sexta-feira, 26 de junho de 2015

Pauta de Hoje: Leonard Cohen (Live), "Montage of Heck", Pintura Moderna, News, Bandas, Séries e Cinema...


LEONARD COHEN

Esse é o quarto disco "ao vivo" do bardo canadense. Saiu pela Columbia Records em Maio. Aqui está o resultado de turnês de Leonard Cohen feitas de 2008 a 2013. A capa é genial: Leonard de costas a uma platéia de homônimos... Todos devidamente engravatados! O álbum contêm canções ao vivo e outras sem o som externo do público. Estão gravações de canções antigas, raridades, cover (George Jones) e relíquias na voz mais que poderosa de Cohen. Em sua companhia estão sopros, violinos, backing vocals femininos (de sua banda), percussão, baixo, guitarras e bateria. Um verdadeiro "souvenir"... Como diz o título: "Can't Forget: A Souvenir Tour". Geralmente, a voz dos cantores se perdem com o tempo. Leonard Cohen parece que recebeu a benção de melhorar mais e mais suas cordas vocais. Um contrassenso ao tempo. Impossível não se emocionar com o timbre e o poder vocal do canadense. Eu fiquei arrepiado! Destaco cinco belas execuções nesse trabalho: "Light As The Breeze", "Field Commander Cohen" (título já diz tudo), "Choices" (cover de Jones), "Never Gave Nobody Trouble" (um blues de primeira) e "Got A Little Secret" (deliciosa). A crítica considerou quatro estrelas... Um oito e meio! Eu me abdico em dar a minha, pois sou fã incondicional do bardo. Apenas recomendo como um presente a qualquer pessoa importante. "A special gift". Ahhhh... acompanhe a história de "Stages" (Cohen entretém a plateia explicando a trama). A canção é "Tower Of Song" com outro nome... Detalhe: o disco foi gravado em vários países e em diversas datas. Rogo somente para que eu tenha a chance de vê-lo ao vivo. Um dia... Quem sabe? 


MONTAGE OF HECK

O documentário de Brett Morgen sobre o vocalista do Nirvana, Kurt Cobain, segue a risca os bons já feitos sobre personalidades da música. Não há riqueza de câmeras ou arte maior; o nome diz tudo: documentário. Cru, honesto e direto. Mesmo assim não deixa nada a desejar. O material é muito rico. Eu já vi muita coisa do Nirvana, sobretudo de Kurt, mas nunca tinha visto aquelas imagens. Nunca. São do acervo particular da família. Por esse lado chega a emocionar. São imagens de Kurt bebê, criança, moleque mesmo. Os depoimentos tendem a recriar uma novela. Talvez o doc. peque por isso: meio "soap opera" mesmo. Kurt foi muito paparicado quando menino e fica muito óbvio na película. Mas, existem alguns coelhos da cartola no filme. Uma delas é um "graphic novel" - recurso que o diretor usou para narrar alguns episódios mais picantes ou subjetivos do artista. Fica muito legal. Outro truque bom foi ter descaracterizado a aura de "Yoko Ono" de Courtney Love. Até porque partiu dela a ideia do roteiro. Ela foi uma das principais doadoras do material. Muitas gravações o próprio Kurt fez. Era uma das manias dele: gravar áudios e vídeos de si mesmo. Contando histórias, levando um som, etc... A crítica foi muito positiva. Chegando a uma média de 8,2 nos principais semanais de música e cinema. Claro, como documentário. Eu gostei também. Muita coisa ali eu pude rever algumas ideias minhas a respeito do vocalista. Acho que esse é o maior mérito. 


NEWS

- O Maracanã completou 65 anos na terça (16) retrasada. Ficou faltando uma imagem (abaixo) para registro, pois esse é o templo maior do futebol. E, falo: do mundo! Sim... Você que não entende "lhufas" do esporte bretão saiba que o outrora "maior do Mundo" (e era mesmo) foi o maior palco de futebol do planeta. Jogar nesse estádio significa muito mais do que simples tarefa para clubes brasileiros. Os maiores jogadores do planeta jogaram, e os que não jogaram lamentaram profundamente. Não seria exagero dizer que o "maraca" está para os estádios como a Eiffel está para as Torres ou a Estátua da Liberdade está para as estátuas. Jogar nesse estádio é algo histórico. Personalidades como Maradona, Platini, Pelé, Zico, Rivelino, Tostão, Gérson, Puskas, Eusébio, Cruyff, Di Stéfano, Matthaus, Beckenbauer e outros pisaram ou lá estiveram para visitar e viver a atmosfera do maior templo do esporte. O estádio foi inaugurado em 50 para a Copa no País (aquela que perdemos na final...Hmmm) e Didi foi o primeiro a inaugurar o placar. Viria depois a estátua do Bellini ser inaugurada em homenagem ao capitão da primeira conquista mundial nossa em 1958 na Suécia. Ahhhh... O recorde mundial de uma partida de seleções e/ou clubes também foi registrados ali: mais de 200 mil pessoas DENTRO do Maracanã. É mole? "Uhhhh - O "Maraca" é nosso!!!"


