quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Pauta de Hoje: Discos Especiais, "Sicario", Feira da Providência, Tracks...


DISCOS

Numa rápida recordação de vinis, cds ou K-7s (sim, ainda os tenho em boa quantidade) fui incumbido de tentar relacionar alguns de minha predileção. Sempre tenho pronta na ponta da língua: não consigo. É como perguntar: qual é o seu livro predileto? Ou: qual é a sua canção predileta? Filme? Não tem a menor lógica. É muita coisa. E eu sou homem de infindáveis gostos e teores. Não suporto a ideia de "limitar" as coisas. Gosto sempre de manter a mente aberta e antenada para tudo. Porém, fui seduzido para colocar discos especiais. Sem contornos históricos ou de relevância musical. Algo pessoal e íntimo. Pura relação sentimental ao longo da minha vida. Hmmm... Aí muda bastante. Mesmo assim, relutei. A ideia de fechar algo me parece desconfortável. Precipitado, sabe? Brrrr... Enfim... Selecionei "de orelha" aqui dez discos que foram importantes em certos momentos da minha vida, contudo, aviso que está valendo por ora... A qualquer momento tudo isso aqui pode mudar e não ser nada disso...Rsrsrsrs... Ok? (Não há ordem...)

Songs Of Love And Hate (Leonard Cohen) - 1971

O disco preto e, segundo dizem: álbum para se cortar os pulsos! Hahahaha... Nada disso. Primeira vez que eu ouvi foi em casa, de tarde, estava nublado. Lembro-me de ter uma garrafa de vinho (vagabunda) e meu corpo estar exposto... Ao começar "Avalanche"... Senti algo extraordinário. Soava como algo escondido dentro de mim. Fiquei emocionado. Eu tenho a nítida impressão que algo em mim mudou naquela tarde. Juro.


Murmur (REM) - 1983

Primeiro disco oficial da banda. Antes eles tinha lançado o EP Chronic Town. Mas, esse foi a primeira coisa que ouvi deles. Claro que já tinha ouvido "The One I Love", "Stand" e "Losing My Religion", porém, fui atrás de todos os discos. E, ouvi na ordem. Escutei com amigos e começou meu amor. Adorei "Perfect Circle" e "We Walk". Esse disco embalou duas viagens minhas com amigos. Até hoje carrego na lembrança aquela turma com o som desse disco. É lindo.


Metal Box (PIL) - 1979

Sempre que assistia qualquer coisa dos Pistols, a figura de John Lydon (ex-Rotten) chamava-me atenção. Achava bacana. Era diferente de todos os outros. Mais visceral e debochado. Comprei o "First Issue" (que é maravilhoso), o primeiro álbum deles, mas fui fisgado pelo som imponente, punk, pungente, foda, de Metal Box (ou "Second Edition). Uma caixa com tiragens limitadas lançada pelo PIL. Tudo ali é impressionante. O peso do som, os vocais de John, os músicos (Keith Levene, Jah Wobble e Jim Walker), a capa, a duplicidade (ele é duplo), o hermético. Ninguém escuta esse trabalho e fica impassível. 


Aion (Dead Can Dance) - 1990

Sim, amigos... Já houve um gótico dentro de mim. De produção e o cacete. Você imagina como um rapaz empolgado, sensível e excêntrico reagiu a escutar DCD. Tive uma camisa deles, inclusive. Feita por mim. Rsrsrsrs... Fato é que eu escutava dias a fio esse disco. A voz de Lisa Gerrard e Brendan Perry me pegaram de jeito. Imagine? Um canto gregoriano, músicas clássicas, poesia européia e pintura (na capa). "As The Bell Rings The Maypole Spins", "Black Sun" e "Radharc" eram as que mais giravam... E eu hipnotizado, hirto, ouvia fascinado todas as notas. Acredito que sofri uma lavagem de espírito e voltei diferente! Rsrsrs...


