terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Pauta de Hoje: "Escadaria Para o Inferno" (Humberto Finatti) & Lançamento dia 17/02 (RJ)


ESCADARIA PARA O INFERNO

Editora Kazuá
Humberto Finatti




"... And she's buying a stairway to heaven ..."

Sim... Foi inevitável colocar a famosa canção do Led Zeppelin ao começar esse texto. Ao contrário da letra da música, Humberto Finatti não quis (ou quis???) comprar nenhuma escada pro céu. Mas, desceu intencionalmente outra via porém com destino oposto. O Inferno! Posto de maneira metafórica qualquer leitor pode pensar tratar-se de uma hipérbole ou similar... Ledo engano...(Risos). Nosso jornalista "maldito" desceu mesmo (um dos contos principais narra a passagem) à terra do nefasto e lá tratou de sobreviver e conviver com os moradores. Hmmm... Atentem-se que não refiro-me a sua charmosa e concreta (como dizia Caetano) São Paulo. Não. Refiro-me ao submundo, underground absoluto, da garoa. Abaixo do concreto. Finatti seria um parceiro incrível da Rê Bordosa, por assim dizer... (Risos) Angeli (cartunista) não podia imaginar... 

Voltemos um pouco no tempo... Conheci Humberto mais ou menos por volta de 2004 num fórum de debates (estava mais pra brigas) de jornalistas da Bizz (revista clássica). Ali, havia uma enxurrada de maldições e verborragias (quase que masturbatórias) entre os membros. Contudo, percebi que Finatti era o predileto. O alvo comum de alguns. Tinhoso como sou, pesquisei um pouco a folha corrida dos envolvidos e diagnostiquei que meu gosto musical e pensamento artístico batia com o do "maldito". De longe... Nessa época, um dos editores (e queridinhos) comportava-se como um mimado e covarde censor. Além de editor, o mesmo era moderador da página. Um clássico nesses tempos insossos e repletos de gado manso. Mesmo assim, entrei em algumas pelejas apenas como colaborador. Logo, tornei-me alvo de algumas maldades, porém, eu era um desconhecido. Não havia nada do meu passado para confrontar. Eu sei... Eu sei... Vocês devem estar pensando: "Mas, que diabos tem a ver vida pessoal com um fórum sobre música?". Pois é. Eu também estranhei bastante. Mas, eu sentencio aqui uma máxima minha: "as pessoas têm um ego inflado. Nada como uma platéia para satisfazer tal ânsia". Fui à São Paulo no ano seguinte (2005) para o "Abril Pro Rock" em Atibaia e apresentei-me ao dito cujo. De lá pra cá, iniciei papos com o Humberto. Ficamos amigos e trocamos impressões acerca da música, literatura e cinema. Hoje em dia, política e vida também... (Risos) Vale ressaltar que ele me ajudou bastante quando estive em São Paulo outras vezes. Sempre solícito e cordial. Moro no Rio de Janeiro e sempre fui fã dessa dupla: RJ-SP! Ao contrário dos ignóbeis de plantão acho que são cidades (ou estados) complementares. De todo modo, sempre soube que Humberto tinha um livro engatilhado com suas histórias para publicar. Várias vezes falamos sobre e fiquei auspicioso com o lançamento desse. Merece ser lido e absorvido como fonte e arte. 

"Escadaria Para o Inferno" é dividida (achei acertadíssima a ideia) em três partes e subdividida em vinte capítulos. Todas em forma de conto ou narrativa onde nosso maldito (acho que já ficou explícito o porquê da palavra "maldito" como alcunha irônica, né?) jornalista brinda-nos com histórias bizarras, loucas, "junkies" e famosas... Fatos como a briga com o cantor Lobão no Maksoud Plaza, a treta com John Lydon (Acreditem ou não, Finas mandou o ex-punk para aquele lugar em alto e bom som frente a todos) ou a improvável entrevista com o global e católico Cid Moreira. Sim, sim... Muitas dessas e outras com uma linguagem verborrágica, detalhista (uma das coisas que mais chamou-me atenção) e "bukowskiana". Ao tomar contato com o livro não espere um linha jesuíta, sacra ou ortodoxa. Finatti escreve bem e de maneira visceral. Com "punch". Quem já está ambientado com seus famosos textos na internet sabe do que falo. Ele desce o braço mesmo e não poupa ninguém. Nem deveria... Foi assim que aconteceu... Foi assim que ele sobreviveu e testemunhou. Entrevistas com Kim Gordon, Robert Smith (The Cure) ou Evan Dando (The Lemonheads) são outras experiências das quais moldou e formou o caráter e personalidade crítica de Finas (é assim que eu gosto de chamá-lo). "Causos" fora do holofote e que o grande público nunca saberia. Algumas ali eu dei muitas risadas e imaginei a minha maneira. Ou seja: o livro também (posto que é arte) estimula a sua imaginação. Reverbera e impõe certas durezas e conflitos existenciais. Não é somente ler e findar. As narrativas impactam aos mais sensíveis e convidam-os a ponderar e filosofar. E é assim que eu enxergo arte: provocação e estímulo. "Escadaria Para o Inferno" cumpre essas e outras premissas de uma obra. 


Finatti e Kim Gordon (Sonic Youth)




Robert Smith (The Cure) e Finatti


O Prefácio é do genial Luís Antônio Giron, mestre e professor de muita gente boa na imprensa, além de quase padrinho de Finas... E, conforme o próprio escreveu: "... Mephisto, talvez, não teria capturado a alma de Finatti. Ou se fizesse expulsaria-o tempos depois por sua teimosia, loucura e rebeldia ..."

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Deixarei alguns serviços relevantes abaixo:

Compra do Livro (Editora)




Lançamento do livro no Rio de Janeiro. Acontecerá na festa "Ceremony" produzida pelos amigos/parceiros e DJs Kleber Tuma e Wilson Power (Planet Hemp). 

Especial 40 anos de Bauhaus
Dia 17 de fevereiro de 2018
23:00hs
Bar do B - Laranjeiras
Rua das Laranjeiras, 90 - Rio de Janeiro
Feat. Dj Zilah

Humberto Finatti lá estará para lançar e autografar o livro. Além de curtir com todos a festa. 




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