- O novo disco do trio Prodigy demorou, mas saiu. Chama-se "The Day Is My Enemy" e quem distribui é o Lab 344. Após seis anos de ausência fonográfica, o Prodigy ainda mantém o fôlego. Difícil respirar com a quantidade de informações eletrônicas dos tempos atuais, o que prejudica demais o cenário para bandas como eles. Porém, há de se decantar condizente. Faixas como "Destroy", "Roadblox", "Nasty" e "Rhythm Bomb" mantém a pancadaria punk dançante. Vale à pena escutar. Dica para quem quer dar uma boa agitada nas coisas, fazer um boa faxina em casa (né?) ou colocar no carro numa viagem longa. "Prodigy" - ladies and gentlemen!!!

- A extraordinária Nadia Comaneci (ex-ginasta romena) deve comentar pela Sportv a ginástica nas Olimpíadas de 2016. Uow! Baita contratação. Essa moça conquistou somente NOVE medalhas de ouro em duas olimpíadas (76 e 80), sendo a primeira atleta na modalidade a conseguir um dez. Ou seja: a perfeição. Tê-la aqui seria um pontaaaaço do canal.

- Com ritmo bem mais intenso e fotografia diferente, a estreia de True Detective foi considerada muito boa. Há quem diga que curtiu mais do que a primeira pela intensidade e velocidade. Eu discordo. Adoro o clima gótico do nordeste americano e o climão arrastado, filosófico do primeiro. Embora, tenha curtido também essa segunda. Aqui - temos mais ação e os personagens estão todos apresentados. A trama já é exibida ao fim do episódio. Ficou bem também... Vamos torcer para os diretores segurarem o roteiro e mostrarem mais uma ótima história dessa série. Destaco Rachel McAdams em sua personagem cheia de "nóias" e sexy. Ela apresenta uma forma exuberante e garante suspiros nos marmanjões... A conferir.

MOSTRA

Começou a Mostra Modernista Espanhola no Rio, especificamente no CCBB. O artista principal é o cubista Pablo Picasso. É dele mais 60% das obras. Mas, tem outras feras também como Miró, Dalí, Domínguez, Gris, etc... A coleção pertence ao Centro de Arte Reina Sofía de Madri. A exposição fica na cidade do dia 24 de junho até 7 de setembro. 

CCBB - Rio de Janeiro
Entrada GRATUITA

LIVRO

Saiu uma edição brasileira de "Mal-entendido em Moscou" de Simone de Beauvoir. Até então só existia na França. Em 1992, o livro foi publicado em outros países. No Brasil, chega com décadas de atraso. É uma ficção, porém fruto de uma viagem que ela e Sartre (marido) fizeram a extinta União Soviética no fim da década de 60.

Mal-entendido em Moscou
Editora Record
144 páginas
Preço estimado: R$ 25

TRACKLIST

Rape Me (Nirvana)
You Know You're Right (Nirvana)
Something In The Way (Nirvana)
Lithium (Nirvana)
Lake Of Fire (Nirvana)
Sappy (Nirvana)
Territorial Pissings (Nirvana)


HARE HARE

CLIC.

sábado, 20 de junho de 2015

Pauta de Hoje: Death Cab For Cutie (Disco), Christopher Lee (RIP), True Detective (2ª Temp.), Morphine e mais...


Gostaria de comunicar que, por falta de estrutura, não poderei colocar a resenha do Leonard Cohen conforme prometera. Leia-se: problemas com conexão de internet... Pois é... Graças a uma incompetência do cacete estou com enormes dificuldade de conexão. Estou levando o triplo do tempo para ler e escrever o blog. Tornou-se hercúlea a tarefa de deixa-lo completo da forma que eu queria. Entre engrossar de forma torta e deixar para o próximo post do jeito que que quero - fiquei com a segunda. Leonard Cohen e seu novo álbum da maneira certa SEM FALTA no próximo "post". Vamos a versão que a OI me deixou fazer...

