sábado, 20 de setembro de 2025

Pauta de Hoje: Rockarioca

 

Pauta de hoje: Rockarioca


Em noite fria, o rock da Móbile Drink e Cheyenne Love para esquentar!




O Rockarioca é um evento tão bem organizado, pelo sempre tranquilo e calmo, Pedro Serra, que mesmo quando as expectativas são baixas ele surpreende. Já eram pra lá de 20h, num evento que abre as portas às 19h30m, e nada de ninguém aparecer. Nem público, nem bandas, e nem mesmo gerente da casa (ocupado com a inauguração de uma nova casa noutro bairro). De repente, como num passe de mágica tudo se deu! E em questão de minutos tínhamos banda no palco, público chegando, bar funcionando. Havia um frio lá fora com promessa de chuva, e a gente sabe como carioca lida com noites assim, né? No entanto, se a casa não encheu, tampouco ficou vazia. Estou buscando eufemismos para descrever a situação, todo modo a vibe é o que importa.




E quando temos no palco bandas como a Móbile Drink e depois Cheyenne Love, isso não é problema. Por volta das 21:10h, Ronan e sua trupe - no caso da Móbile podemos dizer: família - de tanto tempo que tocam juntos, Ronan Valadão (voz); Bruno Valadão, seu irmão (bateria); Felipe Pinheiro, primo (baixo) e Leandro César, o mais novo guitarrista (e dos bons) completava o time. Leandro casou bem com a banda, com seus riffs e solos que dão um toque meio heavy no rock da banda - que aliás toca no último volume - muitas vezes até abafando a voz de Ronan,  e por sua vez levantou a hipótese de ser a equalização dessa noite em particular que não valorizou a sua voz em relação a altura dos instrumentos. Ronan Valadão comanda muito bem o front com seu estiloso corpanzil, de óculos escuro e cabelos encaracolado a là Jim Morrison (é o que todos falam) como falavam também, os mais íntimos, da sua fase Eddie Vedder, que a banda também acompanhava. Mas o fato, comparações à parte, é que a Móbile sempre foi a Móbile, que tá na cena há mais de uma década, talvez duas, sempre inovando no repertório, nesse sentindo, posso dizer, que a banda é bem expansiva e produtiva. Tem no batera, seu irmão Bruno e no primo Felipe (baixo) toda a garantia de músicas bem tocadas no mais alto grau rock'n roll, e ainda mais agora com um guitarra como Leandro Cesar que trouxe (como já disse) uma roupagem mais heavy pra banda, mesmo sendo uma banda atestadamente rock'n roll. Eles são mesmo da pesada, e começam como terminam com o som sempre lá no alto. Desta vez introduziram em 3 partes do show, textos que Ronan declamava dando o "time" para que seus colegas mudassem o tom de certos números. Caiu bem, visto que poetizou um pouco mais o show sem que ninguém percebesse. A Móbile deu o start com três petardos infalíveis para levantar até defunto! Foram eles: "Mais que o demais"; a já famosa "O Rio", uma crônica sobre a cidade; e "Veneno-Chumbo", que pelo título dá para imaginar, e em seguida fechar o set com a novíssima "O Vazio", que nos fala como saber lidar com frustrações. Então mais um texto para aquele truque - na verdade o show não para, a batera segura no rufar como se fosse uma introdução e o Ronan detona - para então voltar com outra porrada chamada "Cruel jogo do não". Destaco também a linda canção "Se desfez" de 2020 entre muitos EPs e singles que a banda vive lançando, como é o caso de "O vazio" agora!, "Cântico do armagedom" e a campeã "Novamente ao bar" fechando o show que num fôlego só mais pareciam um furacão. Mas a Móbile é assim! Um furacão!






Um respiro para uma bebida, um bate papo rápido, enquanto Cheyenne Love  ocupava o palco como a segunda atração da noite. Um trio formado pela genial Nayana Machado (guitarra & vocal); o fera Ricardo Richaid (baixo) e o monstro da batera, Marcelo Callado. Já deu pra sentir que vou me desmanchar em elogios, né? Pois, é! Um power trio Grunge da pesada, com repertório todo em inglês e 13 canções ferozes. Cheyenne Love, quase que inevitavelmente, por ser uma banda grunge, lembrava o saudoso Nirvana de Kurt Cobain, pelos arranjos sujos que de uma hora pra outra suavizava-se para em seguida atacar de novo. Com um inglês impecável e uma vocalista idem, a banda de postura também punk, nos entregava um show irretocável. Nayana Machado tem voz macia que ora também nos remete, por seus falsetes, à grande Allanis Morrisete, mas só por alguns segundos porque ela gosta mesmo é de soltar a voz na justa medida que o grunge exige, ou seja, parece gritaria mas é pura técnica.




