terça-feira, 22 de setembro de 2015

Pauta de Hoje: Política, Amy Winehouse, Festival do Rio, Battles (disco), Tracks e mais...


"... A violência é tão fascinante
E nossas vidas são tão normais ..."

(Baader-Meinhof Blues)

PARTIDOS

Para quem assistiu ao debate dos presidenciáveis em 89 quando dez, doze candidatos, entre eles Brizola, Maluf, Covas, Collor (ausente no famoso debate), Lula, Afif, Covas, Freire, Ulysses, Aureliano Chaves, Enéas, Gabeira e por aí vai... Sendo que nem todos compareceram - ou por manipulação televisiva ou por malandragem mesmo... Caso do Collor. Na época, o candidato vinha sob alcunha de "caçador de marajás" (rsrsrsrs...) Sim... E muita gente acreditou. Tanto levou fé que o mancebo foi eleito. Mas, o que mudou desse debate para o último entre Dilma e Aécio? Dentre tantas outras eu cito uma que simplesmente simboliza o momento do país: a polaridade política. Enquanto no passado tinha-se uma dúzia de candidatos a se votar, nessa ou era governo ou oposição. E, cá entre nós: era seguir o caminho que o PT já estava (que se desenhou ruim) ou mudar para a volta do PSDB (partido que governara antes). Que merda, não? A pluralidade política sumiu. Os partidos distintos tornaram-se de aluguéis ou porta-bandeiras de uma ou duas causas. Numa época que um partido e seus coligados necessitam é de um plano nacional em seis áreas, ao menos: saúde, educação, transporte, economia, segurança pública e saneamento básico. Os mais urgentes. Agora; faz-se necessário também uma melhor distribuição de renda, moradias, gestão ambiental, reforma agrária (nunca feita no pais), reforma tributária e previdenciária. Se esqueci alguma me perdoem... Porém, são essas as mazelas relevantes do Brasil. E todo político, não se engane, sabe disso. A questão é: a quem interessa e se ele e os envolvidos vão receber. Não é? Pois é... Bem... De lá de 89 pra cá surgiram moeda nova, planos econômicos inúmeros, criação de impostos, impeachment, oscilação de inflação, políticas públicas sociais e planos contra fome. Para ficarmos de maneira sintética aqui. O fato é que os partidos ficaram pequenos, outros surgiram (caso do DEM, PPS, etc) e ficou-se com PT, PSDB, PMDB e DEM. Partidos outrora gigantes como PDT e PTB diminuíram... PCB, PDS e PP findaram. Enfim... Uma série de siglas aí que não nos dizem nada. Mas, eu gostaria de citar uma experiência pessoal para simbolizar um pouco aqueles que acreditam num país social e com pensamentos mais esquerdistas... Apesar do que representa a "esquerda" hoje em dia. Em determinado ramo, trabalhei durante muito tempo. Fui bem feliz, pois minha labuta sempre rendeu frutos para mim e para os envolvidos. Leia-se frutos como: realização prática. Salário sempre foi consequência. Isso não é riqueza. Porém, em determinado ano houve uma sujeira nesse setor onde muitos envolvidos foram flagrados em corrupção. O que que aconteceu? O governo cortou a verba até se estabelecer e apurar os fatos. Meu trabalho seguiu, mas a verba foi cortada. Em termos de remuneração fiquei afetado. Governo Lula! O que faria um reacionário, coxinha, alienado político? Xingaria, marcharia contra a iniciativa e juraria campanha contra, certo? Certíssimo... Eu fiz o contrário: segui trabalhando, dando seguimento ao possível e promovi o bem-estar social. Não me revoltei, pois sabia que o governo tinha "extrema" razão. Não tinha como ver caso a caso num universo de milhares de empresas no setor. Era necessária a apuração. Meses depois - tudo acertado, e sempre trabalhando minha remuneração voltou. Simples? Nem tanto. Mas, para quem pensa em si e em todos como sociedade é assim que funciona. Não é ser burro ou idiota - é saber que o bem comum é vital para todos. Funciona para você e para todos. O fruto disso é uma sociedade mais beneficiada (em suas classes menos favorecidas) e um bem estar comum. Talvez, alguém pense que o meu não-egoísmo foi resultado da minha não pobreza. Te digo que não. Juntos comigo tinham outras pessoas menos afortunadas. Sobreviveram de bicos, mas sempre me ajudando. Isso é atitude social. Pergunto-lhes: você vê algo parecido nessa massa reacionária, tida como coxinha? Eu não vejo. Basta afetar o bolso dele que ele ruge sem ao menos pensar no próximo. Leio e vejo isso todos os dias... Quero mudar seu pensamento não... Porém, nem ouse mudar o meu. O meu não vive na teoria, ele é praticado todos os dias... 

