cruel, porém atual? Atente-se aos noticiários e pense. Ficção ou não, a sociedade caminha ansiosa pela tecnologia e com extremo afã em saciar sua depressão e sede. No século 26 nossos descendentes tirarão a prova. Eu sigo atento. E você?

E o Lolapalooza, Léo???? Sigo vendo alguns momentos e, se saco tiver, comentarei na próxima semana. 

TRACKLIST

Sad Old Red (Simply Red)
The Right Thing (Simply Red)
Money's Too Tigh (Simply Red)
Sunrise (Simply Red)
Come To My Aid (Simply Red)


RIP.

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