Ela entra no palco com aquele seu jeitinho meigo de voz macia, para nos surpreender já nas primeiras intervenções vocais. É quase um êxtase quando ela esbugalha o olhar e escancara a boca para, feito uma loba, uivar os versos de suas canções e em seguida amansar a voz acompanhando a  descida da música que nos entrega uma doce melodia em meio a toda aquela gritaria de vocal e instrumentos. A bateria sempre pulsante de Callado com o baixo infernal de Richaid fazendo cama para a guitarra de Nayana. Beirava a perfeição para aquilo que a banda se propunha a fazer. O púbico vem junto com a banda batendo cabeça e agitando a cabeleira naquele típico "dançar" grunge. Canções como "Brutally" que abriu o show; "No Friends" e "In your head", são provas incontestáveis da excelência do grupo. Destaque mais que merecidos para "Old friends" onde Marcello Callado mostra toda a sua sensibilidade como baterista numa performance de hipnotizar o público arrancando-lhe os devidos aplausos. Num solo aproximado de quase 10 minutos, fazendo ressoar a caixa, e depois o tilintar dos pratos com a marcação uniforme do bumbo, numa habilidade pouco vista por aí numa profusão de ritmos que a banda acompanhava de mansinho fazendo cama para Marcelo ficar à vontade com a sua destreza. Realmente inesquecível. Esplêndido! Callado mostrou que domina as múltiplas opções que o instrumento oferece. Foi um deleite deveras, uma improvisação  que só quem estava lá para conferir! O show seguiu nessa pegada do início ao fim, num show realmente digno de admiração e aplausos. 





E a Rockarioca mais uma vez nos provou porque é um dos eventos mais importantes da cidade. Pedro Serra tem o dom, um incansável descobridor de talentos, quando menos um genial produtor atento ao que há de melhor na cena. 

Às quintas-feiras, uma vez por mês, sempre no La Esquina na Lapa. Fica a dica! E depois não digam que eu não avisei.


Revisão e Edição: Leozito Rocha

Textos e Fotos: Nem Queiroz

@Todos os direitos reservados


domingo, 14 de setembro de 2025

Pauta de Hoje: A Última Gangue

 

Pauta de Hoje: A Última Gangue

O último da Última: Grand Finale!




Não parecia possível ser aquele o último show d'A Última Gangue! Definitivamente não era possível! Todos ainda tão vívidos e pulsantes, alegres eu diria, feito adolescentes que montam uma banda de rock no colégio naquele mesmo dia. Ninguém é mais adolescente, evidente, muito menos estão num colégio, mas eles tem uma banda de rock e das melhores, a começar pelo laureado "adolescente" Greco Blue, e repito, o melhor frontman do nosso underground carioca. Ele canta bem, performa como ninguém, rebola (com sua magreza branca e sua  cabeleira negra à lá Mick Jagger), dança, inferniza o palco, se joga na plateia. Enfim, um autêntico rocker man entre nós. Dá até pra desconfiar de que eles pisavam de fato pela última vez juntos nos palcos da cidade, tamanha a entrega. Eu até gritei pra banda que não acreditava neles! Uma provocação criativa que me surgiu na hora em que me despedia da Última Gangue.  




O local era dessa vez o estudio Hanói-Hanói, na rua Paulo Barreto, em Botafogo. Programada pra começar às 19h a noite se iniciara. Mas neste dado momento estávamos todos lá fora, principalmente os componentes das bandas, que também chegavam para a habitual resenha e o molhar dos bico e gogós nos bares ao redor. Foi Pietro, o incansável amigo e exímio vendedor de disco e agitador cultural que deu a ideia de já começar o trabalho fotografando este movimento pré-show, capturar imagens da galera interagindo descontraída e solta lá fora. Foi também nessa vibe que conheci um antiquíssimo amigo, outro rocker man da pesada de quem fiquei fã imediatamente que atende pela alcunha de Bolinho. O cara é fera e comanda a banda CONTRACLASSE, e que tem no vocal principal a doce (à doce) e endiabrada no palco, Mariana. Uma banda de Punk Rock como a muito não se via, com letras instigantes e postura idem. Me chamou atenção o meu novo-antigo amigo Bolinho, guitarrista dos bons, gritando versos à capela, longe do microfone para anunciar as canções (a maioria de sua autoria) e a banda atacar em seguida e ele voltar para o microfone fazendo um bom dueto com Mari. E ainda tinha a luxuosa companhia dos ótimos David na bateria e Leandro no baixo. Uma banda para se prestar atenção.

 





E abrindo a noite as moçoilas da Madame Salame: um power trio de meninas comportadas comandas pela paulistana, professora de história, Sra. Juliana Marques na bateria. Todas se revezando nos vocais, nos apresentando um indie delicioso com suas canções inteligentes e letras sobre pequenas agruras da vida; destaque para "Ellas" música da ex-banda (Tuíra) da baixista Hanna Halm e também "Enxaqueca", duas belas amostras para quem queira conhecer a banda, e ainda tinha a igualmente comportada Lety Lopes na guitarra. Disse comportada para alfinetar mesmo porque depois dali voamos para o "Calabouço" onde ela era simplesmente a líder de uma banda meio heavy (Lety faz estripulias vocais ao microfone com sua guitarra endiabrada na power band "Trash no Star"). Mas isso é uma outra história.