Jordan: The Comeback (Prefab Sprout) - 1990

Eu considero esse disco algo próximo da perfeição pop. Simples assim. O que torna-se curioso, pois eu me lembro exatamente da sensação de quando escutei esse trabalho: estranhamento. Quase odiei. Rsrsrs... Juro. Perdi o momento da virada... Só sei que tudo que eu havia odiado mudou. Passei a venerá-lo. Foi um dos discos meus de cabeceira. E, cada vez que ouço eu percebo como é belo! Tudo. Um acabamento de primeira linha. Quase não entendo como pude desprezar algo tão sofisticado e fino. Quiçá todo disco pop tivesse essa riqueza de detalhes e esse bom gosto musical.


Ege Bamyasi (CAN) - 1972

Esse eu ouvi na casa de um amigo. "Embalado" mesmo. Imagine o resultado? Saí maravilhado de lá. Peguei os três primeiros e ouvi sem cessar. Mas, mesmo com a aura toda cercada no entorno de "Tago Mago" - Esse, "Ege Bamyasi", é o que ficou em mim. Todo aquele som traduziu de uma forma positiva. "Era isso"! Um som visceral, selvagem, criativo, genial... "Spoon", "Vitamin C" e "I'm So Green" é uma aula de som. Impossível ficar calado depois de escutar um troço desse. E, ainda tinha um japonês, Damo Suzuki, numa banda alemã... Rsrsrs... Falar o quê?


Low (David Bowie) - 1977

Mais uma da safra "discos que levei na viagem". E, com trocadilho, por favor. Viajei MESMO no som, na concepção e no clima. Sem saber que estava ouvindo algo extraordinário. Sim, claro. Nós só temos a noção de que algo é genial quando há o distanciamento certo. E era o caso. Adorei e fixei tudo. Mas, só fui saber da importância desse trabalho com o tempo. De qualquer modo - aqui não estão os discos importantes da história da música (como eu avisei acima), e sim de importância sentimental. "Low" tem exatamente a medida certa de um tempo maravilhoso da minha vida. Os excessos, os amigos, as paixões, a juventude efervescente... Algo que Bowie trabalhou em Berlim e ressoou bem demais aqui no Rio de Janeiro. Foda!


Bom... Esses foram sete discos de minha memória afetiva. Repito: se são discos relevantes para a música é meramente coincidência. São todos especiais, pois embalaram um tempo na minha vida. Próximo "post" eu coloco mais sete. 

SICARIO

O filme de Denis Villeneuve mostra exatamente o retrato do cartel mexicano. Um dos mais violentos e sangrentos atualmente. Juntamente com a máfia russa e japonesa. Mas, aqui o papo é polícia versus traficante. Lendo as críticas ao filme percebi que tratava-se de um "triller" policial com doses elevadas de sangue, tiro e mortes. "Sicario" é um termo que mudou o sentido léxico com o passar do tempo. Significa: "pessoa contratada para qualquer espécie de crime". Alguma diferença de mercenário ou bandido de aluguel? Pois é... No filme estão Emily Blunt (uma agente do FBI com valores éticos) que cai como "isca" nesse cenário. Benício Del Toro (homem pra lá de duvidoso) e Josh Brolin (como responsável pela força-tarefa). São as figuras centrais de toda trama. E, tudo na verdade resume-se na tal força-tarefa para combater o tráfico mexicano perto da fronteira com os EUA. Para tal, toda e qualquer força será necessária. O diretor de "Os Suspeitos" mostra uma câmera nervosa e tensa. Certas tomadas são bem caprichosas. Perde-se até o fôlego. Tudo com com muito talento. Além disso, Villeneuve desenvolve com muito dom todo o roteiro sem perder o ritmo (denso) e cair no óbvio. Uma das lições que tira-se no filme é que nesse ambiente (narcotráfico) para executar as missões a polícia precisa rasgar seu manual de regras morais e "jogar o jogo" como seu oponente o faz. Sem julgamento de certo ou errado. Como bem dizia, Escobar: plata o plomo! Mas, aqui é plomo! Por fim, li a respeito de alguns que tratava-se de um filme fascista. Bom... Se é ou não, pouco importa. A real é que é assim que tem-se combatido o narcotráfico. Gostem ou não. Bom filme!


