TORO Y MOI
"What For" é o nome do novo disco do produtor e cantor Toro Y Moi. Um rapaz (ele tem 28 anos) chamado Chazwick Bradley Bundick e filho de uma mistura condizente com a globalização atual. Seu pai um afro-americano e sua mãe uma filipina. Isso interfere (de maneira positiva) em seu som. É o segundo disco dele que eu resenho e quarto de sua carreira. Sempre fico auspicioso com sua vocação de misturar elementos de soul, dance, pop e indie-rock. Até mais... Seria deselegante e errado resumi-lo assim. Mesmo assim a indústria criou uma nomenclatura para isso: "Chillwave" - ou seja: gêneros em que há uma mistura imane de efeitos sonoros, samples, loops, synths, etc... Chamados também de "músicas de verão". Ok. Tudo isso há nos discos de Toro. Muitas canções são ensolaradas e climáticas como uma tarde de verão. Verão mais psicodélico, diga-se de passagem. Porém - prendê-lo a um conceito é imobilizar o artista. E isso eu considero o pecado mais cruel possível. Arte também é liberdade. Seria um contra-senso. O álbum abre com um ronco de motor de Fórmula 1 numa reta. E começa com "What You Want". Uma boa canção de abertura. E apresentação. Se eu fosse definir cirurgicamente em uma palavra o trabalho eu escreveria: coesão. Tudo parece muito bem encaixado. As faixas todas se alinham de modo certinho. Como um "loop" sóbrio. Sem pirações... Talvez seja isso que tenha me chateado um pouco. Ficou "correto" demais. A impressão de que se você tirasse uma faixa ou embaralhasse-as não mudaria muita coisa. Isso é prova de coesão, porém acusa uma fórmula única no disco todo. Posso estar enganado e muita gente pirar com o disco, mas eu não pirei. Eu gostei... Como uma tarde de verão! Mas, não AQUELA tarde de verão! Entendeu? Pois é. O que eu gostaria de destacar é a produção do disco. Tudo bem feito, bem acabado. Também o camarada é produtor. Me parece um craque. Ahhhh... Ia esquecendo... Os fãs de Big Star e Weezer irão identificar algumas faixas com belos goles de Toro. Bastante. Vamos as dicas? Dentre as dez faixas indico a vocês: "The Flight" (ensolarada e com solos bacanas), "Empty Nesters" (uma levada indie-rock com um groove soul), "Ratcliff" (harmonia bela e arranjos de bom gosto), "Spell It Out" (que ritmo foda! Soul total) e "Run Baby Run" (A mais indie de todo disco. Super "cool"). Have fun!
MUDANÇA DE COMPORTAMENTO
Sim... Poderia ser nome de um filme (acho que é), nome de um livro (será?) ou de uma canção (essa eu tenho certeza). Poderia ser tudo isso e muito mais. O nome é bacana demais. Esbanja atitude, intelectualidade, contemporaneidade, e afins... Belo nome. Se hoje (2015) esse soa assim imagine em 1985? Ou seja: trinta anos atrás? Exatamente. E foi dessa maneira que quatro caras lançaram aquele que seria o primeiro disco de uma das bandas nacionais mais importantes para mim: IRA! Nessa época ainda não tinha a exclamação, mas tudo bem... A banda começou em 81 quando Nasi e Scandurra resolveram participar de um festival punk (acho que foi na PUC) e puseram esse nome. Muitos achavam que era uma clara referência ao exército rebelde da Irlanda, porém era somente o sentimento de raiva mesmo. Sem a exclamação. O tempo passou e algumas trocas aconteceram até fixar os dois citados somados a Gaspa (ex-Voluntários da Pátria) e Andre Jung (ex-Titãs) - Gavin, que era batera do IRA foi pro Titãs no lugar de Jung. Isso já tinha se passado três anos. A banda, finalmente começava a formatar um disco. Obviamente, algumas canções já estavam prontas, pois