Voltando ao nosso enredo, a tão esperada atração da noite. A Última Gangue subia por "FIM" ao palco. Composta por Greco Blue, Xande Farias na guitarra, KaducarloX na bateria e Luiz Gustavo no baixo/voz. Plausível dizer que eles não deixaram pedra sobre pedra. Evento de público bom para todas as bandas considerando o tamanho do espaço (literalmente um studio preparado para show) que foi invadido por uma trupe de jovens sem preconceitos (se é que vcs me entendem) e fizeram da noite ainda mais bonita, pulando, cantando, dançando, inclusive fazendo "roda" e infernizando o lugar no melhor sentido do termo. Eles gritavam as letras desde o show da Contraclasse até a catarse no show da Gangue. Um delírio; comandado pela Gangue, instigado por Greco que tinha o público na mão como de costume, que ia desde os seus trejeitos à inversa invasão quando se jogando na plateia! Ele largava o microfone e ia dançar, pular, gritar com seus fãs juvenis que mais pareciam diabinhos enjaulados tamanha a fúria de êxtase e prazer pelo último show da Última Gangue, numa roda bastante animada e juvenil.  Petardos como "Uma canção para os ratos", que abriu o show (só depois soube que era de um banda chamada Sofia Pop); "Pirata de Paquetá" e "infernália" arrancavam coros ensandecidos da meninada que urgia pela continuidade da banda. O público também tinha o seu lado seleto, figurões como Marco Homobono, Guide Viera (pic-nic), Paumgartten, Alexandre Durratos, Pietro e Juhnior Luiz (no comando da mesa de som), entre outros marcaram presença numa noite pra lá de rock'n roll. Ainda teve um grande número chamado "Mejor no hablar" Cantada em espanhol que ainda assim contou com o coro da galera. Teve também "Algo ritmo" sucesso nas redes; o cover de "Más Companhias" da lendária banda Sex Beatles e ainda, fechando os trabalhos junto com "Ritual" (quase o bis), a apoteótica "Querida Superhist". Em Ritual que foi de fato a última canção eles esticaram no instrumental com Kadu esfolando a bateria em uma despedida  feroz que não deixava dúvidas da decisão da banda. Seria mesmo o fim? Como disse: não acredito neles! Muito embora eram uníssono à decisão - sem dizer de Xandee e Luis (guitarra e baixo) em grande atuação! Restava ao poderoso frontman, que a essa hora estava quase desnudo, comandando a massa e agradecer - e de certa forma deixar no ar - a pedido dos fãs que lamentavam o fim da banda - para além do gostinho de 'quero mais', dizer um "quem sabe?!"





Como eu disse: "Eu não acredito em vocês!" rs porque acredito demais! É vero. Um apoteótico fim?! Prefiro dizer, um apoteótico show! Apenas isso. O futuro, a quem pertence?!  Pois é! A última Gangue é a primeira na fila do Amanhã. Mas é o que temos pra hoje. Uma grande noite para guardar na memória!


Edição e Programação: Leozito Rocha

Fotos e Texto: Nem Queiroz

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quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Pauta de Hoje: Nosunnydayz Convida

 

Pauta de Hoje: "Nosunnydayz Convida"

Num sábado 6/9/2025, com virada de tempo, o evento "Nosunnydayz Convida" não toma conhecimento e vira o jogo com 3 ótimos shows no Centro Cultural Diversa com um bom público presente. 




Eu já estava ansioso há uns três ou quatro meses atrás, talvez mais que isso, quando o Hugo Rosas, esse gentleman, me fez o convite para ser o DJ desse seu projeto NoSunnyDayz convida - projeto itinerante que roda a cidade a meses - juntando uma galera da pesada com sempre duas bandas convidadas e um dj, para abrilhantar a noite carioca.  "Ao final de 2025, terão sido 3 edições do NoSunnyDayz Convida. Todas no Centro Cultural Diversa, por entendermos, desde o ano passado / 2024 (quando fizemos nosso primeiro show por lá), que a Rua da Carioca (mais especificamente, o Diversa) poderia e deveria ser mais um endereço de referência para o underground carioca" - me disse o próprio Hugo Rosas.   E tem dado certo. Eu como sempre afoito, sem saber ainda como funcionava, já me prontificava sem pestanejar para ser o DJ fixo de todo o evento. Mas tive que me contentar com a minha data, que ainda longe de mim, me aguardaria pacientemente até chegar a hora. Hugo explicara que a ideia era de 'rodar a roda', dar oportunidade para o maior número possível de artistas. Argumento como este não tem como não concordar, né? Mas a data chegou, e posso dizer de cadeira do quanto valeu à pena esperar.