FEIRA DA PROVIDÊNCIA

Começou hoje a Feira mais democrática e bacana. Sempre curti o teor e as comidas que lá estão. Pena que perdeu-se muito do que era antes ao que tem-se hoje. Menos dias e opções. Isso remete-me aos tempos juvenis e que eu pegava um transporte público em busca de distração. Ora fosse com amigos ou com família. A Feira vai de hoje (25) até o domingo (29) próximo. Corra que dá tempo!

TRACKLIST

Black Sun (Dead Can Dance)
Saltarello (Dead Can Dance)
Mephisto (Dead Can Dance)
Radharc (Dead Can Dance)
Ullyses (Dead Can Dance)
Wilderness (Dead Can Dance)


BUM!

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Pauta de Hoje: The Feelies, Charles Darwin, Grande Otelo, Floating Points (Uow!), Tracks.


THE FEELIES

Sim... Eles mesmo. A banda que nasceu há trinta e nove anos atrás e que construiu uma carreira bonita com enorme influência de Velvet Underground, Byrds e outras. The Feelies surgiu junto daquela rapaziada que fez bonito em Nova York (apesar deles serem de New Jersey) ao fim dos anos 70. Tocando ao lado de Television, Talking Heads, etc... Mas, por que fazer um "post" sobre os rapazes? Simples... Por que eles estrearam somente em 80 e com um dos álbuns mais interessantes do começo da década: "Crazy Rhytms" (abril/80). Esse disco fez esse ano trinta e cinco (35) anos. Merece muito respeito. E, são eles que traduzem bem o "jangle pop" - uma espécie de sonoridade típica de 60 com guitarras de doze cordas e bateria marcada. De muitas bandas que foram influenciadas pelo VU, Beatles e Byrds, esses caras absorveram de forma mais bacana. De quebra, serviram de inspiração a uma das minhas prediletas: REM! Claaaaaro. Basta ouvir as canções e perceberás que a banda de Athens pegou muito deles. Tanto que Peter Buck (guitarrista) ajudou a produzir o segundo álbum em 86, O "The Good Earth". Mas, aí é outra história. Ficamos nesse primeiro mesmo. "Crazy Rythms" une uma sonoridade com uma bateria bem distinta e guitarras harmoniosas... O som é impressionante. A banda, capitaneada por Glenn Mercer e Bill Million - os dois cabeças - lançou esse álbum pela Stiff Records e sacudiu meio mundo da música americana. O disco conta com uma agitada cover de "Everybody's Got Something to Hide Except Me And My Monkey" dos Beatles. Bem acelerada e criativa. Tem a música-título "Crazy Rythms" que é um petardo também. Uma joia. "Raised Eyebrown" quebra tudo com suas batidas na caixa e pancadas no bumbo... Os caras fazem bastante barulho. "The Boy With The Perpetual Nervousness" (canção que abre o disco) e "Original Love" são outros exemplos de porrada. Um vocal bem parecido com Lou Reed (falado) e bastante barulho em suas guitarras. É bom explicar que o The Feelies passaram por inúmeras mudanças e formações, porém mantiveram a base. "Loveless Love" lembra aquelas canções do Television com enormes aberturas e guitarras sobrepostas. A canção cresce ao passar do tempo. Muito bom! Uma das minhas prediletas do disco. "Moscow Nights" tem um baixo marcado e um ritmo super roqueiro. Punk rock na veia. "Forces At Work" é a "magnus opus" deles. Sete minutos de pura mágica. Sonzeira mesmo. Foda! Há quem diga que o som se aproxima muito do Wire (outra banda genial). "Fa Cé-la" fecha a tampa do post. Talvez a mais simples do trabalho. Algumas curiosidades acerca da banda e desse disco. Segundo a Pitchfork esse disco influenciou toda uma geração de nerds roqueiros que viriam depois. A Rolling Stone deixou esse álbum em posição 49  entre os 100 melhores da década. O Sonic Youth sempre menciona-os como influência. O "Weezer" teria se inspirado na capa azul do disco para fazer a sua capa do "Blue Album". Um trabalho digno de uma das mais criativas bandas de rock. Fique certo disso!