NEWS

- O Festival Rock In Rio recebeu uma bela notícia essa semana: a renovação do contrato entre a organização e a Prefeitura do Rio. Ficou asseguradas as edições de 2017 e 2019. Estima-se em mais de um bilhão de reais movimentados nessa edição. A previsão é dos sete dias. $$$$

- A banda U2 teve seu show cancelado no último fim de semana em Estocolmo. Parece que o esquema de segurança foi falho e organizadores suspenderam sem dar quaisquer explicações ao público. O jornal sueco "Aftonbladet" afirmou que um homem furou o bloqueio e entrou armado! Eita!!!!

- A Sony Music e a Egrem (responsável pelo catálogo dos principais artistas cubanos) chegaram a um acordo inédito musical. Será uma parceria americana em Cuba e contará com a representação da multinacional na ilha. A ideia é divulgar os cubanos de mais prestígios. "Si, pero no mucho"

- Uma parceria entre a Universal e a rede Cinemark fechou o documentário "Amy" no Brasil. Sabe-se que o doc. será exibido entre os dias 26 e 29 desse mês (setembro), mas não tem as cidades ainda divulgadas... Eu li sobre Manaus, São Paulo, porém não li o nome do Rio em nenhum lugar. Espero que seja só falta de informação mesmo... Seria uma bola furadaça! No Reino Unido foi um delírio só a película!


FESTIVAL DO RIO

Cinéfilos: vai começar o esperado festival que agita a cidade em outubro. Os passaportes já começaram a ser vendidos nessa segunda (21). O passaporte com 20 ingressos está custando R$ 180. Serão cerca de 250 filmes de mais de 60 países exibidos em 20 locais pela cidade. O Festival começa dia 1 de outubro e vai até o dia 14 de outubro. A 17ª Edição terá a abertura feita no Cine Odeon com o filme "Chico - Artista Brasileiro" de Miguel Faria Jr.


DISCO

Amigos que curtem som e outros comentaram comigo a respeito dos discos de Lana Del Rey, Keith Richards e até do Prince. Até estavam na fila, mas já li sobre todos em alguns blogs. Pensei: "Que diferença iria fazer no meu blog?" Nenhuma, né? Mais uma "resenha". Logo - deixei de lado. Aqui eu procuro fugir mais do óbvio e pinçar outras sem tanto "hype". Tem funcionado! Rsrsrsrs. Enfim... Banda de NY - o Battles - é mais uma banda "math rock"... Aqueles sons cheio de efeitos que flertam com o free jazz, o prog e o rock experimental. Nessa semana eles lançaram seu terceiro disco: "La Di Da Di" pela Warp Records. Escutei duas vezes (uma sem fone e outra com fone) nesses três dias. Um disco cheio de surpresas e sons etéreos. É pra viajar mesmo. Já foi um quarteto - Tyondai Braxton (sobrinho do jazzista Anthony Braxton) saiu logo no primeiro álbum. Permaneceram John Stanier (um dos fundadores e ex-baterista no Helmet), Dave Konopka (baixo e efeitos) e Ian Williams (guitarra e teclados). O selo "Warp Records" remete a muita qualidade no gênero. Basta mencionar que eles são os responsáveis pelo Aphex Twin e por Broadcast. De qualquer modo - o trabalho é super cool. Faixas como "The Yabba" e "FF Bada" são porradões com muito experimentalismo. Quem não está acostumado achará que é som doidão e cabeçudo. Até é, mas é bom e super criativo. Gostei de cara de "Dot Net" - uma bateria rockeira e som classudo. Direto na veia. "Summer Simmer" é para físicos quânticos... Rsrsrs... Não, sério. O som pira legal. Um "prog" cabeçudaço! Para resolver algum teorema estressante. E isso é um elogio. "Dot Com" é uma faixa eletrônica bem interessante. Ao mesmo tempo que ela embala tem uma pegada "rocker". Ficou uma fusão legal. "Megatouch" é outra que me pegou. Tem uma linha de baixo e teclado bacana. Marcado. Acho que a essa altura todos já perceberam que os caras não têm vocal, né? Pois é. Tudo instrumental... Hahahaha... Até porque o vocalista era Braxton. Mas, a banda sobreviveu ao cara. E, Braxton não era propriamente um cantor; era mais um maestro, pois o som é instrumental de raiz. O papo é música MESMO. São 12 faixas bem talhadas no experimentalismo recheadas de teclados, efeitos de guitarra e bateria alta. A crítica avaliou o trabalho como sete. Eu, sempre mordaz e dissonante, prefiro um sete e meio a oito. Me disse algo. Incomodou. Provocou. Isso é arte na minha opinião. Belo disco!

TRACKLIST

Iodine (Leonard Cohen)
Bird On the Wire (Leonard Cohen)
The Stranger Song (Leonard Cohen)
Avalanche (Leonard Cohen)
Joan Of Arc (Leonard Cohen)
I'm Your Man (Leonard Cohen)

Semana dedicada a Leonard Cohen, que completou ontem 81 anos. Fuce a internet que você encontrará diversos docs. ou entrevistas sobre o mestre. É encantador! Vida longa ao "silencioso".


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