Programado para começar às 20h - com cronograma descrito - cheguei às 19h e já estavam todos lá passando o som. Fui montando meu equipamento com calma, selecionando os set que já estavam prontos há meses, mas que devo confessar que nunca os sigo como planejado, porque o DJ tem que sentir a pista, né? Já ia para mais de 20:30h e a galera começava a chegar de fato. As bandas já com o som passado dava o spoiler da noite, pois a passagem de todas as três bandas já tinha sido impecável. Nosunnydayz com  palhinha do acústico que abriria o seu show (e fecharia  noite), e depois com guitarras a postos e mais aquela tom que a vocalista tem, tornava a noite (que nos prometia uma chuvinha/garoa indesejável) ser mais quente que a monotonia de noites assim. Também daria o tom da noite a banda da baixada chamada "Samambaia Ornamental" quando testava o som e equipamentos com a surpreendente canção gravada por Júpiter Maçã, a singular "Um lugar do Caralho" (aliás aproveitei pra abrir a noite com ela - foi um sacada - uma ponte e tanta, hein?). Logo em seguida a passagem foi da Dedo de Bruxa com a formosa Simone Sas nos vocais. Assim, emendei a segunda, "Um monte de cerveja" do outro inesquecível, Celso Blues Boys para só depois adentrar no set há meses preparado com o mais puro rock'n roll. Mas isso já é uma outra história! (me perdoem a euforia, mas eu estava realmente eufórico. Uhuuu!!)

Passava um pouquinho das 21h quando a Dedo de Bruxa ocupou o palco de vez (na verdade nem existe o palco - as bandas tocam  no mesmo chão que pisa a plateia - o que a deixa bem mais próxima dos artistas que ali se apresentam) e, muito embora, quase sempre tímida, a plateia não se aprochega e fica aquele espaço indesejável entre o público e os artistas que se apresentam. Mas a Dedo de Bruxa não sofreu com isso. Entrou forte com Simone Sas parecendo uma adolescente de 15 anos de tão solta e feliz que estava. Nota-se uma evolução no seu vocal e na banda como um todo, o que me deixou bastante satisfeito porque torço por eles. A banda faz um pop enxuto com uma roupagem rock'n roll, embora o repertório seja bem equilibrado no sentido de todas as canções segurarem lá em cima o espetáculo; marcou-me bem a última canção, a mais rock'n roll de todas. Talvez seja por isso que tenha me chamado maior atenção: Por ser mais rock'n roll, mais pesada. Hehe!






Mais uma pausa para o DJ, mas logo em breve microfonias e ajustes no som para a banda seguinte invadir o espaço. Com um nome bem peculiar de Samambaia Ornamental, o power trio, que antes já havia me chamado atenção por passar o som com "Artista é o caralho", apenas manteve a boa impressão, um indie que inevitavelmente flertava com o pop e o rock, às vezes uma pitada de blues, nos traria um repertório interessante com letras inteligentes e um vocal que pela postura da voz e seu porte físico; me remeteu ao Chorão do Charlie Brown Jr. mas nada que desmerecesse o som original da banda. 







E por fim voltemos ao início. A anfitriã da noite (a mais esperada do evento) que teve afinal um bom público (graças a Deus) com a liderança do sempre competente e amigo Hugo Rosas, que sem mais delongas foi ao que de fato interessava: plugar os instrumentos e mandar ver. E pela primeira vez, nos agraciou com a ousadia de um set acústico inicial para uma banda tão potentemente heavy, com um dos melhores vocais feminino da cena, com agudos afinadíssimos que tanto caracteriza o gênero. Nina se sentia muito a vontade sentada, como os demais membros da banda (um quarteto de baixo - Rodrigo de Andrade; O poderoso Raul Fontenelle com sua super bateria de dois andares; na voz - Nina Pontes e na guitarra e violão - ninguém menos que Hugo Rosas) e surpreendeu com tanta harmonia e destreza. Nosunnydayz é uma das pouquíssimas bandas brasileiras  que cantam em inglês que eu admiro. Suas canções são deveras bem construídas, e a execução ao vivo melhor ainda. Nina Pontes conquista o público logo de cara, seu cartão de visita não deixa dúvida, é uma grande cantora.
Enquanto isso, ainda no set acústico, Hugo Rosas mostrava de fato que é um bom instrumentista, tocando com maestria o seu violão, acompanhado de baixo e bateria que não ficam para trás, ou seja: a ousadia do acústico funcionou muito bem, arrancando aplausos efusivos e elogios que ouvi depois. No fim desse set, o coletivo Rock Girls (trio de mulheres dedicadas a fomentar shows/produções de artistas no RJ) revezaram entre si a apresentar as bandas. Desta vez adentraram ao palco juntas para falar da produção do show. Foram convidadas para serem as "mestras de cerimônia" dessa edição E, funcionou; mas foram breves porque o Nosunnydayz já estava a postos para a continuidade do show. Só que desta vez elétrico! Então daí em diante foi catarse!






