domingo, 29 de julho de 2012

Pauta de Hoje: Beat, Vivaldi, BNegão, Blitz, Jazz, News, Tracks e obscenidades...

OPINIÃO

Depois dessa enxurrada de menções, filmes, livros, artigos e até cursos sobre a geração "beat" - fiquei com a impressão de que boa parte do pessoal não entendeu ou não pescou o "clima" (mood) dos caras. Claro que o estilo hedonista (ou epicurista?) ajuda e muito o não-entendimento. Ficou a impressão de que essa geração se baseou em trepar, viajar e drogar-se. Basicamente, uns neo-hippies com mais disposição física. Não foi bem assim... Precisa-se levar em conta a época, os tempos, o estilo que diversos artistas impunham.   Sem falar na sonoridade deles. Lembra muito os "mods". William Burroughs, por exemplo, sempre foi uma figura de respeito com vestes antigas e sofisticadas, mas por seu vício em heroína e suas famosas prisões era uma figura lendária e "old fashionned". Um velho de nascimento. "Junky" narra muito bem à época e o estilo dos rapazes de seu convívio. Jack Kerouac era mais indômito. Muito mais disposto e "rebel". Algo próximo de James Dean com jazz, sexo e literatura. Uma liberdade que já anunciava-se com o fim dos anos 50. Já tínhamos James Dean, Elvis Presley, o rock'n roll de Bill Halley e o começo dos Beatles. Mas, não bastava requebrar, envenenar carrões e mascar chicletes. Jack, Neal Cassady, Burroughs, Ginsberg ansiavam por procuras, drogas pesadas, sexo livre (a maioria dos representantes praticavam o bissexualismo) e rebeldia irresponsável. Uma busca ao prazer sem freios, mas de maneira distinta dos topetudos da época. Havia a filosofia francesa, a literatura européia, o jazz negro da América e todo um país a se conhecer. Todos misturados a vida mundana. Alguns escritores vinham de família aristocrática e respeitada. O acesso é livre e  irrestrito, porém sem a menor discriminação social no convívio. Traficantes, amigos de copo, todos eram livres para se relacionar e viver. Burroughs tinha amigos ricos e super pobres. Dividiu celas com toda espécie humana. Isso enriquecia-o, deixava-o feliz. Transitavam todos sem distinção. Embora, os personagens tinham a literatura e o "style" como marca. O importante era manter a mente aberta e viva. Disso tratava-se os rituais de consumo de diversas drogas. De qualquer forma, muito perde-se em "ritmo", "timming" e visão, hoje em dia, ao discutir sobre os "Beats". Talvez necessite de mais mentes livres e limpeza de espírito a quem quiser criticar. 


NEWS

- Próximo dia 2 de agosto fará 90 anos o Museu Histórico Nacional. Em comemoração serão lançados um carimbo e um selo com a fachada do Museu. Edição para colecionadores.

- Pesquisadores acham parte de uma obra de Vivaldi antes dela ser terminada. São vinte árias diferentes da original executada na época.

- Essa revitalização do Porto no Rio de Janeiro está virando um oba-oba internacional. Alguns investidores estrangeiros comprometem-se em custear a área, dentre eles o empresário americano Donald Trump. Mais de 30 mil metros foi o que comprou o americano. A pergunta fica: A quem interessa? A que preço? Aguardemos.

- Escutei o novo disco do BNegão e os Seletores de Frequência. Fiquei entusiasmado com o som da rapazeada. Muito soul, funk e sonoridades modernas. Criatividade pura. Muito bom!


INFRAERO

Uma das coisas mais apreciadas em um aeroporto é a voz macia e "acamurçada" da locutora. Desde de 1976, Iris Lettieri foi dona dessa poderosa e linda voz. Seu contrato com a Infraero findou e ela foi demitida, porém permanece apenas no Tom Jobim (RJ). Aos 70 anos, a locutora confirma que "ainda" desperta imensas paixões dos passageiros em razão da voz. Eu fui um desses quando adolescente. Ficava hipnotizado. 

BLITZ ASSASSINA

Lendo sobre o assassinato do publicitário Ricardo Prudente... Dentro do carro, seus pertences e "talvez" 50 gramas de maconha. Ele foi morto porque fugiu de uma blitz. Nunca saberemos o motivo. Pois é... Lembrei de uma vez em 1994, quando eu e mais dois amigos desviamos de uma blitz por achar que a rua estava fechada. Viramos de forma rude mesmo e em 30 segundos já haviam duas viaturas no nosso encalço. Por sorte eu falei para meu amigo parar. Antes mesmo deles estarem perto. Já tínhamos ouvido o cantar de pneu dos policiais. Saímos todos de mãos acima sem reação alguma. Apenas metralhadoras e fuzis nas nossas cabeças. E, foi complicado à beça explicar. Hoje, anos depois, eu penso: tivemos sorte. Vai que os caras atiram? Como fuzilaram o publicitário... "Hard Times", bicho!

TRACKLIST

Alteração ÉA (BNegão & Os Seletores de Frequência)
Subconsciente(BNegão & Os Seletores de Frequência)
Bass do Tambô(BNegão & Os Seletores de Frequência)
Sintoniza Lá(BNegão & Os Seletores de Frequência)
A Praieira (Chico Science e Nação Zumbi)
Maracatu Atômico (Chico Science e Nação Zumbi)
Samba Makossa (Chico Science e Nação Zumbi)
Da Lama ao Caos (Chico Science e Nação Zumbi)


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