DEATH CAB FOR CUTIE

Tenho uma enorme simpatia por essa banda. Os acompanho bastante... Gosto muito das composições dos rapazes e da voz de Ben Gibbard (um dos fundadores). Só relembrando: Ben tocava sozinho um projeto solo desde 1997 e começou a tomar corpo com a presença de Chris Walla (outro fundador - que anunciou a saída recentemente) e Nicholas Harmer. A partir de 98 passaram a ser uma banda, de fato e de direito. Lançaram disco e houve algumas mudanças de membros. Mas, essa dupla Gibbard-Walla foi sempre o embrião. A razão de ser do Death Cab. Infelizmente, conforme mencionado, Walla deixou a banda após o lançamento de "Kintsugi"(2015). Sim, esse é o nome do oitavo disco deles. Uma espécie de arte japonesa de reparação (fixação) de cerâmica. Uma ruptura. Gostou? Sugestivo, não? O som segue a linha do bom, da nata deles... Canções pop bem feitas, com teclados interessantes, faixas dançantes e arranjos bonitos. O tema "japão" parece ser uma tendência... O Blur lançou trabalho com influência do país. Existem algumas referências ao Japão nas letras do disco. A começar pelo título, certo? A banda lançou quatro singles antes de liberar o álbum. Dos lançados, o que eu mais gostei foi "Little Wanderer". Bela composição. Marcante. Acertaram a mão mesmo. "Black Sun" - tão badalada ao sair eu já não curti tanto. É legal, mas achei "mezzo". Acho que passou um pouco do ponto. Minha opinião. "No Room In Frame" - a faixa que incia os trabalhos também é muito boa. Acho que um disco precisa de uma para mostrar ao que veio... E a faixa mostra. Outra que me chamou atenção foi "You've Haunted Me All My life" - saca aquele "rock song" (balada) que a banda sempre o fez com extremo gosto e talento? Pois é. Ótima sacada. Melancólica, lírica, com alguma pegada e bonita. Acabamento de primeira. No miolo do disco tem umas faixas mais calmas mesmo. Baladas, um lirismo e até sintetizadores programados. Dá uma quebra de ritmo boa no trabalho. Após essa "bonanza" vem a canção que mais me pegou: "Good Help (Is So Hard To Find)". Ritmada, com influência "disco" mas alternativa. Gostei bastante. Moderna. Um "Death Cab" para as pistas... Rsrsrsrs... Ouvindo e re-ouvindo todo disco eu constatei que eles acertaram a mão de novo. Muito bom o resultado de "Kintsugi". Um belo álbum com onze canções de indie rock, de pop ou indie pop. E, pelo o que li a crítica deu um belo oito na média para o disco. Se você pensar que os caras estão na estrada mais de quinze anos e oito discos lançados não é pouca coisa... Pense aí... Outra coisa: a arte da capa ficou bem bacana. Uma combinação de preto e branco reluzindo num ambiente cinza. Nem sei se foi de propósito, mas que ficou bonito ficou. Eu citei acima quatro canções do álbum. Citarei mais duas para fecharmos seis grandes faixas do disco: "The Ghosts of Beverly Drive" e "Binary Sea" - a canção que fecha o trabalho. Linda! Não deixe de escutar. O ano está fértil! 


NEWS

- Não tem jeito. Depois de uma loooooonga espera. Loooooonga espera! Foi foda! Estreia "True Detective" amanhã (21) com Taylor Kitsch, Colin Farrell e Rachel McAdams nos papéis principais. Vince Vaughn faz o vilão. Eu adorei a primeira temporada. Simplesmente. Maldade é deixar a rapaziada tanto tempo no soro esperando a nova temporada. Nessa segunda sessão, Taylor faz um policial rodoviário cheio de cicatrizes, Colin interpreta um detetive um tanto quanto "subornável" e de caráter duvidoso, Rachel é a ética em pessoa e Vince assume o antagonista aqui. Vive um chefe de cassino que perde o sócio. A trama desenvolver-se-á acerca da morte de um prefeito corrupto (sócio de Vince) e alguns acordos suspeitos no ramo dos transportes. É isso! Agora é esperar e desejar uma ótima trama! Para quem não conhece o esquema, True Detective não finda a cada episódio. São uma penca de capítulos divididos em episódios (serão oito dessa vez) e ao fim chegamos ao veredicto. Essa fórmula simples caiu muitíssimo bem na primeira temporada. "Here we go"

- O último disco (póstumo) do Morphine, "The Night", completará 15 anos em 2015. Uma das mortes mais viscerais da música. Mark Sandman (Detalhe abaixo) teve um colapso na música "Super Sex" no palco na Itália (Palestrina - 99) e caiu. Começou um ataque cardíaco que mataria o vocalista da banda. Um músico dos mais criativos e geniais do nosso tempo. Mark fora o terceiro dos irmãos que faleceria para desgosto de sua mãe. A história é contada de maneira didática no excelente documentário "Cure for Pain The Mark Sandman Story". Está no youtube disponível. O álbum seria lançado meses depois. 



