domingo, 21 de fevereiro de 2016

Pauta EXTRA: Rolling Stones (2016) - Maracanã - Olé Tour


ROLLING STONES - OLÉ TOUR

"... I can't get no ..." Mick Jagger gritava para as milhares de pessoas no gigante estádio carioca. E o riff embalou até o fim do show... A banda entrou às 21:52hs, vinte e dois minutos de atraso, e encerrou com o clássico mor às 00:15hs (tudo bem que o relógio foi atrasado devido ao término do horário de verão - voltando para às 23:15hs) para deleite dos mais de 65 mil presentes (números oficiais da organização) ao estádio do Maracanã. Estava terminado o show! E que show!!!!! Duas horas e vinte e três minutos de muito som. Ninguém consegue explicar como uma banda com seus integrantes principais na faixa dos setenta anos conseguem permanecer esse tempo no palco. Eu arriscaria duas coisas: Rock na veia e benção divina. Se tem algo que eles nasceram pra fazer é música. E palco. Muito palco. Vi muita gente nova entregando os pontos ao fim do show e os "velhinhos" firmes e fortes. Detalhe: os caras estão há mais 50 anos nesse negócio. Não é para qualquer um... Outra coisa que me chama muita atenção é a magia e a sorte de presenciar uma parceria sublime chamada Jagger-Richards. Pare para pensar em quantas duplas temos na história da música moderna com essa maestria e longevidade...? Tivemos inúmeras, certo? Mas, por quanto tempo? Dez, vinte anos? Talvez resida aí o segredo dessa força toda: tesão! Keith Richards adora o que faz (para mim é o que mais sente prazer na banda) e executa com uma alegria natural. Decerto que ele não movimenta-se muito como o Jagger, porém parece divertir-se muito mais do que qualquer um. É nato. Jagger também, claro. A missão dele é mais hercúlea. O cara é o frontman de uma das maiores bandas de rock do mundo e é quem ciceronea a platéia. É o mestre de cerimônia da turma. Ele é o dínamo do RS (permitam-me abreviar) e quem comanda o show. Suas requebradas, molejo, danças, palmas, voz e performance em geral ditam a "vibe" do show. E da platéia. Falando nisso... Esse é outro ponto positivo dos Stones. Dificilmente ouviu-se falar em ciúmes ou inveja de qualquer trabalho solo dos integrantes. Jagger lançou discos, Keith Também, Ron e Charlie idem. E tudo sempre esteve bem. É ou não é do cacete? A indústria musical gera muita vaidade, muito dinheiro e trairagem... E o RS passou por tudo isso. Dos anos sessenta até a presente data. Não há nada nessa indústria que eles não tenham visto. Certo? Pois é... Todos esses aspectos fazem deles o que são. Música! Música! Obviamente que toda a produção ajuda e banca a estrutura, a iluminação, o cenário, a mesa de som, o gráfico do show nos telões, etc... Tudo de primeira linha. É show... Show! Isso você pode esperar sempre deles: um show. Seja você um profundo conhecedor, um fã apenas, um discreto admirador ou até mesmo um alienado em Stones. Não importa. Se você entrou no show irá divertir-se muito. E contagiar-se com que verás. É qualidade e pé embaixo... 



(Mimo da cervejaria patrocinadora do evento)

A banda de apoio também deu um show, sobretudo na hora em que Mick foi dar um giro e Keith Richards assumiu vocais e passou a comandar o show. Muito aplaudido (muito), o guitarrista empunhou seu violão e seguiu mandando ver. Com ele a banda de apoio destacou-se mais. As backing vocals, os sopros, percussão, teclados, etc... Todos músicos de primeiríssima linhagem. Pudera, né? Keith cantou duas canções: "You Got the Silver" e "Before They Make me Run" acompanhado de Ron Wood (o mais novo da banda com 68 anos). Ficou muito a vontade e curtiu demais. Benzido no blues, Keith segue trabalhando com diversos músicos de blues estrada afora. E, tem ótima voz também. 



(Por volta de 19:00hs... Antes do show do Ultraje A Rigor)

Falando em Ultraje a Rigor... O show deles foi ok. Nada demais... Executaram durante 60 minutos diversos hits, sobretudo os mais "políticos"... Como "Inútil", "Filha da P...", "Nós Vamos Invadir Sua Praia", "Mim Quer Tocar" e outras como "Sexo", "Pelado" e "Marylou". Não tinha como ser ruim... Jogo ganho. Porém, Roger (vocalista) aproveitou o ensejo para reclamar e proferir suas posições políticas à plateia. Foi ignorado. Também ficou puto com o tratamento dispensado da produção dos Stones para com eles. Bom... Isso não é a primeira vez que acontece (o IRA! mesmo deu um beiço por esse motivo no RIR e o próprio irmão de Roger deu um soco num dos caras da equipe de Peter Gabriel recentemente). Temos que separar duas coisas aí: a posição política do Roger (que eu discordo veemente) e o tratamento às bandas nacionais. Estamos em solo brasileiro. Quem manda somos nós. Parar com essa idiotice de arregar para gringo. Então é melhor não ter porra alguma de abertura. Traz uns zé ruelas gringos mesmo. Vergonha na cara! Culhão, porra! Do seguinte tipo: Ok. Vamos dar-te todo suporte, mas terá uma banda nacional e quero qualidade. Os caras são músicos daqui e o respeito é "sine qua non"... Reto assim... Caso contrário nem chamo. Isso aqui é negócio? Então vamos começar a trabalhar direito nessa porra, ok? É isso... Desculpem-me pelos palavrões, mas é que eu fico muito irritado com gente bunda mole. O povo brasileiro não ficará melhor com show dos Stones... Isso não paga escola, hospitais, segurança e educação. Isso é entretenimento. E só. Captou? Pois então...