Obs: na versão nacional desse disco foi adicionada a cover de "Paint It, Black" (Rolling Stones) feita por eles. 


NEWS

- CRF completou 120 anos no dia 15 (domingo). Preciso escrever por extenso o que significa a sigla? Hahahaha... Enfim! Parabéns ao mais querido! 

- A obra de Charles Darwin "A Origem das Espécies" - cujo teor discorria sobre a teoria da evolução - foi considerada pela Academic Book Week o trabalho acadêmico mais influente de todos os tempos... Hmmm... Será?

- É super lindo o disco "Elaenia" do Floating Points... Para quem não associou o nome a pessoa: Sam Shepherd! Como não cabe dentro de uma programação semanal tudo, eu coloco aqui... Uma viagem de 43 minutos no mais puro "jazz space". Os instrumentos aparecem e somem como ondas... Sete faixas belíssimas, etéreas e sublimes. Algo revigorante. Sério. É para você esquecer da vida, do trabalho, das pessoas... Escolha uma bebida, apague a luz e se permita! É algo cândido, tenro, belo. Vou ficar aqui escolhendo adjetivos mil para ilustrar o quão absurdo é esse trabalho. Fiquei até com vergonha do mundo... Rsrsrsrs... Escolho três faixas para citar, mas adianto que é sacrilégio, pois tudo parece ser uma coisa só... Mas, tudo bem: "Nespole", "Silhouettes" e "For Mamish". Uooooow!

- Hoje (17) tem Moz em Sampa... Ele sobe ao palco daqui a pouco e também dia 21 na terra da Garoa. Dia 24 é a vez do Rio e 29 em Brasília. Depois de tanta tensão o bardo soltará a voz.

- Falando em show... David Gilmour (ex Pink Floyd) também aterriza no Brasil para uma série de shows: 11 e 12 de dezembro em Sampa, 14 em Curitiba e 16 em Porto Alegre. 

- Fechando: Chemical Brothers no Sónar em Sampa também... Dia 28 de novembro! Esse é um evento muito bacana que envolve tecnologia, música e criatividade. Falaremos mais no próximo post.

MOSTRA

Maior Ator do Brasil - 100 Anos de Grande Otelo
Caixa Cultural
De terça (hoje) até dia 29 (domingo) desse mês
Entrada Franca

Serão 27 filmes exibidos do ator.



TRACKLIST

Slipping Into Something (The Feelies)
Away (The Feelies)
Higher Ground (The Feelies)
Too Much (The Feelies)
Let's Go (The Feelies)
The High Road (The Feelies)




Chuif!

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Pauta de Hoje: Aliança do Crime (filme), News, Allen Toussaint (RIP), Stephen King, MIMO, Tracks etc...


ALIANÇA DO CRIME

Assisti finalmente, ao novo filme de Johnny Depp. "Aliança do Crime" - um filme sobre a vida de um dos criminosos mais procurados pelo FBI - James "White" Bulger. Irlandês, calvo e com olhos azuis. Assim, Depp transformou-se no próprio. São 120 minutos de uma história aberta (Bulger segue preso nos EUA) onde tudo é bem contado sem cair no famoso filme de gângster. Aliás, eu senti falta de ação, cenas etílicas, mortes em série e aqueles charutos todos. Nesse aqui, a trama é focada nos atores mesmo. Desde o protagonista, seus comparsas até os mocinhos. Benedict Cumberbacth faz o papel de irmão e senador do mafioso. Mas, não se mete em suas tramoias. Kevin Bacon, discretíssimo num papel dentro do FBI e Joel Edgerton (esse sim) no personagem que faz a aliança com a máfia. O ator está muito bem. Na verdade, todos desempenham excelente performance. Como eu disse: é um filme de atores. As interpretações estão na medida certa. Porém, achei muito razoável toda trama e a desenvoltura do roteiro. Esperava muito mais do próprio personagem central (o cara foi considerado o mais procurado nos anos 70 e deixou indeléveis marcas no narcotráfico americano) e mais capricho no enredo. Ficou muito simples. Poucas ações. Faltou mostrar desenvolvimento no mundo do crime mesmo. Bulger era um irlandês com sangue fervente e dono de uma moralidade dúbia. Tudo resume-se a essa aliança e alguns crimes. Para quem admira o gênero (sim, eu mesmo) é bem conservador. O espectador precisa presumir boa parte da história. Enfim... A crítica especializada colocou o boneco sentado. Acho que é isso mesmo. Nada menos, nada mais. Em tempo: Depp ficou a cara de Ray Lyota calvo. Até poderia usá-lo como opção. Se fôssemos dar uma nota para a película seria um mísero cinco. 