-  E agora mais essa? O pastel foi a iguaria condenada pelo descaso dos estabelecimentos cariocas quanto a higiene e zelos sanitários. Eu perdi a conta do que já foi autuado... Pastelarias, comidas árabes, restaurantes famosos, supermercados... E a lista é longa! Eu fico mais tranquilo, pois eu como bem mais em casa mesmo, porém urge uma mudança colossal na mentalidade dos nossos empresários. Pelo amor de deus... Não é de hoje que a comida na rua implora por uma higiene mínima, um controle decente de prazos de vencimentos e estoques adequados. Além da necessária elevação no padrão. Como é que é? O empresário só quer ganhar dinheiro? Não tem zelo pelos clientes nem competência para administrar com um mínimo de decência humana? E a saúde da população? É tudo "nas coxas" mesmo? Vergonha na cara, cacete! Quer entrar no ramos de alimentos? Faça direito! Pior é que gosto de comer em restaurantes com comida japonesa... Imagine a m%$#@??? Peixe cru???? Hmmm... 

- Cometi um pecado crucial no último "post"... Deixei de fora meu registro funerário do genial ator Christopher Lee... Que bola fora minha!!! Comentei em redes sociais, conversei acerca, mas não deixei aqui meu penar! Perdoe-me! Descanse em paz, Christopher! RIP.

- Vem por aí um novo álbum do PIL! Angeeeeeer is an energy! 

MARK SANDMAN

O líder do Morphine merece um lugar de destaque na música. Ele foi um dos caras mais criativos que apareceu. Foi uma estrela local em Boston, tornou-se uma maior ainda no país. Foi um poeta, músico, multi-instrumentista dos bons (o Morphine é prova disso) e cartunista. Criou o "twinemen" - um quadrinho com técnicas visuais e foi membro do "Treat Her Right" - banda de blues anterior ao sucesso. Mark nasceu com a arte em seu destino. No documentário fica evidente o trato de seus pais com o menino. Mark sempre foi tímido e lacônico, porém gentil e culto. Era de contar histórias e agitar as coisas. A seu modo, claro. Nesse documentário temos o depoimento de baixistas clássicos (Les Claypool e Mike Watt) falando sobre essa "novidade" de um baixo de duas cordas com "slide" que ele tirou da cartola e moldou o som da banda. Foi algo genial. Morphine foi um som tão criativo que quase ninguém soube cataloga-los... Criou-se o termo "low-rock"... Não tinha como rotular um som daqueles: double strings no baixo e um sax no lugar da guitarra. Era alternativo, mas sofisticado ao mesmo tempo. Era diferente. A mãe de Mark lançou um livro extremamente triste e delicado, pois ela perdera três filhos... Não é qualquer pessoa que segura um troço assim. Isso já marcara Mark de alguma forma. Ele perdeu os dois irmãos de maneira torpe e caiu numa depressão enorme. Já tinha passado por um esfaqueamento dentro de um taxi também... Decidiu se curar através da música. Daí o nome do segundo álbum: "Cure For Pain". Mas, acabou sucumbindo devido a um ataque de coração em cima do palco. Na frente de todos italianos que lá estavam... Acabava o Morphine. Acabava a trajetória de Mark Sandman aos 47 anos. O terceiro filho de Giulle (sua mãe) falecera. Em 1999. Antes do fim do século e milênio. Desgraça e glória, prisão e liberdade dentro de uma biografia muito boa. Mark morou em diversos lugares. Inclusive no Brasil - Santa Teresa no Rio de Janeiro. Falava bem alguns idiomas, entre eles o português. Foi um cara sensacional. Um artista. Bem como a família previra! É isso... Faz muita falta um cara assim... Vida longa ao Mark.


TRACKLIST

Rope on Fire (Morphine)
The Night (Morphine)
You Look Like Rain (Morphine)
Buena (Morphine)
Miles Davis Funeral (Morphine)
Good (Morphine)
Cure For Pain (Morphine)


RIP.

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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Pauta de Hoje: Algiers (Disco), Brant (RIP), Cinema, Talking Heads, Rubem Braga, etc.