Som potente e irrepreensível, guitarra, baixo, bateria lá no alto, encontrando-se lá no alto com a voz igualmente irrepreensível de Nina Pontes. Gosto muito do título da primeira canção, que mostra a criatividade e inteligência da banda chamada "Meritrocrashit", nada mais atual. "No more lies" e "Metrópole" despertam os músculos e o vigor. "Jar" uma das que mais gosto (tanto que toquei no início do meu set) e "Take my money" fecham com chave de ouro a parte final do show que naturalmente foi efusivamente aplaudido no final. Parabéns à produção do evento, à NSDSZ pela coragem e disposição e especialmente a Hugo Rosas por ter me escalado como DJ para esta edição, testemunhar e fazer parte de tão agradável noite de rock'n roll. Háste la vista, muchachos! E vida longa ao rock'n'roll.






Edição e Revisão: Leozito Rocha
Fotos e Texto: Nem Queiroz

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terça-feira, 2 de setembro de 2025

Pauta de Hoje: 808 Punks lança novo EP

 

PAUTA DE HOJE: 808 PUNKS LANÇA NOVO EP


808 PUNKS




Antes de mais nada, o que vocês precisam saber é que o líder da banda 808 Punks é um agitador cultural, incentivador do "Do it Self", fomenta uma série de iniciativas em prol do underground, produz bandas, eventos (como o histórico "100 bandas" - que aconteceu em meados do ano passado na Rua Ceará) importantes da cena musical carioca, é músico e arranjador, além de atuar também como MC e performer (rsrsrs). Sim... Atende pelo nome de André Paumgartten. Ele mesmo! Incansável pessoa. Tem seu projeto solo e outra banda chamada B+P. Porém, no último dia 30 de agosto reuniu fãs e amigos para lançar oficialmente o novo EP de outra banda sua: o 808 Punks! 

Evento realizado em Botafogo na Vizinha 123 com a audição rolando para todos os presentes e execução ao vivo, inclusive. Esse EP tem a produção de Edu K (DeFalla) e masterização de André. O selo é o Bonde Music (criação dele) e a distribuição é da Tratore. 






Antes e depois do pocket show, Renato Lima (College Radio) comandou as carrapetas abrilhantando mais ainda o evento. Experiente da noite carioca, Lima preparou de forma certeira o clima para o show. 

Paumgartten iniciou os trabalhos com seu traje teatral e comentou durante as audições um pouco sobre as letras e as canções. Nessa hora a banda terminava de afinar os instrumentos e aguardava a hora de iniciar o certame. Além de André (vocais), Glenda Maldita" e Prixxx Carvalho (vocais e performances), Xandee Farias (Dorsal Atlântida, A Última Gangue) na guitarra, Formigão (Planet Hemp; Ladrão) no baixo e Robson Riva (Big Trep, PIC-NIC, BNegão) na bateria. Ou seja: um timaço!





E, lá fomos nós presenciar o som poderoso do 808 Punks ao vivo. Presenças das vocalistas cantando e dançando, André dando a letra e provocando a galera no gargalo, além da guitarra pesada e cozinha com swing. Ali você escuta o funk do subúrbio com rap, a fúria das letras punks e o peso dando a cama. Para quem não conhece o som é um tanto complexo de explicar. Tem gente que chama de cyber punk, eletrônico pesado, funk com guitarra, etc... Chamem do que quiser... Isso é o que menos importa. Como o próprio André disse a certa altura do show: "... Som para funkeiro ficar bolado e roqueiro ficar puto ..."





Tocaram "Geral com a Mão pro Alto", "Maldita TPM", "Levanta o Moicano", "Respeita as Mina", "Show de Porrada" e o carro-chefe "Bater Cabeça e Rebolar". Aliás, essa estava no pré save para os presentes. O show foi mais curto porque era essa a intenção e teve seus brindes no fim: "Popozuda RNR" (DeFalla) e "It's Automatic" (Freestyle) e outras improvisações fechando de modo contagiante e colocando roqueiro para fazer passinhos... rs.

O EP estará disponível nos principais tocadores (Spotify, Tidal, Amazon, Deezer, etc) a partir do dia 26 de setembro e aproveite para, também, adquirir outros mimos como camisas, bottons, bolsas, adesivos e muito mais. Apoie, incentive, prestigie sempre o artista local. E, como eles mesmo falaram: o subúrbio VIVE!