Direção: Scott Cooper



NEWS

- O músico Allen Toussaint (foto) faleceu nessa segunda (9) em Madri. Allen foi um dos expoentes desse jazz clássico (Orleans) com o pop. Além de muito R&B também. O músico norte-americano influenciou meio mundo... Rolling Stones, The Band, Joe Cocker, Paul Simon, etc... Infarto! RIP.

- O ator Benedict Cumberbatch foi condecorado com o título de Comandante da Ordem do Império Britânico (CBE) nessa terça (10) pela rainha Elizabeth. A honraria é devida a contribuições às artes dramáticas e caridades. O ator fez um discurso em prol dos refugiados sírios.

- Mais uma série pintando em 2016: 11/22/63 adaptada de Stephen King (Yeaaaah). Pra quem é esperto e manja de inglês percebeu que trata-se de uma data... Sim... Na América o mês vem primeiro... Rsrsrsrs... Bom... A data é do dia em que John F. Kennedy foi assassinado. Na trama, James Franco (ator) interpretará um cara que viaja no tempo e volta para tentar impedir tal acontecimento... Hahahahaha... E aí? Pois é... 

- Um dado curioso, mas que explica muito sobre a política nos dias de hoje: sete em dez brasileiros não tem nenhum partido de predileção dos 35 oficiais atualmente. 



MIMO

O Festival começa hoje (13) e vai até depois de amanhã (15). MIMO é uma sigla (Mostra Internacional de Música de Olinda). Como o próprio nome já diz, ele nasceu em Pernambuco e venceu fronteiras. Esse ano já aconteceu em Paraty (outubro), Ouro Preto e Tiradentes. Hoje estreia na metrópole carioca. São atrações de música, cinema, poesia, etc... Nomes consagrados e outros revelações... Dessa vez tem-se a Orquestra Sinfônica Cesgranrio, Alceu Valença, Banda Black Rio, Tom Zé (Opaaaaaa), Bombino (um guitarrista de Níger) que é considerado o Hendrix da África, Daniel Casares, violonista flamenco considerado sucessor de Paco de Lucia, entre outros. Detalhe: tudo de GRAÇA! É mole...

Mais info: no site do Festival!

TRACKLIST

O amor é velho-menina (Tom Zé)
Feira de Santana (Tom Zé)
Sem a Letra "A" (Tom Zé)
Fliperama (Tom Zé)
Ponteio (Capinam)
Estranho Rapaz (Capinam)




.:!

sábado, 7 de novembro de 2015

Pauta de Hoje: Ought (disco), George Barris (RIP), Retornos Britânicos, Pasolini, Tracks...