ALGIERS

Esse trio americano já vinha lançando singles desde 2013... Ano passado lançaram mais dois ("Games" e "Claudette") e finalmente lançaram seu disco de estreia. O nome é homônimo. E vem com chancela da Matador Records. Coisa boa... Eles vêm da Georgia, mesma terra do REM e B-52's. E finda por aí... Rsrsrsrs... Depois de abrir alguns shows do Interpol em 2008, 2009 os caras resolveram inciar, mesmo, o trabalho fonográfico. Demorou bastante... Tudo bem. Mas, antes de você se aventurar pelos sons "góticos" e soul deles preciso avisar: os caras bebem no som gospel e post-punk. O tom do vocalista Frank James Fisher é bem ao estilão Nick Cave. Juntamente com o som lúgubre e atmosférico torna-se algo mais soturno. Porém, há mais misturas do que se possa imaginar: um industrial eletrônico, reverbs, eco, sintetizadores pesados, drums machine e guitarras mais singelas. É bem bacana! Um som carregado de surpresas e que resultam em seus fones de ouvido (sempre falo) sons etéreos e viajantes. A impressão que me causou também foi de algo produzido numa igreja (de preferência, gótica) com corais e climão dark. A crítica recebeu os rapazes muito bem. A média deles gira em torno de oito (8.0). Nada mal para esse trio que estreia com energia, atitude e distinção em meio a tanto "revival" por aí. Consegui perceber não somente a influência de Nick Cave como de Ultravox, Depeche Mode (antigo) e soul music antiga. Pois é essa a diferença: o som com toda produção e elementos distingue com a voz soul (gospel) do vocalista. Ele é quem quebra essa corrente gótica e industrial. Apesar da impostação grossa a voz do Algiers é puramente soul. É, de fato, uma mistura interessante. Ficou com vontade de ouvir? Eles lançaram disco recentemente e está disponível na rede. Mas, vou te ajudar um pouco. Destacarei cinco canções importantes (na minha opinião) dentre as onze faixas do disco; "Black Eunuch" - com uma cara de jam session e voz soul, "Blood" - faixa política e mais pesada. Linda, "Remains" - bela mistura de soul com industrial, "But She Was Not" - com andamento marcado e programação com reverbs e ecos e "Claudette" - algo mais próximo do rock mesmo com uma linha de baixo super estilosa. Resta apenas completar o serviço deles: além do vocal James (já citado duas vezes acima) completam o trio, Ryan Mahan - baixista, percussionista, programador e Lee Tesche - guitarrista, tecladista e arranjador. Detalhe importante: a bateria eletrônica fica por conta de James. O "drum machine". Entretanto, ao vivo, quem toma conta da batera é o próprio Ryan. Divirta-se! O som é diferente e maneiro. 


NEWS

- Infelizmente o país perdeu Fernando Brant, parceiro de Milton Nascimento e Clube da Esquina. Acima de tudo, poeta dos bons. Clássicos como "Travessia", "Canção da América", Bola de Meia, Bola de Gude", "Maria, Maria" entre mais de 200 composições estão entre sua história. Resta torcer para que a nova geração capte a essência das letras de Brant! RIP.


- Um clássico do Talking Heads (considerado pela crítica o segundo melhor da década de 80) - Remain In Light - completará em outubro desse ano trinta primaveras. Apesar da indicação da imprensa eu prefiro o "Fear Of Music" (79) no todo deles. Claro, que o álbum marca pela percussão e influência africana no som do TK e muda tudo. Reconheço; porém gosto é gosto. E, quando se fala de banda de primeira linha é assim mesmo. É cabeça a cabeça dentro do genial histórico do artista.

- Os principais shopping da cidade estão com uma programação de música gratuita e com qualidade em diversos horários. São jazz, mpb, bossa-nova, etc enquanto o cliente compra ou se alimenta. Eu sei que a vida está dureza (e eu mesmo não vou quase nunca a shoppings), porém o programa é gratuito. Quer uma dica? Vai lá e pede uma cerveja em conta e curta! Depois se mande! kkkkk

- Fui ver "A Espiã que Sabia de Menos" numa de me divertir mesmo. Somente. E, estava acompanhado. Gosto de ver filmes sozinho para distrair, criticar e absorver. Mas, não foi bem o que eu esperava... Eu sabia que se tratava de uma comédia beeeeem light e nada mais. Porém, ri muito pouco e acabei me divertindo mais com os meus pitacos e sacanagens... Rsrsrsrs... Jason Statham ficou bem maneiro num papel de um espião forte, mas ruim e desastrado. Uma sátira consigo. Isso me entreteve. Mas, foi só. Cinema para mim é sagrado. E até mesmo as comédias rasgadas precisam ser interessantes, inovadoras, saca? Enfim... Valeu a ida ao cinema!  

MOSTRA

Galeria de Arte e Literatura
O Lavrador de Ipanema
Estação Central (Metrô)
A partir do dia 24

São catorze imagens da natureza (folhas e flores) com textos de Rubem Braga. O maior cronista brasileiro amava as árvores e sempre exerceu sua predileção. São pensamentos e trechos sobre ecologia ilustradas por imagens.

TRACKLIST

Travessia (Fernando Brant)*
Paisagem da Janela (Fernando Brant)*
Ponta de Areia (Fernando Brant)*
Maria, Maria (Fernando Brant)*
Feira Moderna (Fernando Brant)*
Sentinela (Fernando Brant)*
Bola de Meia, Bola de Gude (Fernando Brant)*

* As canções são parceria, mas mantive somente o nome de Brant como homenagem!


HARE!

