segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Pauta de Hoje: Kurt Cobain!


KURT COBAIN

Já tinha ensaiado escrever algumas linhas esse mês e sobre Kurt. Aproveitei que hoje é aniversário dele, pois, se vivo faria 50 anos. Um detalhe. Acredito no suicídio. Não acho que as pessoas são egoístas por tal. Cada um vive sua vida como quer. E, se a vida é escolha, livre arbítrio, por que não escolher a hora de partir? Não é verdade? Bom... Minha história inicia-se em 1989 numa resenha acerca do Nirvana na extinta BIZZ. Trazia um texto leve recomendando a banda de Seattle. Recomendava com modestas linhas... Dito isso eu não guardei necessariamente a informação. Estava muito ocupado descobrindo Smiths, REM, The Cure, Police, New Order, etc... Mas, nunca subestime a mente de um adolescente em plena forma. A partir dessa época eu comecei a ouvir tudo, ler tudo e observar a música como paixão. Comprava LPs, revistas musicais e já entrava em shows. Foi crescendo em mim o desejo de ser músico. Mas, também tinha uma paixão por literatura. Não sabia bem o que fazer. Eu só sabia (ou intuía) que precisava ir atrás dos sons e das informações. Não havia preguiça alguma de minha parte. Uma hipermnésia, sabe? No meu entorno muitos amigos que estavam na mesma e usavam as famosas camisas de banda. Pra gente, usar uma camisa significava conhecimento pleno sobre a banda ou artista. Rsrsrs... Bem diferente dos atuais tempos, não? Oxe... Sair com uma camisa do "Echo & the Bunnymen" e sequer conhecer dignamente? Nem a pau... E, a rapaziada testava mesmo... Lembro-me de quando eu saí com a camisa do "Dead Can Dance" certa vez e muita gente boa veio falar comigo. Fiz muitos amigos. Sabia da coisa também... Outra vez foi uma do "Depeche Mode"... Uma gringa me abordou na esquina de casa. Mas, pasmem... Ela queria saber sobre a revista de moda!!!!!! Sim, sim... O nome oriunda daí... Rimos, né? De moda eu nunca soube nada. Aí mandei fazer uma do Leonard Cohen... Saía orgulhoso daquilo. Envergava meu manto como peneira dos bons sons... Rsrsrsrs... Confesso: a gente era metido mesmo. Porém, eu ainda era mancebo jovem. Tinha muito que apanhar da vida. Ok...ok... O texto é sobre Cobain... Desculpe. No verão de 1991 eu recebi o convite de minha prima para passar o reveillon e o mês de janeiro em Nova York. Olha isso!!!!! Fiquei muito excitado. Eu mal me cabia em ansiedade. Aqui no Brasil ainda mal tinha CDs e aparelhos que tocavam tal mídia. Nada. Estávamos ainda nos vinis e a coisa demorava um pouco para chegar no país. Bom... Chegando em Nova York fiquei surpreso e alegre. Quem viaja sabe como é a sensação de ver pela primeira vez pessoas com outra cultura, outro idioma, outros aspectos físicos. Claro! Entretanto - duas coisas estavam ressoando de forma pungente lá no Tio Sam: Nirvana e o novo do REM (Out Of Time), de quem eu já era apaixonado. Eu ligava a TV e lá estavam Kurt e sua trupe. Muito, muito estourados. Foi uma overdose de Nirvana o tempo todo que passei lá. Obviamente que eu comprei o CD (veja bem... CD) e outras coisas que estavam estourando nos EUA na carona deles... Recordo de uma loja gigante que transbordava música. Tinha CD de tudo que eu ouvira e não ouvira falar. Foi alegria de tarado. Apesar do limite da grana dava para levar uns quarenta a cinquenta CDs... Cada um custava dez dólares. E eu tinha mil dólares na mão. Imagine? Um pessoal da loja começou a olhar... No estilo: "Who's that fuck guy?"... Hehehehe... Comprei tudo. Mas, faltava algo importante: o aparelho. Não tinha no Brasil, lembra? O vendedor ficou louco. Era muito alegria. Enfim... Rolei "Nevermind" por dias... E, fui absorvendo as notícias sobre os caras de modo VIP. Eu não precisava esperar chegar nas revistas ou no Brasil. Estava de cara pro gol. Ressalto que foi pura sorte. Não planejei. Juro. O fato é que quando voltei tinha inúmeras coisas pra contar, uma dezena de CDs para ouvir e mostrar aos amigos, além do Nirvana que a maioria ainda não conhecia direito. Ahhhh... E som... O aparelho. Ninguém tinha do meu pessoal. Minha casa ficou sendo ponto de apoio para audições dessa "nova mídia"... Rsrsrsrs... Foi quando a banda de Seattle estourou na MTV brasileira. Veio como trunfo do novo rock. Era o grunge. Uma nova forma de vestir-se (flanelas, bermudas, etc) e uma renovação no som. Vinham de carona, Pearl Jam, Alice in Chains, Soundgarden, Stone Temple Pilots, etc... Todos devidamente explorados na gringa e prontos para fazer muito barulho (e sucesso) por aqui. E, anos antes, Mudhoney, Melvins e Screaming Trees. Kurt sempre foi um cara diferente mesmo. Muito talentoso e cheio de manias. Estava pronto (assim achava-se) para o rock, mas não pro sucesso chato. A década de 90 foi muito intensa. Novas drogas, novas mídias, gravadoras perdidas, e um apetite fora do comum de todos para com eles (Nirvana). Sugaram até o último talo. Cobain tentou manter-se imune, porém tinha um dos piores inimigos em casa: vício. O suicídio foi um alívio para ele. Podem acreditar. Por mais que doa ou soe mal... Foi um alívio para Kurt. Peguem os especiais, biografias, documentários sobre o cantor. Verás que nada foi surpresa. Basta entrar na vida dele e observar todos os pilares que ele tinha. A saída foi essa. E, desde sua morte (sofrida por mim) eu penso que ele está bem e livre. Nos primeiros dias de abril eu estava numa festa e acabava de receber a notícia. Fiquei muito triste e chorei um pouco. O DJ fez um minuto de silêncio (juro) e rolou três da banda. Todo mundo que estava naquele dia sentiu bastante. Todos curtiam som. E a notícia, apesar de previsível, baqueou a rapaziada. A data também não ajudou muito: 5 de abril. Faço aniversário no dia 4. Puta presente de grego, mas...



TRACKLIST

Radio Friendly Unit Shifter (Nirvana)
Something in the Way (Nirvana)
You Know You're Right (Nirvana)
Love Buzz (Nirvana) - Cover
Lithium (Nirvana)
Rape Me (Nirvana)

CLIC.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Pauta de Hoje: John Hurt, News, Chico Science, Blondie, Carlos Gomes, Tracks, etc


JOHN HURT

Fui pego de surpresa com o falecimento do genial ator John Hurt. A notícia deu-se na sexta-feira (27), mas estive fora, sem contato com rede alguma ou mídia. No domingo (29) é que fui saber do óbito. Duplo susto! Pela ausência da informação e por tratar-se de ser quem era. John Hurt foi um dos meus maiores atores. Um gênio na arte de interpretar. Poderia citar inúmeros filmes e/ou atuações aqui de sua carreira como: "O Expresso da Meia Noite", "1984" (imagine?), "Crime ou Castigo" ou "Dogville" (aonde ele não aparece, mas empresta sua voz como narrador). Poderia citar suas peças no Reino Unido. Ou o próprio título adquirido de "Sir" por serviços prestados (e muito bem prestados) ao Reino. Tudo isso seria chover no molhado. Prefiro apegar-me aos idos anos em que uma fita de VHS rondou meus móveis e aquela capa preta e branca com o sugestivo nome de "The Elephant Man" (O Homem Elefante) chamava minha atenção. Coloquei-a no aparelho como quem temesse algum segredo. E lá estava... John na pele (e maquiagem) de John Merrick, o homem elefante. Algo surreal que deixou-me hipnotizado e emocionado. Arrisco-me a dizer que nunca mais fui o mesmo. Um filme tão marcante que eu nunca mais esqueci. Cravou na minha alma como cicatriz. A história real de um homem com uma deformidade monstruosa vivido no século XIX. Hurt encarnou de modo soberbo e fez do filme de David Lynch um clássico cult. Na época queria saber qual era o nome do ator. E, a partir daí comecei a acompanhar sua trajetória. Lynch deu uma entrevista depois afirmando: "John Hurt é o maior ator de todos os tempos"... Pra vocês perceberem o nível de atuação que vos falo. Absurdo. Décadas depois ele sucumbiu ao câncer... Ugh! Descanse em paz, John! 


NEWS


- Ontem, dia 2, completou 20 anos exatos que o músico Chico Science deixou-nos. Um acidente de carro terrível... Na época tinha 30 anos (iria fazer 31) e liderava o movimento "mangue beat" com sua banda, Nação Zumbi. Deixou dois trabalhos registrados "Da Lama ao Caos" e "Afrociberdelia", além de toda porta aberta para a invasão nordestina mesclada com a batida e misturas impressionantes. Chico vive!

- Já que eu mencionei o dia 2 de fevereiro... Nessa mesmíssima data, em 1979, morria Sid Vicious de overdose de heroína. Algo que já estava fadado a acontecer. Ele tinha 21 anos e era suspeito de ter assassinado Nancy, sua namorada. O famoso baixista do Sex pistols virou lenda do punk. 

- A banda Blondie está de volta com álbum novo... Chama-se "Pollinator" e será lançado em maio. Ou seja: vai demorar, mas os fãs de Debbie e da própria banda já comemoram o retorno. Esse será o décimo-primeiro deles. Seminais e emblemáticos da cena de NY dos anos setenta - Blondie pertence a cena do CBGB's e do pós-punk que nasceu no período. Formada em 75 - tiveram algumas mudanças e misturaram punk, disco, new wave, etc... Para quem quiser e tiver pressa eles liberaram a faixa "Fun" na web. 
Ok...ok...ok... Como sou bonzinho deixo aqui embaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=sJfyvGbjh3c

- O Teatro Carlos Gomes completou 145 anos. Desde a sua inauguração, em 1872, teve alguns nomes diferentes até 1905, quando ganhou o atual nome. Esteve ameaçado diversas vezes em virar hotel e passou por três incêndios. Um verdadeiro sobrevivente. Em 1988, a prefeitura comprou-o. Ufa!

TRACKLIST

Sunshine (Devotchka)
All the Sand in the Sea (Devotchka)
The Clockwise Witness (Devotchka)
Lie in Bed (Steve Diggle)
Early Grave (Steve Diggle)
Terminal (Steve Diggle)




RIP.