OUGHT

Sim... Eles lançaram disco. Esse ano. Mas, já tem 49 dias... Passei do ponto. Mas, não faz mal... Tem tanto disco lançado mesmo. Dá uma média de dez a vinte por mês. Imagine? Duzentos e quarenta novos discos por ano... Claro... Refiro-me aos discos que eu julgo ser relevantes. Senão estaríamos falando de milhares de lançamentos de todos os gêneros musicais. É a minha estética que norteia o que eu escrevo. Em tempo: também não estou afirmando que eu seja dono da verdade. Apenas tenho as minhas opiniões e escolhas... Certo? Pois então... Ought é um quarteto canadense de Montreal... Hmmmm... Isso é bom. Vêm da cidade e país de Leonard Cohen. O mestre. São uma rapaziada que circula pelo post punk e indie rock. Lançaram dois EPs e um disco, de fato. Eles começaram em 2012. Alcançaram um sucesso de crítica e um status relevante junto aos meios musicais como Metacritic, Pitchfork e Rolling Stone. Mas, foi o jornal mensal "Exclaim!" (canadense) quem alarmou o talento dos caras. Esse ano eles lançaram no dia 18 de setembro o "Sun Coming Down" - um trabalho com oito faixas pela Constellation Records - gravadora que assinou com a banda em 2013. Eu curti bastante o que eu ouvi. Um som com urgência, "punch" e presença. A voz de Tim Darcy lembra um pouco um jovem Mark Smith (Fall). Tem potência e marca. E, a característica de recitar ou repetir sílabas numa mesma frase. Um vocal mais falado do que cantado. A sonoridade remete a muita coisa boa: Sonic Youth, Talking Heads e Television. Não houve nenhuma canção que me desagradou. Todas são distintas e boas. Mas, gosto de citar as faixas que me chamaram mais atenção. "Passionate Turn" é uma bela amostra. Uma bateria quebrada e um som marcante. "Beautiful Blue Sky" é outra que me pegou. Um misto de Fall com PIL. Muito boa! São sete minutos de coragem, atitude e pé embaixo. Fiquei muito auspicioso ao ouvir essa canção. Minha fé na música foi renovada. Rsrsrsrs... A faixa título "Sun Coming Down" também nos brinda com efeitos e barulhos da guitarra lembrando os bons tempos do noise. Para completar: a faixa "Men For Miles" - canção que abre os trabalhos. Uma guitarra com um riff cool e ritmo punk rock. Bom disco. O disco de estreia deles, o "More Than Any Other Day" (2014) saiu com um oito e meio. Esse também alcançou a mesma nota. Ainda não sei qual deles é o melhor. O bom de tudo isso é que a cena de rock ganhou uma ótima banda. Eles estão com dois anos e meio de idade e uma série de shows pela Europa. Certamente você irá ouvir o nome deles por aí.

NEWS

- George Barris faleceu ontem. Ele não é tão famoso para ser capa de algum jornal (pelo menos por aqui), mas tem uma importância imensa aos saudosos... Foi ele quem desenvolveu o Batmóvel... Pois é... O design (podemos chamar assim?) saiu de sua cabeça. Além disso, a Super Máquina também foi ideia dele. Lembram? Barris criou vários outros carros para muitos filmes famosos. Típico caso de um gênio anônimo! RIP.

- O Brasil voltou a brigar por uma estatueta do Oscar. É na animação... O filme "O Menino e o Mundo" foi pré-selecionado pela Academia. Acredito que para os realizadores seja algo muito bom. Já disse que Oscar para mim é "política" né? Mas, em termos de animação, talvez seja mais honesto e justo. Vamos ver...

- Os irmãos Reid (Jesus & The Mary Chain) estão no estúdio. Mas, muita calma. Eles já avisaram que estão somente no começo e que devem demorar... De fato, o retorno deles (oficialmente) é muito aguardado. Eles não lançam nada inédito desde 98. São dezessete anos de distância. Tirando as reuniões recentes para shows... Mas, é fato que estão gravando as primeiras inéditas... Uow!

- Outra volta muito aplaudida foi do Stone Roses (outra banda classuda). Os rapazes de Manchester até anunciaram três shows ano que vem. Mas, toda calma é necessária. Eles já haviam feito algo parecido em 2013 e findaram. Vamos aguardar o que eles irão fazer.