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quarta-feira, 10 de junho de 2015

Pauta de Hoje: RUN DMC (King Of Rock), Festival Varilux, Aliança Francesa, Cães, Cinema e tal...


RUN DMC

Em 2005 eu já tinha escrito sobre a banda de hip hop ou rap (gosto mais desse termo) coincidindo com os vinte anos do "King Of Rock" - segundo trabalho deles. Deixei passar o disco de estreia, "Run Dmc" de 84. Ambos são um colírio para os fãs do gênero. Mais dez anos se passaram e cá estou diante de trinta anos do mesmo disco. Sou sempre associado quando o assunto é música ao rock. Natural... Tenho "Rocha" como um dos sobrenomes e brincam com o meu sobrenome de "Rock" (Rocha em inglês). Mas, sempre gosto de deixar claro que, mesmo tendo o gênero como predileto, eu curto música em geral. O que significa dizer que gosto de jazz, blues, samba, pop, eletrônico e seus sub-gêneros (Punk, pós-punk, indie, synth, trip hop, shoegazer, britpop, fusion, etc). São tantos que eu cometerei o crime de não citar tudo. Paciência... Voltando aos rapazes... Lá pelos idos dos anos oitenta fui acometido pela batida e poesia urbana do rap. Mesmo sabendo de Kurtis Blow, Grandmaster Flash ou Afrika Bambaataa e todo o freestyle e o miami bass já estava em andamento por Nova York toda, o RUN DMC foi o que mais me pegou. Herdeiros daquela cultura que surgia na década de setenta com o comportamento, o estilo (bonés, grafites e tênis), passando pelos "loops" e "Scratches" (ranhura dos vinis na batida do som) - tudo aquilo mexeu comigo. E, devo ao trio essa fissura. Rapidamente adquiri os quatro primeiros álbuns e que eu considero a nata deles. Era rock, era rap, era atitude, moda, pegada mesmo. O som recheado de scratches com guitarras cada vez mais pulsava em mim. Três negões com cordões de ouro pesado, vestidos de preto e tênis Adidas (batizaram inclusive até uma canção: "My Adidas"). E eles usavam também um chapéu (não era boné) clássico preto. Era uma atração completa. E os trabalhos eram, de fato, muito bom. Rap da melhor qualidade com guitarras sampleadas e peso. Um som que ajudou a transformar o som de um gueto em hip hop. De Queens (clima pesado das gangues) para o mundo. Genial. Irão passar mais vinte, trinta anos e eu garanto: podes colocar um som clássico deles num ambiente e não haverá uma alma incólume a batida. Constatei isso no único show que eu fui deles no Rio de Janeiro e mais da metade do público conhecia muito pouco. Bastaram duas músicas e o pessoal em peso veio abaixo! Os caras transformaram tudo num pavilhão de rap. Mesma formação: Dois MCs e um DJ comandando tudo para delírio de uma molecada vibrante sem saber como tudo começou. Eu me empolgava e percebia a alegria estampada em todos. Ninguém resistiu. Pulavam, imitavam, cantavam e observavam os traquejos dos caras. As caixas de som reverberavam aquele "bass"... Aquilo retumbava no corpo e produzia uma energia inexplicável. Era pulsante MESMO. Foi um showzaaaaaaço! Valeu cada centavo (nem me lembro quanto paguei). Só para constar - foi uma explosão de sons: "Rock the House", "King Of Rock", "Peter Piper", "Jam-Master Jammin'", "Walk This Way", "It's Tricky", "You'll Be Illin", "Run's House", "Mary, Mary", "Dumb Girl", "It's Like That", "Miss Elaine" e "King Of Rock" para deixar como exemplo... Imagine? Pois é... 


E o álbum? Rsrsrs... Me empolguei... King Of Rock faz trinta anos e fica cada vez mais moderno. Obviamente escutei-o enquanto escrevia. A perna direita balançava... Rsrsrsrs... É automático. O disco é um marco. A começar pelo título: encaixa plenamente na proposta do som. Rap com rock. Hoje pode ser algo bem comum, mas estamos falando de trinta anos atrás... Rap era rap, rock era rock. Esse flerte é que foi a sacada do trio. Graças a esse trabalho eles apareceram e fizeram muito barulho. Foi o embrião para o que viria a seguir: "Raising Hell" - aonde o mundo veria um rocker como Steven Tyler (Aerosmith) juntar-se ao rap e produzir "Walk This Way". Pronto. Todos piraram. A mídia, sobretudo... Era uma enorme mudança no mundo da música. A democracia do hip hop. Obviamente que o Public Enemy andava junto, porém não é dia de falar sobre Flavor Flav (e seu "pequeno" relógio de pescoço) por ora... Esse foi o disco que permitiu toda essa mudança. Há nele rap de raiz, reggae, ragtime, dub, hip hop e tudo mais que você conseguir pensar em som black de periferia. A partir desse trabalho surgiria outros três rapazes muito importantes que colaboravam timidamente e tempos depois fariam muito sucesso: Beastie Boys! Um dos padrinhos deles foi Run Simmons (o RUN) - irmão do produtor Russell Simmons, co-chefe da Def Jam Recordings - somente a gravadora responsável pelo hip hop mundial. De Ice-T a Snoopy Dogg. Só não posso findar com "vida longa" ao grupo, pois Jam Master Jay faleceu. Porém, digo "vida longa" ao som e ao legado que eles deixaram! It's like that!!!!