Texto e Edição: Leozito Rocha

Fotos: Nem Queiroz


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quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Pauta de Hoje: Centro Cultural Diversa

PAUTA DE HOJE: CENTRO CULTURAL DIVERSA

SHOWS





O que tenho notado, e de modo muito prazeroso, é que enchendo ou flopando, o público tem sido, na medida do possível, bem seleto. Seleto no seguinte sentido, pessoas do meio, interessadas, produtores, músicos, entendedores da cena e de música estão se fazendo presente e isso é muito bom. E isso, antes do próprio público em geral chegar, dando então espaço e tempo para pôr o papo em dia. As pessoas se reconhecem, o papo rola macio - foi assim na noite dos Picassos Falsos e Katia Jorgensen no La Esquina na Lapa, foi assim neste último fim de semana com Gustavo Seabra da Pelvs (que vai abrir no próximo dia 3/9 para o Teenage Fanclub no Circo Voador) com presença forte no SEBO Baratos em Botafogo - da mesma forma assim também foi ontem (23) no Centro Cultural Diversa. 

Fiz questão de ir lá conferir 4 bandas com sons diferentes entre elas. Precisava saber. Me prontifiquei primeiro a fotografar, depois a resenhar e por último a ser DJ. Fui aceito nas três posições e tive que arcar com a missão e não podia falhar.





Às 21h e 40min deixei a última música do primeiro set terminar e então deu-se a mágica. A dupla HidroVoda abriu os trabalhos. E a noite mágica seguiu adiante com apresentações de mais outras 2 super duplas que abusavam, no bom sentido, é claro, de sintetizadores, pedais, guitarras, etc. Teve também uma performance  e ainda um show solo, voz e guitarra, de outro "ninguém menos" chamado Marcelo Callado. Por tudo isso a magia da noite era indubitável. A banda HidroVODA (o nome é uma simbiose dos trabalhos solos de Fernanda Metello (produtora do evento) e seu parceiro de vida e palco, o habilidoso e criativo músico/guitarrista Flávio Abbes (HidroVoda+Hidrotempotape) que deram o tom da noite já nos primeiros acordes, acompanhados de um telão que linkava imagens com o som que produziam.

Com o palco à meia luz (vermelha), a dupla entrou em cena por volta das 21:45 e tudo se transformou. Com o som pra lá de intimista, cheio de efeitos e dissonantes, a dupla fisgou a atenção da galera que em silêncio assistia a sinfonia com olhos e ouvidos aguçados, deliberando aplausos a cada fim de música. Uma apresentação de lavar a alma e os sentidos mais difusos. Em seguida, as artistas Navalha Karrera (guitarra e efeitos sonoros) e a performer Hoana Bonito nos entregou uma encenação ao som que transcendia os instintos, tinha uma relação com um jarro de flores e uma tela em branco ao ritmo lento e um tanto o quanto demorado pela repetição dos gestos que esfregava pétalas das flores no rosto numa atitude bonita de sedução e desejos oníricos no bailar das notas e efeitos que a sua parceira lançava no ar. E a cada flor degustada sua língua ganhava uma cor diferente de uma tinta escondida entre as pétalas que ela passava e repassava na tela em branco em pequenas lambidas, criando formas que lembravam lírios até formar um inteiro jardim de flores amarelas e vermelhas de caules verdes. Interessante. 










Em seguida sobe ao palco, meio que apressado com o avantajar das horas, o brother Marcelo Callado com sua super guitarra, que para descompensar a pressa, cismou de engasgar, mas com a ajuda de Greco Blue e Flávio Abbes as coisas se resolveram. 
Marcelo que tragava um charuto fino/Cigarrete com seus óculos estilosos captou de prima a atenção de todos com a seriedade de um poeta em profusão. Suas canções eram ao mesmo tempo sensíveis e fortes.  Com letras de um nível caetanistico (falei isso com ele no final) principalmente em relação a primeira música ("Amiga Lua"). Callado ora gritava e baixava o braço em sua guitarra arrancando às vezes um som gutural, ora era sublime como um cantor de bossa nova sem ser nada isso. Ele era ele, direto, sério, forte, conciso. E nos brindou com um show quase intimista não fosse a sua fúria em nos mostrar tão belas canções.






Volta a discotecagem do DJ Nem Queiroz entre os intervalos, que volta pra casa orgulhoso com elogios de dois grandes da cena: Pedro Serra e Rodrigo Lariú! No entanto, com o avançar das horas, logo ouvimos os primeiros riffs da guitarra de Greco Blue pedindo passagem. Era a vez da derradeira dupla da noite atacar. As Beattas (Greco Blue e sua companheira Michely) deram um toque mais rock'n roll à noite. Muito embora composta por uma guitarra e uma pandeirola apenas a dupla chegou chegando. Greco tem a força de uma presença peculiar, canta bem e toca também (é tbm vocalista da banda A Última Gangue. Greco é um dos meus frontman preferidos na Cena). Acompanhado pela voz e o ritmo de Michelly eles nos brindaram com suas composições autorais, destaque para a que abriu o show: uma canção chamada "J'Exus"; seu medley de pontos de Exu ao som de Bo Diddley (segundo o próprio Greco). Enfim: uma grata surpresa não só as Beattas como todos que participaram dessa noite bem singular. Bom saber que a diversidade musical dessa galera tem a força, a beleza e a coragem de ser quem são. Nada de obviedades parece ser a palavra de ordem. Muito bom!