CURTINHAS

- No último dia 2 (finados, por coincidência macabra) completou-se 40 anos da morte de um dos maiores cineastas e poetas do nosso tempo: Pier Paolo Pasolini! Sabe-se que a morte dele foi controversa e polêmica: assassinado por um garoto de programa. Dentre várias versões, o suposto criminoso sempre alegou legítima defesa. Enfim... Fato é que ele matou Pasolini a pauladas seguido de atropelamento na madrugada do dia 2.

Por conta da morte dele há uma série de homenagens ao artista. Entre exposições, mostras, temos o filme ("Pasolini") que estreou no cinema anteontem (5). Com Willem Dafoe no papel do cineasta! 

- E, infelizmente, faleceu o ex vocalista da banda paulistana Smack, Sérgio Pamplona Jr., conhecido por Pamps. O músico teve complicações no fígado devido a uma cirrose. Muita gente boa trabalhou com ele. A saber: Thomas Pappon (Fellini), Scandurra (IRA!), Sandra Coutinho (Mercenárias), Taciana Barros, Miguel Barella (Agentss), Itamar Assumpção. Só fera! Descanse em paz.

- E o governo chinês reviu a política de um filho somente. Passará a permitir dois agora. É uma medida do governo contra o crescimento rápido do envelhecimento atual. Mas, fica a pergunta: teremos mais um bilhão pela frente??? Rsrsrs...

MOSTRA I

Pela primeira vez no Rio de Janeiro, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, reúne treze filmes selecionados pelo Festival de Cinema. Está no Espaço Itaú de Cinema em Botafogo. Estreou na quinta (5) e fica até a quarta (11). Ou seja: curtíssima temporada. O ingresso custa vinte reais.

MOSTRA II

A FILE Anima+Games chegou ao OI Futuro Flamengo no bairro homônimo. Estreou na terça (3) e vai até o dia 29 desse mês. Para quem não sabe... FILE (Festival Internacional de Linguagem Eletrônica) é sigla. Tem óculos 3D e muita interatividade. O melhor de tudo: é grátis. Pois é... São 39 games e 107 curtas metragens. Aproveitem!

TRACKLIST

Sun Coming Down (Ought)
Passionate Turn (Ought)
Men For Miles (Ought)
Beautiful Blue Sky (Ought)
Mediocridade Afinal (Smack)
Desespero Juvenil (Smack)
Faça Umas Compras (Smack)




(...)

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Pauta de Hoje: Beach House (disco novo), "Circle", Feira do Vinil, Al Pacino (doença), Talking Heads...


BEACH HOUSE

Eu sei... Eles lançaram esse ano (e eu resenhei aqui) um disco novo. O ótimo "Depression Cherry". Quinto álbum deles. Você não está louco(a) não. Simplesmente o duo resolveu prensar mais um... "Thank Your Lucky Stars" é o nome dele. Chamam-no de "EP", porém pra mim está mais para um "LP" mesmo. São quase quarenta e cinco minutos ao longo de nove faixas. A rigor é um "long play". O sexto de Victoria Legrand e Alex Scally. Noves fora eles acertaram a mão mais uma vez. Ficou muito lindo o resultado. Canções etéreas, belas, densas e na medida certa. Menos melancólico do que o disco anterior, esse aparenta ser mais esperançoso. A atmosfera segue espacial, porém com mais introspecção e "solar". Rsrsrs... Ok. Não há nenhuma música ensolarada, mas é positiva. Victoria permanece com sua voz perfeita e hipnótica. Alex (a outra parte) assume os arranjos encaixando-os perfeitamente na voz da parceira. A influência de Cocteau Twins é notória nesse trabalho. O que apenas ratifica a qualidade do disco. Destaco a bela abertura com "Majorette". A sensação de que o ouvinte abre a janela e observa o horizonte... Lindo! "One Thing" é a faixa que mais se aproxima da banda de Liz Fraser. Certamente eles assinariam a obra. "The Traveler" também mexeu comigo. Uma Victoria sonhadora e reflexiva. Versos que transmitem uma espiritualidade própria do duo. "All Your Yeahs" é onírica. Leve, doce e plácida. A Sub Pop assina mais uma vez a produção e lançamento. Minha preferida do disco é "Elegy to the Void". A que me chamou atenção com uma simplicidade de uma base eletrônica e um vocal tão melódico quanto belo. Fiquei arrepiado! Mais uma vez eles brindaram os fãs com qualidade elevada e som autoral. A cantora fez questão de dizer numa entrevista que essas canções não eram sobras do trabalho anterior. São músicas atuais e correspondem ao momento deles. Haja criatividade! No mesmo nível de "Depression Cherry", talvez um grau acima. Daria nota nove com fé!


