PAULINA
Com o título original "La Patota", Paulina é a história de uma idealista advogada filha de um juiz de muito prestígio na Argentina, e que resolve lutar por suas ideias sociais e ajudar na fronteira de seu país com o Paraguay jovens menos favorecidos. Tudo dentro do previsto até o estupro cometido por homens que ela conhecia. Há uma reviravolta imensa no filme. Paulina passa por todas as etapas de uma vítima e ao mesmo tempo tenta lutar para manter seus ideais acessos. É um filme que gera um debate infindável e oportuno. Muitas pessoas saíram da sessão falando e tentando entender toda trama. Não quero dar mais detalhes, pois acabaria com a graça da história, mas acho que toda mulher deveria ver. A partir daí gerar opiniões, argumentos e conteúdo acerca do tema. É imprescindível que discuta-se sobre estupro. Há tempos, por sinal. Quem produz o filme é Walter Salles. No protagonismo temos Dolores Fonzi (espetacular em cena), Oscar Martinez (fera do cinema latino) e Esteban Lamothe como noivo de Paulina. "La Patota" de Santiago Mitre é uma versão de um clássico igualmente argentino de 1961. E, foi aclamado em Cannes e nos outros diversos Festivais que passou. Um tema que desperta muita comoção e ponderações. Veja o filme. Um dos grandes desse ano. Pode apostar. Como diversos filmes argentinos atentem-se aos diálogos. Esse conteúdo no roteiro nos faz refletir e pensar muito. De qualquer lado. Parece que o que falta no cinema brasileiro sobra no argentino: roteiro. Bela abordagem.
Isso foi o que rolou dentro da tela... Hahahaha... Fora da tela tive uma singela experiência menos traumática, porém bem chata. Duas senhoras ao meu lado falavam alto e narravam o filme como se estivessem na sala de casa e do outro lado havia uma argentino (sim... descobri sua nacionalidade) que extremamente impaciente lançava olhares e barulhos ameaçadores para as senhoras. Lance imensamente desagradável. Isso durou bastante a ponto de me chatear e pensar seriamente em sair do local e buscar outra fila. No meio do filme ele chamou atenção delas com uma frase em espanhol dita de maneira agressiva e com o dedo em riste para as senhoras... Ficou a tensão no ar... Imagine? Dentro de um filme tenso por si só temos um "spin-off" (rsrsrs) fora da tela? Ahhhh... Enfim... Descobri meu lado budista e tratei de me concentrar no filme... Um puxão de orelha nas duas senhoras e educação e noção ao portenho grosseiro não fariam nada mal... Ugh! "Bora Ademário"
THE OTHER ONE
Sim... Título de um dos primeiros clássicos do Grateful Dead, composto por Bob Weir é também o nome desse documentário de Bob sobre sua vida com a banda e Jerry Garcia. Lançado em 2014, comprado em 2015... Chegou esse ano ao "streaming"... A canção que dá origem ao doc. é especial em amplas formas... Além de ser a primeira colaboração de Weir para os caras - Neal Cassady (a lenda Beat em pessoa) estava na composição da mesma. Ele era o mentor do jovem Weir. Moraram juntos... Todos. Pois é... Um menino que nem acabara o colégio (sua mãe implorou ao Jerry e banda para que ele terminasse o colegial) em meio aos "caras" do ácido e das drogas pesadas. Estamos em 66, 67... Naquela noite (da canção) Neal falecera - o que deixou Bob paralisado. A partir desse fato, o jovem Bob entrou no ônibus lisérgico da turma e nunca mais parou... Foi bacana conhecer muitas histórias do Grateful Dead através da memória de Bob. Garcia, o mito lisérgico, é exposto de forma educada e muy respeitosa. Toda essa idolatria sempre o chateou, pois Jerry era discreto (tentava ao menos) e não muito chegado em idolatrias, patetices e essas coisas. Mas, o fato é que a banda aproveitou e muuuuuito a fama. "The Other One" mostra o lado pessoal de Bob e Jerry. Suas famílias e dramas íntimos. Como o fato de Weir só conhecer seu pai verdadeiro depois de décadas. E ele já era muito famoso nos EUA. Bob sempre soube que era adotivo e acostumou-se com o fato. Muitas canções embalam a película e o fã da banda terá um enorme prazer em assistir. Eu, que nem tenho grandes devoções por eles, exceto a fase psicodélica mesmo - curti bastante. Claro que não posso esquecer de Phil Lesh (Baixo e autor de muitas canções também) e Bill Kreutzmann (bateria). Parceiros de crime e de música. Rsrsrsrs... Como Weir tinha a sombra da técnica de Jerry Garcia (um virtuoso guitarrista), desenvolveu um estilo único de tocar influenciando muitos guitarristas que viriam a seguir... Aparecem no filme Lee Ranaldo (Sonic Youth), Jerry Harrison (Talking Heads) e outros... Vale o confere...
NEWS
- Uma boa notícia aos amantes do vinho, especificamente, de Bordeaux... Depois de duas décadas em queda - 2015 marcou a região com as melhores safras... Opa! Nosso paladar agradece. Agora é procurar pelo ano.
- O bairro Tijuca - um dos berços de muita gente boa... Completa nesse domingo (3) duzentos e cinquenta e sete anos... Yeaaaaah! Salve Tijuca!
- Alceu Valença (Graaaaande Alceu) baixa no Circo Voador no sábado (2) às 22 hs com seu show. Levando 1kg de alimento paga-se R$ 80. Forró do "bão"... Junino
- Na "ressaca" da FLIP (que finda domingo ((3))) a Livraria da Travessa aproveita as vindas de escritores importantes e apresenta em sua loja no Leblon as mesas de mediação com Irvine Welsh (Trainspotting) na segunda-feira, dia 4, às 19 hs e o norueguês Karl Ove Knausgard na terça-feira, dia 5, às 19 hs também.
TRACKLIST
Scarlet Begonias (Grateful Dead)
Truckin' (Grateful Dead)
The Other One (Grateful Dead)
Touch Of Grey (Grateful Dead)
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Fora Temer!