NEWS

- O Festival Varilux de Cinema (anunciado semana retrasada aqui) começa amanhã aqui no Rio. Em Sampa já estreia hoje mesmo. A Mostra rodará 50 cidades brasileiras e trará 16 filmes franceses. Quinze deles, inédito no país. No Rio de Janeiro treze salas estarão a disposição. Reinam as comédias entre as películas. Corra para verificar o circuito!!! Termina dia 17 próximo.

- Falando em França... Começa hoje (10) uma Mostra de Pierre Fatumbi Verger (fotógrafo e etnólogo franco-brasileiro) com imagens da cidade carioca. Aos olhos do artista são 15 imagens de um Rio antigo. Está na Aliança Francesa em Botafogo.

- Perdi meu tempo vendo "Unfinished Business" com Vince Vaugh e Dave Franco (irmão de James Franco). O que eu achava tratar-se de um filme leve e tranquilo transformou-se numa tremenda furada. Roteiro bobo, final hiper previsível e insosso. Terrível. A impressão que eu tive é que o filme foi feito "nas coxas" para cumprir algum contrato ou meta. Francamente... Bonequinho roncava desesperadamente. 

- Dado curioso do IBGE, porém relevante: segundo o Instituto as famílias brasileiras já têm mais cães (especificamente) do que crianças...! Hmmm... O que você acha?

TRACKLIST

Dumb Girl (RUN DMC)
Peter Piper (RUN DMC)
Miss Elaine (RUN DMC)
Run's House (RUN DMC)
It's Tricky (RUN DMC)
Beats to the Rhyme (RUN DMC)


PEOPLE HAVE THE POWER

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quinta-feira, 4 de junho de 2015

Pauta de Hoje: Xoxota (sim... Isso mesmo!), PIL, Tracks, Hendrix, HBO, etc...


XOXOTA


Como assim um camarada escolhe o termo xoxota como tema principal de um texto? Loucura né? Mas, essa "vibe" veio-me na terça-feira ardendo em febre (será que foi delírio?) e assistia a um DVD do PIL (Public Image Limited). Me lembrei do disco "That What Is Not", o famoso disco da XOXOTA da banda. Mas, o aviso é de que não é isso... Rsrsrsrs. Você já viu a capa do álbum? Pois é... Uma xoxota cabeluda muito bem desenhada, porém dizendo que não é. Pode ser um bicho. Ou um objeto com cerdas grossas e pretas visto de um ângulo distinto. Pode ser muita coisa. Ou somente provocação mesmo. E é aí que eu quero chegar... Provocações... Ih, lembrei do Abujamra (falecido)... Mas, voltando... Por que é tão feio falar, mencionar certas palavras? Posso falar inúmeros verbetes e ninguém atentar-se a palavra, mas sim ao conteúdo e sentido. Por que, raios, alguém fica puto ou sensível se eu meter a palavra "xoxota" num assunto? Será que é maldição da propria palavra ou as pessoas é que não sabem lidar com verbetes associados a sexualidade? Não sou um cara que sai por aí gritando: xoxota, xoxota, xoxota!!!! Não é isso... Mas, por que alguém vai sempre sentir-se desconfortável se outrem mencionar, mesmo que rapidamente, o termo xoxota? Faça o teste: junte cinco amigos seus e conte algo. Respire, olhe atentamente e diga: xoxota! Dois vão rir, um vai ficar encabulado. E por que, caralho? Ops... Xoxota! Eu sei, eu sei... Não há nada de urgente aqui, porém, eu, na qualidade de (pseudo) escritor fico cismado com a importância ou reverberação de verbetes da língua portuguesa. Vou dar dois exemplos: "merda" e "cacete". Esses dois outrora vistos como maus elementos e danados foram anistiados e passaram a fazer parte de um diálogo normal. Dependendo do contexto em que colocas passam desapercebidos e até relevantes (olha o paradoxo) nas conversas. O sujeito faz uma cagada contigo. Ou está desarranjado... Intoxicação alimentar... Tudo isso remete-nos a "merda". Agora, o sujeito aprontou algo grande contigo... Vás tomar uma surra. Ou o seu filho foi pego roubando. A polícia na sua porta. A mãe senta-lhe a porrada. Vais tomar o quê? Um cacete daqueles... No melhor cenário de todos entram como interjeição... "Merda!" ou "Cacete!"... Super compreensível, não? Esqueceram um forno ligado... Ou deixei o ferro ligado... Cacete!!!! Esqueci de pagar a conta! Merda! Acabaram os ingressos... Merda! Muita gente mais desbocada achou brecha para meter um "caralho" aí, mas é deselegante. Cabe, contudo precisa haver muuuuita intimidade entre os ouvintes. Mas, e a "xoxota"???? Aonde entrou? Em lugar algum... Xoxota é algo que não sobe de fase. Está fadada a ficar como palavra feia ou de baixo calão. Ou pornô. Simples... Não existe espaço nesse mundo para ela. Pena. Ahhhhhhhh... Eu me empolguei tanto que passei batido com o disco do PIL...