CIRCLE

O que eu previa aconteceu. Numa péssima dica, quis ver ao filme Circle. Algo que deveria ser terror ou horror. Assim dizia a sinopse e a dica. Ou mesmo um filme sobre a morte. Mas, leiam bem o que dizia a sinopse para vocês entenderem a minha reação: "...Cinquenta pessoas são aleatoriamente escolhidas por uma força desconhecida. Parecem acordar numa obscura e enigmática câmera. Em segundos os escolhidos são exterminados. Ninguém sabe o motivo. O tempo é curto e eles precisam decidir e entender o que se passa .." E aí? Despertou alguma curiosidade? Pois é... Assisti. Ugh! Sinceramente? Parece um trabalho de um estudante de cinema do primeiro ou segundo período (não que necessariamente os alunos sejam ruins...Ok?). Falta tudo ali. Mas, o que eu queria falar é: faltou maturidade. A sinopse é melhor do que todo o filme. Simples assim. Não enxerguei o que o cineasta quis dizer. Se é que tem algo a dizer... Os diálogos são bem tramados, mas rasos... A proposta era arriscada (pois o filme segura 70 minutos num mesmo plano e espaço). Não funcionou pra mim. Numa boa. Terminei com um bocejo grande e cacei algum filme, de fato, bom.  A "lição" do filme ficou bem clara, porém é muito pouco para tal. Decepção total. Arrisquei... Acontece... 


NEWS

- Próximo domingo (08) acontece mais uma Feira do Vinil no Bennett (Flamengo). Será a 15ª edição da feira. Geralmente são duas por ano. Nessa - o homenageado será o grupo Azymuth (jazz fusion, samba, prog, etc). Primeira vez que uma banda brasileira leva as honras. O evento começa às 11:30hs e vai até às 20hs. Mais uma vez o preço é 1kg de alimento a ser doado para Casa São Francisco de Assis. Bora?

- Jimmy Morales, um comediante sem nenhuma experiência política é o mais novo presidente da Guatemala. Parece o "efeito Tiririca"... 

- Al Pacino passa pelo pior momento de sua vida. Recém feito um filme em que interpretava um ator com problemas de memória (...) o ator passa pelo mesmo problema. Tem tido muita dificuldade em decorar suas falas numa peça que participa e nos bastidores já se diz que o ator vem precisando de dois, três teleprompters... Ugh! 

- Esse mês (novembro), especificamente no dia 25, o cientista Albert Einstein subia ao palco da Academia de Ciências da Prússia em 1915 para dissertar acerca de sua nova descoberta. A tal da "teoria da Relatividade". Um divisor na física moderna. Ou seja: completar-se-á 100 anos de existência. Uau! O mundo científico nunca mais foi o mesmo...

FALANDO NISSO...

Não em ciência, mas em cem anos... A novela de Franz Kafka iniciada em 1912 e terminada e lançada em 1915, "A Metamorfose" é a outra aniversariante secular do "post". Quem imaginaria que um dos parágrafos mais nonsenses e marcante da literatura conquistaria tantos séquitos? Um levantar de cama, entre lençóis, Gregor Samsa avistaria um inseto e a loucura humana... 



TRACKLIST

This Must Be The Place (Talking Heads)
Wild Wild Life (Talking Heads)
Found A Job (Talking Heads)
Love For Sale (Talking Heads)
And She Was (Talking Heads)



YEAH!!!!