sábado, 29 de fevereiro de 2020

Paris, França - Século XVIII


Paris, França

Calma... Apesar do pretensioso título não irei esmiuçar nesse espaço a Revolução Francesa e tampouco os dias correntes na terra de Napoleão. Não. Isso você encontra nos livros (bons) de história e nos bate-papos com professores da matéria. Deixo a pista (dica) com os mais espertos... Mas, é inegável a contribuição e exemplo que a revolução (nesse instante abdico de colocar em maiúsculo por preguiça mesmo... Feito?) dos europeus citados segue dando-nos. Basta lembrar o cenário à época, a miséria da população (massa trabalhadora), a revolta burguesa (essa consciente que o estopim estava perto) com os desmandos da realeza e o anacronismo do clero. Rsrsrs... Perceberam as sutilezas aos dias de hoje? Pois é. Porém, isso aconteceu no século XVIII, num país europeu e já com certa idade no mundo. O que muitos ainda não sabem é que mais da metade nem SABIA ler. Todos analfabetos. Contudo, tinham senso crítico e sabiam reconhecer injustiças. Sabiam que a miséria era cruel e que algo estava errado fazia muito tempo. Mesmo assim precisaram da burguesia para estourar. E estouraram! Foi um dos maiores massacres que o planeta vivenciou. Morreram milhares (eu ousaria dizer que podemos esbarrar no milhão) de pessoas assassinadas. Isso é uma revolução! Dessa luta saíram termos e nomes que até hoje repetimos como: "girondinos e jacobinos", "Guilhotina", "Bastilha", "Iluminismo", "Comuna de paris", Direitos humanos" etc... Os personagens tb: Robespierre, Danton, Marat, Luis XVI, Maria Antonieta... Todos vitimados na mesma revolução. Enfim... O que eu quero dizer com tudo isso, né? Na verdade é mais um exercício do que uma certeza. Uma ideia em evolução mesmo. A saber...


Nesse tempo reinava o absolutismo e feudalismo. Caminhamos a seguir em passos largos para a Revolução Industrial e depois aos sistemas: comunismo, socialismo e capitalismo. Sendo bem reducionista (no sentido pleno de sintetizar), de fato. Indo em direção (ao menos achava-se) sempre em nome do futuro, tecnologia, avanços e realizações não é mesmo? Pois é aí que faço o meu recorte particular. Dentro da entrada do século XX houve experimentos, avanços e novidades que mudaram em definitivo o mundo. Vieram telefone, rádio, transmissões, guerras, armas, crimes de laboratório (vírus e radioatividade), etc... Até chegarmos às comunicações e internet. Agora; se passarmos a peneira, de fato, na Humanidade (assim mesmo com "H" maiúsculo) talvez veríamos que dentro de nós sempre existiu (e eu não sei mensurar quando nem como) um clima de desconfiança. Desconfiança de tudo e de todos. E é por esse caminho que gostaria de trafegar. Porque por mais que discutamos comunismo e socialismo ou uma nova política social precisamos entender o nosso processo individual. Ademais o processo coletivo. Face ao capitalismo sempre estivemos com a faca nos dentes. Sem alívio. Isso parece-me jamais fechar. O que é terrível. Tenebroso eu diria. Pense comigo: se vivemos sempre nessa disputa, nesse acirramento, disputando corpo a corpo nosso prato de comida quando iremos curtir ou desfrutar nossa vida? Porque quem desfruta sempre está à desconfiança do próximo. Ou não? É muito comum escutar reclamações de executivos, pessoas que trabalham demais, empresários etc... A reclamação vem em combo: dinheiro, cansaço, memórias. Oras... Ou seja: estão vivendo uma vida de lamentações, consternações e automatização. Por desconfianças, disputas e/ou acirramento mataram Malcom X. Mataram Dr. King. Instalaram e conceberam uma agência como a CIA ou KGB. Inventaram um Bureau (olha aí mais uma herança da França), o FBI. Que mais agia como sombra do que qualquer outra coisa. E, isso pra ficarmos no Ocidente. Criaram uma ONU. O que é a ONU senão uma entidade para "resolver" (em aspas, sempre) conflitos internacionais com isenção. Eu lhes pergunto: vocês acreditam nisso? Jamais. Dali saíram as decisões mais covardes e convenientes para os grandes países. Enfim... Não tenho a intenção de transformar o texto numa peça de contestação. Eu já disse: são somente devaneios e pensamentos acerca do que tornamo-nos. 

Minha tristeza (e agora é um atestado, de fato) é perceber que vivemos num mundo que temos enormes feitos e conquistas, realizamos o que nenhum outro ser fez, avançamos de forma titânica em conhecimentos e "brinquedos" tecnológicos que impactaram profundamente em nossas vidas mas emperramos na tal felicidade, satisfação e desconfiança. Não conseguimos ter gozo pleno em nossas vidas. Eu não tenho e percebo que o povo em meu entorno também não tem. E, vem sempre cercado de desconfiança (essa palavra vai ecoar na sua cabeça por muito tempo) e insatisfação. Sempre. Até os Stones perceberam isso em sua famosa canção... Rsrsrs... Daí eu não sei se é algo filosófico e metafísico ou se há algo invisível intrínseco. Agora, por mais metafísico que seja é bem real em nosso corpo, mente, alma. Somos incapazes de sermos felizes e serenos de forma contínua. Não sei até hoje por qual razão. Alguns podem afirmar que a "ignorância é uma benção" e, talvez os ignorantes sejam felizes. Quem sabe? Mesmo assim até esses (ignorantes) são desconfiados. Entendem o dilema? Como viver numa sociedade sem desconfiança alguma? Ou com um nível bem, bem baixo... 
Talvez a vida jamais seja confiável. Jamais... Seja feita mesmo para viver, refletir e desconfiar sempre. Mas, que merda de herança, não?