eram "line up" de shows, contudo outras foram feitas e até algumas refeitas. Ganhando uma roupagem de estúdio. Eu considero esse disco o começo da melhor fase deles... Do primeiro (Mudança), o "Vivendo", o "Psicoacústica" e o "Clandestino"! São quatro ases para nenhum pôquer botar defeito. Eu não mencionei, mas a banda lançou um compacto chamado "Ira" em 83/84 com duas canções: "Pobre Paulista" e Gritos na Multidão". Mas, foi somente um compacto mesmo. E, curiosamente, ambas (músicas) só entrariam no segundo disco. Ficaram de fora desse de estreia. O álbum é uma porrada. Eu era moleque, mas entendia cada dia mais e mais do disco. Sou fã de cada uma dessas faixas. O IRA! sempre foi aquela banda que falava de amor, porém com uma pegada mais "rock". Letras sinceras e poéticas, porém com muita atitude. Era meio como "os brutos tb amam"... "Longe de Tudo" (com uma linha de baixo de Taxman dos Beatles) é pauleira. Núcleo-Base era o hino em 85. Scandurra falava do alistamento militar. Ele a fez na época. "Tolices" (tardes inteiras pensando nas meninas), "Mudança de Comportamento" (a canção), "Coração" (balada punk), Saída, etc... Eu ouvi tanto, tanto que lembro-me de cada sentimento refletido nas sucessivas faixas! "Ninguém Precisa da Guerra" e "Como os Ponteiros de um Relógio" - duas letras alusivas e fortes. "Saída" - uma canção linda, linda e com maior cara de "Flores em você"... O arranjo feito ficou emocionante. "Por de trás de um sorriso", "Sonhar com Quê?" - é um discaaaaaço! E, justamente por ter feito trinta anos esse ano registro aqui. O primeirão do IRA! gravado no Rio de Janeiro no clássico estúdio "Nas Nuvens"... O álbum fecha com "Ninguém entende um Mod" - faixa que liderou muito tempo meu ranking particular! Baixão lá em cima, andamento "rocker" e pegada mod! No estilo mesmo! Vaaaai! Na época vendeu 60 mil cópias... Em 2000, a Warner relançou em aniversário de 15 anos. Yeah!
NEWS
- E o remédio azulzinho vai demonstrando mais e mais aptidões. Depois de ser testado em cardíacos e descobrir que o mesmo ajudava na impotência, cientistas descobriram que pessoas infectadas com malária, uma vez que toma o remédio, não transmitem a doença adiante, mesmo que entrem em contato com o mosquito transmissor. Ou seja: o mosquito pica a pessoa, mas não transmite mais. Esse tal de Viagra é ou não é do cacete???
- O contista Rubem Fonseca completou noventa anos e nos brindou com mais um deleite de contos. Lança pela Editora Nova Fronteira um livro de contos chamado "Histórias Curtas". São 176 páginas do mais alto nível... Vai perder?
- Estreou a série "Magnífica 70" essa semana. Criada por Cláudio Torres e Leandro Assis - Magnífica narra a história de um censor (Marcos Winter) que se apaixona por uma atriz (Simone Spoladore) de um filme pornochanchada. Com a obrigação tácita de censurar, o dito decide ir mais a fundo no mundo dos filmes eróticos na famosa "Boca do Lixo". Tudo hipnotizado pela bela atriz. Spoladore esbanja sensualidade! Uow!
- Uma nova análise dos restos mortais do poeta chileno e Prêmio Nobel Pablo Neruda encontrou a presença de uma bactéria infecciosa, mas não conseguiu determinar se ele foi envenenado pela ditadura de Augusto Pinochet, informou nesta quinta-feira o Poder Judiciário. (France Presse)
DICA
FotoRio 2015
Seis Exposições simultâneas
Centro Cultural dos Correios
Grátis
Até dia 12 de julho
TRACKLIST
Saída (IRA!)
Núcleo-Base (IRA!)
Longe de Tudo (IRA!)
Tolices (IRA!)
Cabeças Quentes (IRA!)
Vitrine Viva (IRA!)
CLIC.