Revisão e Edição: Leozito Rocha
Fotos e Texto: Nem Queiroz

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segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Pauta de Hoje: Rockarioca apresenta Katia Jorgensen & Picassos Falsos no La Esquina (Lapa)

 

Pauta de Hoje: Rockarioca (Edição 5 Anos) apresenta Katia Jorgensen & Picassos Falsos no La Esquina (Lapa)


Pois é. Eu, Leozito Rocha e Nem Queiroz estivemos na famosa casa na Lapa para acompanhar e resenhar ambos shows. Resolvemos dividir os textos por ordem das apresentações. Nem Queiroz falou sobre a Katia e eu escrevi sobre os Picassos Falsos. Seguem os textos...


Pedro Serra - o MC do evento


KATIA JORGENSEN



Cheguei ainda na passagem de som e ela já estava lá, toda altiva, ativa, dona do pedaço, da hora, de tudo, dominando o palco, exigindo perfeição. Pronto, tudo pronto! Entrada liberada para uma fila que se estendia lá fora. Em instantes a casa foi enchendo e o Renato Jukebox (DJ da noite) não perdeu tempo: The Cure nas carrapetas ("Fascination Street") fazendo as primeiras honras da noite, que prometia. A atração principal, claro, eram os Picassos Falsos que há tempos não davam o ar da graça; sentia-se a apreensão no ar, podia-se notar a euforia e a expectativa dos fãs. Mas Katia Jorgensen tem poder!

O show começaria com uma hora de atraso, mas nada demais (pra quê começar um show desse às 20:15?!) O público ainda estava chegando, o clima era dos melhores, a casa iria bombar com certeza para a justa comemoração dos 5 anos do Rockarioca comandada pelo competentíssimo amigo Pedro Serra. Basta dizer que o rapaz conseguiu trazer de volta uma das bandas mais cultuada dos anos 80/90! E Katia Jorgensen atacaria em poucos instantes o palco do La Esquina. Público a postos e ouve-se os primeiros acordes! 

Katia - que até então aguardava sentada nos degraus na escada de neon que nos leva ao segundo piso da casa - levantava-se como que atendendo o chamado da banda e então vinha ela a passos lentos e molemolentes, cheia de si por fim pisar o solo sagrado. "Boa noite, gente! Vocês vieram por causa dos Picassos né!" Brinca já toda solta no palco, como lhe é peculiar. Katia Jorgensen é dona de um dos discos mais elogiado do ano passado, o singular "Canções para odiar" (com produção do grande Jr. Tostoi e Rafael Oliveira) e encarnando a personagem Odete Hateman dá vida as canções trazendo-as para o público no show "Canções para odiar - Uma ópera Rock!" que teve sua estréia oficial no Teatro Rival com direção da atriz Maria Eduarda de Carvalho.


Katia e Banda



André Nervoso

Mas voltando à noite estrelada, o show foi compacto e vibrante. Katia sempre entrega! E a canção que dá título ao disco e ao show, como não poderia deixar de ser, abriu os trabalhos com excelência já ganhando a plateia que a essa altura já enchia a casa, aplausos mais que merecidos. E entre uma música e outra Katia cutucava: "Vcs vieram pra ver os Picassos, né!" quem vai saber da ironia e desfaçatez da sacada da frase?! Katia é assim, cheias de "eventividades" inesperadas, sem pudor muitas vezes, mas genial sempre! 

Katia veio com a canção "Naquele Trem" seguida de "Te Achei Feio" que ganhou um coro ainda tímido dos presentes na casa demonstrando intimidade com a canção. Katia gritava: Cantem! Cantem! Numa entrega de ambas as partes.

A surpresa do set ficou com a canção "Você me vira a cabeça" famosa na voz da marrom Alcione e que Katia cantou lindamente. Como também canta o roteiro, a Ópera Rock de Katia Jorgensen (em entrevista dada ao próprio Pedro Serra) conta a saga de uma mulher que conheceu um homem no metrô e passou por todas as etapas de um relacionamento conturbado. É mesmo de virar a cabeça e Katia é também de virar o jogo, e nessa toada já tinha conquistado o público há tempos. Ótimo show fazia a menina, acompanhada pela Hater band formada por André Paixão (o famoso "Nervoso") na bateria; Rafael Oliveira nas guitarras, violão, voz e direção musical; e ainda Rafael Figueira, substituindo Chico Vaz, no baixo. 

E teve também Walter Franco no repertório com a emblemática "Canalha", aplaudidíssima.