E aí? É ou não é? Rsrsrsrs... Particularmente, eu acho que é... Mas, justamente como escrevi acima não me fere em nada. Digo apenas que a capa quando saiu teve um selo no meio da foto censurando. Grandes merda (opa... Viu?) também... Das canções nesse disco gosto de cinco faixas em especial... Não trata-se nenhuma obra especial deles. Aliás, "DELE". PIL é John Lydon e só. Desde o começo o músico irlandês-inglês deixou claro que iria fazer sua banda após ser demitido dos Pistols. Mandou McLaren para PQP! e juntou craques para os primeiros discos do PIL. Marca que ficou. Lydon sempre esteve acompanhado de feras: Keith Levene, Jah Wooble, Steve Vai, entre outros. Se antes, o lucro ia todo para McLaren com os Pistols - dessa vez Lydon era Imagem Pública "Limitada" (sem vender-se a ninguém). Tanto é que de 78 (primeiro disco) até 89 (último disco mais importante com vendagem considerável) John controlou tudo. Afogou as mágoas em 77, levantou e tornou-se uma da figuras mais importantes da música. Enquanto Steve Jones, Paul Cook, Glen Matlock (no lugar do falecido Sid Vicious) circulam por aí, Lydon assassinou seus fantasmas com uma das melhores bandas de pós-punk. Sem sequer babar ovo de quase ninguém. Quer exemplos? John declarou que achava um cumprimento sua banda (PIL) não ser tocado em radio alguma. Debochou da rainha anos antes de Morrissey, declarou que o sonho inglês era ilusório, estampou uma xoxota na capa (olha ela aí de novo), Flertou com o dub, ska, eletrônicos, e pouco se importou com os punks ortodoxos, mentiu nas maiorias das entrevistas, cuspiu na MTV Americana, brigou com metade do "mainstream" e saiu ileso. Sua voz segue a mesma (queria ver essas porcarias de American Idol ou The Voice expulsando-o. Pois, John nunca primou por qualidade técnica ou afinação) e sua língua mais ferina possível. Mas, ele se banca. Essa é a grande diferença. Para fechar esse papo todo preciso dizer duas singelas coisas: PIL é algo que me tira do sério e muda até hoje minha zona de conforto; e do começo até agora foram quinze vezes escritas a palavra XOXOTA (já contando com essa). Doeu? Ofendeu tanto assim? Aos meu ouvidos foram lírios...

NEWS

- O Shopping JK, em São Paulo, receberá Hendrix Hits London. Um exposição com 120 itens divididos em quatro alas. A promessa é de mostrar porque Jimi foi o maior guitarrista e mais importante. Desde o tremolo ao seu posicionamento no palco afim de obter melhor ou maior microfonia... Yeah!

- Mata Atlântica: a derrubada da floresta diminuiu 24% no ano passado e se aproxima da meta de desmatamento ZERO! Yeah, porra!

- Nicole Kidman e Reese Witherspoon serão as protagonistas de "Pequenas Grandes Mentiras" baseada do livro homônimo. Uma série que vem com a assinatura da HBO. E prevista para 2016.

- Sepultura vem aí... RJ e SP nesse mês... 30 anos de banda! Parabéns. 

- Um dos maiores docs. que eu vi na minha vida, "O Sal da Terra" foi indicado para o Prêmio Platino del Cine Iberoamericano. A atriz Leandra Leal também foi indicada pelo filme "O Lobo atrás da Porta".O resultado sai dia 18 de julho! Parabéns!



TRACKLIST

Paris Smith (Prefab Sprout)
The Wedding March (Prefab Sprout)
The Ice Maiden (Prefab Sprout)
Moon Dog (Prefab Sprout)
Billy (Prefab Sprout)
All the Worlds Loves Lovers (Prefab Sprout)




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