SET LIST DOS STONES

Start Me Up 
It’s Only Rock ‘n’ Roll (But I Like It) 
Tumbling Dice 
Out of Control 
Like a Rolling Stone (Bob Dylan) (após resultado de enquete online) 
Doom and Gloom 
Angie 
Paint It Black 
Honky Tonk Women 
You Got the Silver (Keith Richards nos vocais) 
Before They Make Me Run (Keith Richards nos vocais) 
Midnight Rambler 
Miss You 
Gimme Shelter 
Brown Sugar 
Sympathy for the Devil 
Jumpin’ Jack Flash 

Bis: 

You Can’t Always Get What You Want (com o Coral da PUC-Rio) 
(I Can’t Get No) Satisfaction


Ron Wood, a guitarra base, irmão de Rod Stewart, faz bem o papel de coadjuvante de Ketih. Não que isso seja menor. Ao contrário, é ele quem trabalha muito para Richards solar e brincar. Sem Ron, Keith seria tolhido de diversos solos e brindes harmônicos. Imagine? Pois é. Prefiro nem imaginar... Não menos importante, Charlie Watts, o baterista fina estampa. Do alto dos seus 74 anos desfilou elegância na bateria e o seu jeito indefectível de suavizar as baquetas. Watts é de um requinte ímpar. Tocando ou conversando. Manja aqueles britânicos elegantes e polidos? Charlie é assim. Termina um show numa cidade quente (como o Rio) suado, claro, mas como se tivesse fechado um relatório gerencial num banco ou escritório. Extremamente profissional e preciso. Impressionante. Sou um fã dele. Um verdadeiro cavalheiro britânico. 

MISS YOU



SATISFACTION


Perdoem-me a "crueza" na qualidade dos vídeos, porém esse estava munido de um celular chinfrim, mas que me acompanha sempre. O que vale é a intenção. Rsrsrsrs... E eu também não vou pagar direitos pra ninguém...Rsrsrsrs... Não preciso. Está tudo comigo e na minha mente... Certo?

A banda parte agora para Sampa (nos dias 24 e 27 de fevereiro) e Porto Alegre (em 2 de março) finalizando sua passagem pelo Brasil. Uau! É isso, fellows! Se cuidem...

PRÓS

1) Apesar de bastante lotado, o metrô conseguiu suportar a carga. Na ida a rapaziada colaborou e todo mundo chegou mais relaxado. Ao menos quem se antecipou e chegou até 21 hs...

2) Segurança total. Não soube (até o momento) de nada que tenha gerado tensão... Brigas, furtos ou assaltos. Foi bem civilizado o antes, o durante e o depois.

3) Comida: não tinha muita opção, mas dava para se virar com sandubas ou hot dogs assim. Não era uma feira gastronômica. Supriu a rapaziada. 

4) Palco dos Stones: tudo na medida para a banda. Até porque vacilaram demais (a equipe e o estádio) com o palco antes do show principal e no momento do Ultraje a Rigor

5) Trânsito: como muita gente optou pelo transporte público, os carros trafegaram bem antes do espetáculo, e tiveram poucos problemas para deixar o estádio depois. A Prefeitura havia fechado algumas ruas e alterado o trânsito para a melhor circulação dos pedestres.

CONTRAS

1) Uma vergonha o estádio do Maracanã não ter capacidade para conter a chuva. Já mencionei sobre a cobertura retrátil (a grana que desviaram daria para colocar) e o tempo. Resultado: palco alagado, equipe passando rodos e vassouras no palco, parte coberta também alagou e ficou feio. Os banheiros estavam limpos, mas não tinha como resistir com tanta gente molhada e com lama nos pés.

2) Desinformação do pessoal nas cadeiras, sobretudo as cativas. Houve a informação de que não precisaria de lugar marcado (mesmo sendo cativa) na entrada das cadeiras. Contudo, houve alguns desentendimentos com as pessoas que faziam questão de sentar no seu lugar. Quer dizer: o direito é legítimo, mas e aí? Mudaria-se centenas de pessoas em efeito dominó? 

3) Atraso de vinte minutos para o show dos Stones. O Ultraje saiu com uma hora de espaço. Tempo de sobra para qualquer coisa. 

4) Bebidas de cartel: só Pepsi, Budweiser (única opção alcoólica) e água. Preços fixados e sem chance de economizar. Ou tomava-se Budweiser ou nada mais. Cerveja única. 

5) Limpeza no banheiro feminino. Essa me confidenciaram... E, não era pelo pessoal da limpeza não. Eram as mocinhas mesmo que faltaram a aula de educação e higiene. Porquinhas de plantão. Eita!!!!


.: