quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Pauta de Hoje: Copacabana, Tracks, Dragão Chinês, Obituários, News, Talking Heads...


COPACABANA

Uma das coisas mais amadas e odiadas é passar o réveillon em Copacabana. Sim... O bairro mais famoso do Rio de Janeiro e local cobiçado pelo mundo. Milhões de turistas disputam no tapa a condição de estar em solo carioca, sobretudo no bairro. Fazer a passagem no calendário grego em plena região. Cool, não? Pois é... Os moradores se dividem em: gostar juntos, curtir separadamente e apenas reclamar. Sem contar os que deixam o bairro para sequer ter esse contato humano. Eu sempre transitei em vários desses... Já curti junto, já reclamei pacas, já me afastei também e curti separadamente. Não tem jeito. Todo ano eu sei que vai acontecer e deixo rolar... Se tem algo carioquíssimo em mim é o ato de reclamar. Carioca adooooora reclamar. E participa. A única regra é: só não falem mal, você... Eu, ele, nós todos podemos reclamar, eles não. Muito família mesmo. Falamos mal, porém não admitimos que outrem faça o mesmo. Não. Já que estamos aqui né? Mas, há uma coisa que poucas pessoas lembram a respeito dessa "tradição" contemporânea. Ou talvez nem saibam... Essa romaria de ir à praia começou com os praticantes das religiões afro-brasileiras. Isso na década de 50. Usava-se branco (como ainda se usa), se reuniam na praia com a imagem de Iemanjá e seguiam em direção ao mar para as devidas oferendas. Era uma festa bonita com sons de atabaques e muita gente passou a acompanhar. Mesmo das outras religiões. Na década de 70, do meio para o final o extinto Hotel Meridien viu uma oportunidade ali... Resolveu bancar uma "cascata" de luz em plena estrutura do hotel. Virou marca. Um espetáculo para gringo ver. Após as diretas-já, eleições e tudo mais - a RIOTUR oficializou a festa e passou a bancar toda organização. De 1985 para 1986. Ou seja: trinta anos atrás... O resto é história! Muita coisa mudou: metrô, inversões de faixas, shows ao vivo, pacotes de hotéis, etc. Enfim... Algo bem brasileiro. Você escolhe: participar ou não...


NEWS

- Nesse clima de verão e praia... A marca "Dragão Chinês" volta às praias... Depois de reestruturado e revisado o famoso picolé oitentista retorna as areias. Bom... Na época era sinônimo de bom e barato. E, sempre feito de frutas... Vamos aguardar a precificação disso tudo. Eu vi a embalagem e temo pelo custo. Está tudo muito sofisticado. E, não era esse o "clima".

- Impressionante como a prefeitura (e estado) do Rio de Janeiro tratou com descaso todo esse caos nos principais hospitais públicos. Pior: já mostrou que havia "caixa" suficiente para muitas mudanças. Dinheiro privado estava todo disponível para imensas mudanças e reformas eleitoreiras. Como pode pensar em Olimpíadas uma cidade que agoniza em fel? Como pode um político encostar sua cabeça no travesseiro sabendo que muitos estão falecendo nas filas de hospitais? Não existe "feliz ano novo", meu amigo! F***-se qualquer outra felicitação. Isso é um absurdo. Depois da fome, a saúde (em si) é uma obrigação de qualquer estado para os seus moradores. Pense nisso! Não é nada socialista isso. É humano! É o certo! 

- 2015 segue fazendo suas vítimas: Lemmy Kilmister (Motorhead), Guru Josh (DJ) e John Bradbury (The Specials)... Todos mortos essa semana. Quase formam uma banda. John na batera, Lemmy no baixo e voz, Guru Josh nos samplers e Júpiter Maçã na guitarra. Seria uma boa jam session! RIP.

- Gerard Depardieu (foto) fará Stalin no cinema. Um filme baseado no romance "O Divã de Stalin" de Daniel Baltassat está em pleno vapor. O romancista é francês assim como o ator. Mas, vale ressaltar que Gerard ganhou a cidadania russa em 2013 e causou uma comoção na França ao dizer que preferiria ser russo do que francês. Enfim... É esperar pra ver.


TRACKLIST

Found a Job (Talking Heads)
What A Day That Was (Talking Heads)
This Must be the Place (Talking Heads)
Cities (Talking Heads)
Girlfriend Is Better (Talking Heads)


FIND A RIVER

2016


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Pauta de Hoje: Michael Moore, News, Chico, The Cure, Obituário, Museu, etc


MICHAEL MOORE

Se tem algo que ninguém pode falar é que Michael Francis Moore, ou somente "Michael Moore" não tem atitude. Quando bem jovem tornou-se editor de um pequeno jornal transformando-o em uma referência no segmento. Depois produziu, dirigiu e apresentou uma série chamada "TV Nation" que alcançou um prêmio Emmy. Sempre batendo nas grandes corporações e nos políticos hipócritas de seu país (EUA). Avesso a política de armas, trabalho escravo e ao imperialismo americano frente à pequenas nações lançou três filmes-documentários que fizeram a cabeça de muita gente além América: "The Big One" (1997), "Bowling For Columbine" (2002) - um estouro aqui no Brasil - e "Fahrenheit 9/11" (2004). Sempre ácido com o governo americano (sobretudo George W. Bush) e disposto a bater de frente com qualquer "chagas" da sociedade que vive. Fez ainda "SICKO" cujo teor disseca o caos no sistema de saúde dos EUA, (isso te lembra algo? - Rsrsrsrs) e "Capitalism: A Love Story" - cujo alvo é a crise financeira global. Ou seja: uma pessoa necessária e inteligente. Crítica nos alvos corretos. Nesse ano, o diretor lançou "Where To Invade Next" - ainda sem data alguma no Brasil. Segundo Moore, é um filme humano. Sai o cineasta ácido e mordaz e entra a veia cinematográfica, de fato. A narrativa é simples... Moore visita países e quer trazer as boas ideias de cada um para implementar em sua terra natal. Como a merenda escolar na França ou o sistema educacional na Finlândia, etc. Jura de pé junto que é um filme não-crítico. Porém, muitos já perceberam a sátira e o humor por trás do filme. Tratando-se dele nada é tão simples assim. Quem viu garante que há uma série de piadas e esquetes humorísticos instigantes em cada detalhe e visita do diretor. No mais, é esperar chegar por aqui e conferir nas telas! 



NEWS

- E o ano de 2015 mata mais gente... Júpiter Maçã (Flávio Basso) faleceu nessa segunda-feira (21) com problemas generalizados em diversos órgãos. O SAMU foi acionado, porém o músico não resistiu... Autor de alguns clássicos e integrante do "TNT" e os "Cascavelletes", Flávio deixa uma obra interessante (e corajosa) para os que não o conhecem. Ele tinha 47 anos... 

Obs: Tenho uma breve participação com ele, mas não posso revelar o conteúdo... Rsrsrsrs... Um dia eu conto.

- O ator Brooke McCarter (foto), de "Lost Boys" teve complicações no fígado e veio ao óbito nessa terça-feira (22). Já é mais um do filme (o terceiro)... Dizem que é maldição... Rsrsrs... Ele tinha 52 anos.

- Uma pena mesmo esse incêndio em Sampa, no Museu de Língua Portuguesa. Um dos museus mais bonitos e berço de muita cultura. As chamas destruíram o telhado, mas não chegou a pegar o relógio. Começam as vistorias e análises para saber os reais motivos disso. Oxe...

- Saiu a autópsia da morte de Scott Weiland: overdose de cocaína, MDA e álcool. Não tinha como não ser... Infelizmente...


CHICO BUARQUE

O episódio entre três pessoas, visivelmente bêbadas, cercando o músico Chico Buarque ocorrido essa semana evidencia o quão perdida está essa massa (nada encefálica) no que tange a política. Questionar o voto de qualquer pessoa é tão útil quanto um pente a um careca. Chega a ser ridículo. A insatisfação é democrática e legítima. Qualquer cidadão pode (e deve) se indignar acerca de irregularidades e erros. Mas, o que de fato, tem a ver três "ricos" membros da sociedade com a cara cheia de cachaça interpelar um artista que votou no PT? Te digo... Porra nenhuma! O mesmo seria se três idiotas petistas interpelassem um artista (saindo de uma noite de lazer) que houvesse votado no PSDB. Eu pergunto: e daí? Não quero me alongar aqui e esculhambar com essa geração insossa e "água de salsicha". Um bando de mauricinhos que xingam sem saber, desrespeitam qualquer um e estufa o peito nas redes sociais. Uns babacas. Essa é a triste realidade em pleno século XXI. Eu não teria metade da educação de Chico. Juro. Mas, sigo perguntando... O que esses três malas e você que me lê (nesse momento) estão fazendo para mudar seu entorno e sua cidade? Só xingando com a bundinha na cadeira frente ao computador? Aí é mole né?

TRACKLIST

Primary (The Cure)
10:15 Saturday Night (The Cure)
The Funeral Party (The Cure)
A Strange Day (The Cure)
Fascination Street (The Cure)
A Letter to Elise (The Cure)



HOHOHOHO!!!!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Pauta de Hoje: London Calling, Curtinhas, Melhores 2015 (Parte Final), Paul Simonon (60 anos), Tracks, etc...


LONDON CALLING

A coincidência de tudo é bacana, pois envolvem quatro coisas todas misturadas e ao mesmo tempo. Primeiramente o terceiro disco do The Clash é, de fato, o mais importante da banda e, pra muitos o mais importante da década de 80. Aí reside outro fato: o disco saiu dia 14 de dezembro de 1979 (portanto fez há dias atrás, 36 anos) na Inglaterra, porém só saiu no ano seguinte, em 80, nos EUA. O que muda completamente. Por diversos semanários americanos esse disco é o melhor de 80. Mesmo, tendo sido lançado em 79 em UK. E, pra fechar bonito: um dia depois, dia 15, é aniversário do baixista Paul Simonon... Esse, bem representado ao fim do post (spoiler). Mas, de qualquer modo, uma coisa é certa: é um cláááássico daqueles de tirar o chapéu. Disco duplo, pensando até ser triplo. A forma (e disposição) das letras do título "a la Elvis" e um som diferenciado. Ou seja: punk, rockabilly, ska, reggae, lounge jazz, R&B, etc... Tudo cabia dentro do Clash. Uma das bandas mais importantes de todos os tempos. Irrefutável. Simples assim. Eu me arrisco a dizer que não conheço ninguém relevante, que conhece e pesquisa som que não curta esse disco. Acho que só isso já representa a relevância e fodice do som. Por isso coloquei nos "tracks" seis canções dali. Poderia ter colocado o disco todo. Ou os discos todos... É duplo! Detalhe final, pois o disco fala por si e eu não vou ficar ensinando padre a rezar missa, o cara na foto é o Paul Simonon (aniversariante) baixando o sarrafo no instrumento. Mais clássico ainda! Yeaaaaah! E viva o London Calling!


CURIOSIDADE

Algumas lendas cercam a famosa "Casa Rosada" - palácio do presidente da Argentina. Sobretudo, a razão dela ser dessa cor. A mais dita era que havia uma rixa entre unitários e federalistas. E que cada grupo tinha sua cor: branco e vermelho, respectivamente. Logo - a cor seria uma mistura de ambas. Porém, historicamente, há um erro aí: os unitários vestiam azul-celeste. Isso no tempo de Domingo Faustino Sarmiento. Contudo, a verdade é mais incrível do que a lenda... Segundo especialistas, essa cor foi pedida por Sarmiento (século XIX) mesmo por questão de moda. Ou seja: a cor rosa era bastante comum. Mas, o que é fantástico mesmo é como chegou-se ao tom... Uma mistura de cal com gordura de vaca. A gordura funcionava como impermeabilizante e ao fim juntava-se um pouco de sangue, dando o tom rosado... Uia! E aí? Explicado? 

CURTINHAS

- A banda americana, Strokes, está em estúdio para gravar o novo trabalho para 2016. O sucessor de "Comedown Machine" (2013) ainda não tem data de lançamento nem nome, porém os músicos já se encontram em fase de gravação.

- Bowie divulgou um teaser de "Lazarus" faixa de "Black Star" (próximo disco do cantor) essa semana. A reprodução e liberação acontecerá dia 17 de dezembro (amanhã) nas rádios BBC6 e NPR. Vale lembrar que "Lazarus" também é nome de uma peça teatral do músico. O disco, propriamente, só será lançado no dia 8 de janeiro de 2016. Data do seu aniversário! Yeaaah

- Rola na internet uma versão de que Mozart tinha uma irmã tão genial quanto ele. Em termos musicais, claro. O problema é que naquela época (e em outra mais, né?) o machismo era tanto que não ficava bem uma mulher tocar profissionalmente e a pobre moça ficou no ostracismo. Limitou-se a ser uma dona de casa sem dar ao mundo palhas de sua genialidade. Ugh!

- Tom Verlaine (foto) completou 66 anos no último 13. Um dos maiores guitarristas do nosso tempo e dono de uma técnica invejável. O músico segue fazendo seus shows pelo mundo. Pude conferi-lo em 2005 por aqui. Parabéns, Tom!



MELHORES 2015 - Parte Final

Better Call Saul
In Treatment
Pisco Sour
Antônio Abujamra
Marília Pêra
Floyd Mayweather
Seleção Chilena
Barcelona F.C.
Luís Carlos Miele
Jorge Loredo
John Nash
Castanha do Pará
Chá Verde
Suco de Tangerina
Jack Daniels
Black Label
Bell's
Budweiser
Heineken
Colorado
Montecristo

TRACKLIST

The Card Cheat (The Clash)
London Calling (The Clash)
Clampdown (The Clash)
The Guns of Brixton (The Clash)
Train In Vain (The Clash)
Four Horsemen (The Clash)


60 anos!


Yeah!

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Pauta de Hoje: Primal Scream, Gripes e Resfriados, Marília Pêra, Scott Weiland, Tracks, Melhores 2015 - Parte I...


Chegamos ao mês de dezembro. E pelo calendário gregoriano (o atual) estamos perto de mais um ano novo. Uau! Foi barra pra ti chegar até aqui? Pois é... Mas, você sabe que nada muda de um dia para o outro,né? Logo - independente do dia 31 de dezembro virar para o dia 1º de janeiro, mudando assim o ano para 2016 nada vai mudar se não fizermos nada a respeito, certo? Exatamente aí que eu quero chegar: as mudanças acontecem, de fato. Mas, começa dentro. E termina ou segue fora... A partir daí você emana coisas boas e cria uma energia de ida e volta. Dependerá de ti a qualidade dessa "energia". Claro que existe o imponderável... Algo que não podemos evitar, porém, na maioria das vezes estamos, sim, no controle... Nem que seja de maneira branda. Então, trate de mudar as coisas. Ou ao menos mudar o seu entorno. Não pegue esse texto como "espírita" ou "hippie" ou até mesmo "Hare Krishna"... É somente um texto simples, direto e assertivo. Não coloque sua vida na mão de ninguém. Ela é sua. E você é responsável por tudo que acontece e acontecerá. Diante disso - observe, aprenda e vá... Go!


PRIMAL SCREAM

Sim... Eles mesmo. Depois do último álbum "More Light" (2013), a banda de Bobby Gillespie anuncia novo trabalho para 2016. E, não é papinho bobo não. A arte do disco está pronta e as músicas estão escolhidas e publicadas... É... O nome do álbum é "Chaosmosis" e contará com 10 faixas:

1- Trippin' on Your Love
2 - (Feeling Like A) Demon Again
3 - I Can Change
4 - 100% Or Nothing
5 - Private Wars
6 - Where The Light Gets In
7 - When The Blackout Meets The Fallout
8 - Carnival Of Fools
9 - Golden Rope
10 - Autumn In Paradise

Lançamento oficial em 18 de Março (2016) pelo selo da banda First International

NEWS

- Thom Yorke (Radiohead) tocou num evento em homenagem a Paris certa música e deixou escapar algo como "essa parte é de Jonny" (membro da banda também...) Muitos apostam que tal canção fará parte do novo disco deles. Nome dela é "Silent Spring". Podem procurar pela net, pois está disponibilizada.

- Mas, e os Rolling Stones???? Com todo respeito: foda-se! Eu já os vi TRÊS vezes e está muito bom. Desejo saúde aos músicos, bom show a quem vai, mas sequer cogito deslocar meu corpo para tal evento. Prefiro escutar os discos em casa. Em ótima companhia...

- Essa aqui é bacana... A bateria usada por Ringo Starr nas primeiras gravações (incluindo "Can't Buy Me Love) foi leiloada em Londres. Arremataram por U$ 2.2 milhões. Yeaaaaah!!!

- O músico Scott Weiland (ex-Stone Temple Pilots, Velvet Revolver) foi encontrado morto no último dia 3 de dezembro. O músico há muito dava indícios de que a barra estava pesada. Não só pelo vício, mas também por uma imensa depressão. Scott tinha prazo de validade. Durou muito - dizem alguns... Uma pena! Mesmo anunciado fiquei tenso. Tenho um álbum solo dele (o primeiro) que eu considero muito bom. Chama-se "12 Bar Blues" de 1998. Escute. É do cacete! Descanse em paz, man!!!! (foto)


MELHORES 2015 (Parte I)

Lucky Strike (Roll)
Gotham (Série)
Slow West (Filme)
A Place To Bury Strangers (Musica)
Wilco (Música)
Battles (Música)
Tame Impala (Música)
Marília Pêra (Ugh!)
Acima das Nuvens (Filme)
Whiplash (Filme)
Sicario (Filme)
Adeus a Linguagem (Filme)
Child 44 (Filme)
Birdman (Filme)
Algiers (Música)
Mark Ronson (Música)
Amason (Música)
Toro Y Moi (Música)
Virta (Música)
Beach House (Música)
Nicolas Godin (Música)
Kurt Vile (Música)
Hereges (Leonardo Padura) - Livro
Gengibre
Ibuprofeno
Castanha de Caju
Acarajé
Praia (Posto 5)

TRACKLIST

Silent Spring (Primal Scream)
Ivy Ivy Ivy (Primal Scream)
She Power (Primal Scream)
Damaged (Primal Scream)
Shine Like Stars (Primal Scream)
Loaded (Primal Scream)


Hare!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Pauta de Hoje: Discos Especiais II, "Sound Affects" (35 anos), Peter Hook, Iracema (José de Alencar), etc...


Como eu coloquei sete discos aqui no "post" passado prometi colocar mais alguns (sete, talvez) para interesse público. Reitero que não trata-se de nenhum rol acadêmico, histórico ou de relevância na música, mas de cunho pessoal. Discos que, de algum modo, estiveram em minha vida até aqui... Sei que muitos discos citados anteriormente são de importância ímpar na história musical, porém foi apenas mera coincidência... Assim como os que virão...

PARTE II

Poderia citar dois a três discos do The Jam, mas citarei esse, até porque o "Sound Affects" será devidamente esmiuçado abaixo (no próximo tópico). Eu sei que é muito óbvio citar coletâneas, mas esse é um disco que me marcou demais. Fui capturado pelo som de Paul Weller e sua trupe desde cedo. A musicalidade deles me impressionou na primeira audição. E "Extras" é uma reunião de pérolas do pós-punk. Ali há de tudo um pouco. A voz de Paul, a sonoridade "mod" que o The Who já havia lançado e a melodia britânica que envolve sempre o povo que curte rock. O álbum foi lançado em 1992 e eu adquiri um ou dois anos depois. Levei-o para diversas festas ou reuniões com amigos e ninguém ousava pular sequer uma faixa. Não tinha como. É todo maravilhoso. "Liza Radley" é de chorar sentado. A cover de "Moving Up" (Curtis Mayfield) é outra coisa preciosa. Mais acelerada e dançante. "Smithers-Jones" e seu início (que o IRA! pegou para "Flores em Você") é arrebatador! Ficaria citando faixa a faixa que você escutaria o disco todo. E, me agradeceria depois. The Jam é uma das bandas que mais gosto. E "Viva Paul Weller"! Simples assim. Escute "The Butterfly Collector" e depois me diga. Ok?


THE JAM - EXTRAS (1992)

O que um cara que curtia punk e já tinha ouvido Stooges, Sex Pistols, The Clash, Ramones, Velvet Underground, Gang Of Four, etc, poderia pedir? Simples... Algo que havia nos EUA, tinha bebido de muitas fontes e regurgitado um som psicodélico e bem tocado. Amigo: eu ansiava por Television! Tom Verlaine (sobretudo), Richard Hell e Richard Lloyd deram-me a energia que faltava. O disco que refiro-me é "Marquee Moon", claro. A bíblia deles... Um disco tardio, 1977, já que eles juntaram-se três anos antes. A canção-título é emocionante. São dez minutos de pura aula de como toca-se guitarra! Uow!!! "See No Evil" - um hino proto-punk. "Venus" - algo lindo. "Friction" - um petardo absurdo. Escutei muito esse vinil. Fui ao show deles aqui no Rio de Janeiro para babar no gogó... Assisti-os hipnotizado. Um sonho de jovem realizado!


TELEVISION- MARQUEE MOON (1977)

Esse foi dica do meu tio... "Léo, comece por esses aqui..." Ele referia-se ao jazz, blues e soul. Uma série de vinis de Coltrane, Blakey, Miles Davis, Chet Baker, as divas, Ella, Lena Horne, Billie Holliday e por aí vai... Mas, o primeiro disco que peguei dessa seara de feras foi de Otis Redding. Pra quê? Fiquei alucinado!!! Nunca mais consegui ouvir jazz, blues ou soul music da mesma forma. Fiquei viciado naquele som. Lembro-me de ter ficado bastante tempo nessa. Preciso lembrar que não havia internet, computador pessoal ou celulares... Eram eu e a vitrola! Curti uma fossa de black music tal como um interno. Cumpri à risca. "Tramp" foi um dos sons que fiquei "de cara". Que balanço bom. "(Sittin'On) Dock Of The Bay" emociona um surdo! Que música linda. Uma das mais bonitas de todos os tempos. Não há ser humano que resista a essa canção. Genial!


OTIS REDDING - THE DOCK OF THE BAY (1968)

Muita gente boa considera o primeiro disco do Secos & Molhados de 1973 o mais clássico. De fato, só a capa com as quatro cabeças já separa esse trabalho de muitos. E eu adoro. Lindo! Mas, não foi o disco que me pegou da banda. Não. Foi o segundo. O de 1974. O preto. Sim... Esse disco é o meu predileto. Foi ele quem me iniciou na aura de Ney, João e Gérson. Ali estão textos de João Ricardo (um português esperto e genial) misturado aos mestres Fernando Pessoa, João Apolinário e Julio Cortázar. A banda ainda tinha Wiilie no contrabaixo. Um puta baixista, por sinal... Zé Rodrix não participa desse, como o fez no primeiro. Por uma questão de tempo ou capricho da vida eu cismei com esse disco. Há canções ali que são pessoais demais. Exemplos de "Voo" (que baixo é esse?), "O Hierofante", "O Doce e o Amargo" ou "Delírio". Poesia pura! 


SECOS & MOLHADOS - II (1974)

Seguindo a "vibe" brazuca eu devo e tenho que citar um artista que fez muito a minha cabeça. Paraibano do bom e letrista potente. Zé Ramalho! Claro. Como um bom nordestino trouxe uma carga rupestre ao seu som e embalou com sua guitarra eletrificada. Canções com carga emocional e peso. Foi a voz de Zé que cativou-me. Confesso que estremeci quando sua temática música fez parte de "Roque Santeiro", porém, Zé Ramalho tirou de letra. Um tom sombrio. Mas, o disco dele que ficou na cabeça é o "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu".  Segundo disco de sua carreira. Aquela confusão de forró, progressivo, rock e mpb fez uma confusão na minha cabeça. Pirei! Ele já tinha lançado o cultuado "Paêbirú" com Lula Côrtes. Hoje, uma raridade. Porém, esse disco foi o que pegou-me, de fato. Um som brasileiro com uma emoção enorme. Dali, vinha "Frevo Mulher" - que eu escutei primeiro para depois ouvir a versão de Amelinha. A mais conhecida. Amelinha que foi mulher dele, inclusive. É preciso mencionar o "Ramalhão" (primeiro disco) original também, pois escutei concomitante. E, são dois discos que tenho orgulho de ter crescido ouvindo. Dois belos exemplos de mpb foda!


ZÉ RAMALHO - A PELEJA DO DIABO COM O DONO DE CÉU (1979)

Mudando completamente o som... Algo que muita gente (roqueira) considerava "pecado", Morphine" fez. Tirou a guitarra do som! Hahahaha... Imagine? Pois é. Colocou um sax barítono e formou o último power trio que importou na música. Pelo menos até agora. Além da substituição inusitada, Mark Sandman (o líder) tocava com slide seu baixo (2-strings 5/8). O resultado acertou em cheio meu coração. Se no mundo o Nirvana estava conquistando todos em 91, 92 - em mim Morphine era o que mais tocava. Tenho certeza de que o grunge tem seu capítulo garantido, mas a banda americana "Morphine" vai ter seu capítulo também. Foram ousados, criativos e inteligentes. Som refinado, robusto e fodaço! Foi o "Cure For Pain" de 93 que chamou minha atenção. Era o segundo álbum deles. Abriu minha mente e a de muita gente. Podes ter certeza!


MORPHINE - CURE FOR PAIN (1993)

Não poderia deixar de fora uma coletânea que chegou em minhas mãos exatamente quando lançada. O ano era 1987 e eu havia começado a prestar atenção em alguns discos dançantes. Mas, eu tinha um sangue "rocker" nas veias. De modo que ainda não conseguia enxergar que tudo era derivável e que bastava ter qualidade para ser bom. Engatinhava. Porém, uma obra foi-me apresentada em casa por minha irmã (dois anos mais velha): "Substance" (New Order). Sim... Era o que faltava para eu unir o rock, pop com o eletrônico. O bom e velho New Order. Já transformado e livre de todo torpor do Joy Division. O "Substance" do New Order (já que o Joy Division possui seu "substance" tb) abriu portas de muita coisa dançante para mim. Mesmo, antes de conhecer os papas eletrônicos e da "dance music". E entre diversas canções eu fui separando o joio do trigo. 


NEW ORDER - SUBSTANCE (1987)

Acho que deu para reunir algumas coisas que pautaram um pouco meu gosto pessoal. Na verdade, alguns deles por obra do destino e outros por pura teimosia. Gostaria de mencionar mais outras dezenas de trabalhos que me influenciaram e tomaram minha atenção, porém aí viraria coisa séria e tomaria imane tempo. Um escriba deve saber a hora de parar. Eu nem falei dos raps oitentistas ou discos nacionais que eu adoro. Tudo bem... Uma outra hora eu menciono. Quem sabe uma nova lista? Né? É como eu falei: música é divino! Não sei viver sem música. É assim! 

NEWS

- A Editora Cosac Naify encerrará suas atividades comerciais. Uma pena! Mais uma editora de arte fechando as portas. Oriunda em 1997 dos nomes de seus sócios, Charles Cosac (brasileiro) e Michael Naify - a empresa sempre vendeu livros de arte e clássicos. A data de encerramento ainda não foi divulgada. Ugh!

- Obra de José de Alencar, "Iracema", vai a leilão. É a primeira edição de 1865. Yeah!

- Peter Hook segue brigando com sua ex-banda: New Order. O problema agora, segundo o músico, é que ele alega que os integrantes teriam roubado espólio da banda. Por assim dizer... Espólio é meio generalizado, mas é isso mesmo que ele alega. Faltou mencionar qual parte do espólio ele se refere. Enfim...

- No último dia 30 de novembro, completou-se 80 anos da morte do escritor Fernando Pessoa. 


CURTINHAS

1) Parece que as obras na orla de Copacabana e Leme, finalmente irão atender a todos... Serão instaladas em todos os quiosques mesas com acesso aos cadeirantes (com devida adaptação). Para que qualquer pessoa possa usufruir da praia. Além dos novos bicicletários também... Vamos aguardar e torcer para que tudo seja feito. Até porque a praia é pública e de todos.

2) Uma exposição bacana está presente no Museu Histórico Nacional (Centro). São cartazes de empresas aéreas (estrangeiras) que tinham como "mote" o Rio de Janeiro. São 40 cartazes que começaram a circular em 1910 (data que o Porto do Rio abriu) para os turistas aprenderem e desfrutarem a terra carioca. Tem publicidade alemã, francesa, inglesa, americana, italiana, etc... Bem interessante... Fica até janeiro de 2016

SOUND AFFECTS (35 ANOS)

Sim... Esse álbum poderia perfeitamente estar na lista mencionada acima... Claro! Tenho ele em vinil e não vendo, troco ou qualquer outra coisa. É um discaaaaço! E, no último dia 28 de novembro completou 35 anos de lançamento. Um dos mais brilhantes trabalhos da banda. Basta citar que o clássico "That's Entertainment" está aqui. Mas, tem muito mais que isso. "Monday" - uma pérola melodiosa deles. Ou "Start" (cuja base do baixo é tirada de "Taxman" dos Beatles) - outro petardo do grupo. "Pretty Green" que inicia o disco captura o fã pelo baixo marcado. Nesse trabalho a voz de Paul encontra "ecos" e efeitos, mas sem tanta afetação. O som deles é único. O mais incrível desse álbum é que cada faixa que você ouve descobre traços ou rumores de inúmeras canções que tem-se por aí. É fonte inesgotável de bebida. Pode apostar! Fecho citando duas outras faixas que eu adoro: "Man In The Corner Shop" e "Boy About Town". Sonzeira violenta!


TRACKLIST

Start (The Jam)
Monday (The Jam)
Liza Radley (The Jam)
Smithers-Jones (The Jam)
The Butterfly Colllector (The Jam)
Man In The Corner Shop (The Jam)


Om...