"Empty" merece destaque, cantada em inglês e muito bem absorvida por todos. O set ainda nos trouxe "Samba" e também "Pomba", fechando com um dos sucessos de Jorgensen, "Migalhas". Estava combinado um bis com "Vapor Barato" de Jards Macalé mas não rolou, talvez pelo atraso, não sei. Mas enfim, mais um ótimo show da nossa querida cantora/performance. Casa lotada e como Katia alertava, eles vieram para ver Picassos, mas isso é um outra história, a outra parte de uma mesma noite... que só esquentava!

Nem Queiroz





PICASSOS FALSOS



Humberto Effe



De fato, a banda não se reunia havia bastante tempo. Humberto Effe (voz) seguia sua carreira solo, Gustavo Corsi (guitarra) continuava atuando nas produções e nas bandas de apoio de Marina Lima e Leoni e Romagnoli (baixo) nas linhas editoriais do jornalismo. Uma reunião assim parecia algo bem distante. Mas, com a competência de Pedro Serra tudo mudou. Foram meses a fio seduzindo o trio sem quase nenhum sucesso. Até o convencimento a tal. E, seria dentro das comemorações dos CINCO anos do coletivo Rockarioca no La Esquina.

Pedro tem feito um verdadeiro trabalho incrível de catálogo, incentivo e divulgação de dezenas (talvez centenas) de bandas e artistas cariocas. Produção também de muitos eventos com shows, merchandising (camisetas, bottons, Cds e muito mais) e estímulos culturais. Convido os leitores a conhecer... 

Pois bem... Dentro disso tudo chegara vez dos Picassos Falsos subirem ao palco do La Esquina mais ou menos por volta das 22:10hs. O trio supra citado contou com a bateria de Lourenço Monteiro mostrando serviço e conduzindo com maestria as canções da banda.





Abriram com o clássico homônimo "Supercarioca" mostrando que seria um show no capricho. A levada meio "Taxman" (Beatles) sacudiu a rapaziada ali no gargalo. "Retinas" com uma pancada na batera e pandeiro, e "Porta Bandeira" (do disco "Novo Mundo") mostraram ao público que ali tinha uma banda diferente do habitual rock oitentista. A pegada deles sempre esbarrou em Ismael Silva, Tim Maia ou Noel Rosa. Mas, com rock também. Picassos reúne swing de uma disco ou do samba. Tem muita black music ali. Ô se tem...

Seguiram com "O Homem que Não Vendeu Sua Alma" (uma levada de rock super gostosa), "Marlene" (uma das minhas prediletas) e "Contrastes" - anunciada com muito apreço por Humberto - já que essa é do tempo de priscas eras. Fato! Essas duas últimas seguem uma parte da banda que flertava (e flertou) com o gótico. Baixo marcado, alto e ditando o clima. O show pegava fogo. Plateia e banda uníssonas. Humberto muito a vontade no palco ora dançava ora mexia com as pessoas. Testemunhamos uma celebração bela dos músicos. Gustavo mostrava técnica e competência em solos e riffs. Romagnoli segurava o groove das canções e Lourenço quebrava tudo. 

Quando chegou a vez de mostrar o ápice de tudo o público recebeu "Nunca Fui a Paris" (Fernanda Takai cantou e gravou junto) com enorme alegria. Humberto homenageou o falecido e parceiro Mauro Sta Cecília (compositor e co autor). Para aumentar de vez e sentir a catarse de "Carne e Osso" - cantada a plenos pulmões por todos. Chegando na linda versão de "Pavão Mysteriozo" (canção de Ednardo) com um quê psicodélico e peso. Ainda faltavam "Rio de Janeiro" e "Bolero". Duas pepitas do classudo disco "Supercarioca". Auge total na casa. 




Romagnoli


"Verões", "Wolverine" e "Bonnie & Clyde" também rechearam o set list dos caras. Porém, o que faltava era a incrível "Quadrinhos" (desde criança só lemos os quadrinhos dos jornais...). Uma das responsáveis pelo auge deles ali ao final dos anos 80. Uma das letras mais certeiras de Humberto. 

Os Picassos Falsos encerraram o bis com "Olhos Mudos/ Fevereiro" e o repeteco de "O Homem que Não Vendeu Sua Alma". Debaixo de muitos, muitos aplausos e gritos (Picassos! Picassos!) o show findou. Foram 90 a 100 minutos de um puta show. Encerramento digno de uma grande banda. Aquela sensação de que estávamos no lugar certo, no momento certo e com música de excelência. 



Lourenço Monteiro



"Vocês gostam de arte!!" - Humberto, certa vez falou ao fim de "Quadrinhos" num show em Arraial do Cabo em 1988 (no youtube tem).

Leozito Rocha


Diagramação e Edição: Leozito Rocha

Textos: Leozito Rocha e Nem Queiroz

Fotos: Nem Queiroz


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