segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Pauta de Hoje: Paul Weller (disco), Chemical Brothers (disco), Eurodisney, Child 44, Heloíse Godet...


PAUL WELLER

O "Modfather" está de volta! Depois de "Sonik Kicks" de 2012, Paul lança seu décimo-segundo álbum solo. "Saturn Pattern" saiu mês passado (ou retrasado...) e já encuca a rapaziada que curte os bons sons... Minha relação com Paul começa exatamente aonde deve ser: The Jam. O trio poderoso inglês pós-punk que embalou gerações... Uma das minhas bandas prediletas. Depois o cantor montou o estiloso e classudo "Style Council" na década de 80 e 90... Um som mais distinto do Jam e flertante com a soul, jazz, bossa e pop mais sofisticado. Até começar sua carreira solo. Weller é uma espécie de divindade inglesa como Morrissey ou McCartney. Ex-integrante de uma baita banda, seu talento não o impediu de seguir criando. Esse trabalho novo mostra um peso maior e um estilo único de tocar. Além de sua voz privilegiada. O disco saiu em vinil, CD, em formato digital e até numa versão deluxe que inclui DVD. Uow! São nove faixas bem distribuídas em peso e som. Temos "White Sky" com uma guitarra pesada e marcada. Com a classe de Paul... A faixa-título, "Saturn Pattern" também já te pega pela perfeição entre baixo, guitarra e bateria. Um som com uma base soul e teclados espaciais. Muito bom. "Long Time" é outra que parece um som bom que você já escutou na vida. A familiaridade que o ouvinte tem com o álbum é impressionante. Ouvi duas vezes seguidas e a impressão que tive é que o álbum nasceu pronto. É bom, instigante, belo, pesado, criativo, ritmado... Um puta trabalho dele. "Going My Way" - uma balada com um piano belo e singelo. O que é "These City Streets"??? Uma absurdo de canção. Oito minutos de pura soul music com um rock "space" e arranjos lindos. Fiquei de cara! E é a canção que encerra o álbum... Para deixar a pessoa de queixo caído e querendo mais. Outra coisa que é preciso chamar atenção é sua banda de apoio. Todos de extrema competência, talentosos e coesos. Bandaaaaça! Ainda temos mais duas canções que eu gostaria de citar: "Pick It Up" com seu compasso irresistível e refrões "like Primal Scream", além de arranjos etéreos e "Phoenix" - um petardo bacanérrimo e elegante. Sonzeira roqueira total. Dois detalhes: 1) ficou de fora por questão de "agenda" uma parceria de Weller com Noel Gallagher, pois a canção não ficou pronta no tempo. 2) outro detalhe é que Weller tinha 30% do disco pronto. Afirma que criou e desenvolveu tudo dentro do estúdio mesmo. Uma forma que nunca havia trabalhado. Bom... O resultado ficou fantástico! Vale cada faixa! O "Mod" voltou!


CHEMICAL BROTHERS

Mudando completamente de som... Mas, primando pela boa música. "Born in The Echoes" dos irmãos químicos é sólido. Pode não ser um clássico como "Exit Planet Dust" (uma revolução absurda), mas impressiona. Assim que escutei "Go" fiquei chapado! Que som poderoso! Conta com a participação de Q-Tip (Urban Dance Squad). Super "punch". Um EDM visceral. O trabalho todo é adequado para uma pista. Porém, não uma pistinha qualquer... Os caras descem o dedo MESMO no quesito "peso". Há cinco anos após seu último disco, "Further", o Chemical Brothers ratifica seu som moderno, relevante e atraente. Como eu sempre escuto com fones de ouvido consigo capturar o minimalismo de certas batidas e detalhes de produção das faixas. É impressionante. Tente ficar indiferente ao som de "EML Ritual" (um torpedo eletrônico) ou "Reflexion" - algo hipnótico. São onze faixas dançantes e pulsantes, além da versão "deluxe" que vem com mais quatro músicas. Dois remixes de faixas contidas: "Go" e "Reflexion" e outras duas de bônus: "Let Us Build A City" (lembra um pouco Depeche Mode) e "Wo Ha". "Under Neon Lights" conta com a participação da cantora St. Vincent. A canção se aproxima um pouco do que Madonna tem feito ultimamente. "Wide Open" conta com o cantor Beck. Já "I'll See You There" e a faixa-título, "Born In The Echoes" bebem diretamente do rock... Lembrando as pancadas mais sensoriais do Black Keys. Se você é fã ou não de EDM merece escutar essa porrada! Disco fundamental nos dias de hoje. Lição por lição! 

NEWS

- "Crimes Ocultos" é um bom filme para se ver... Digamos... O outro lado da história. Vista pelos russos. Um filme atual, mas que retrata de forma mais crua certas ditaduras socialistas. O original chama-se "Child 44"... Belo nome!

- Oui... Oui... Parece que a Eurodisney, especificamente, em Paris tem se comportado mal. Existe uma acusação de que a filial francesa cobra diferente (pra mais) dos turistas alemães e ingleses do que para os nativos (franceses). Hmmmm... 

- Passou da hora de você ir conferir a exposição individual de Kurt Klagsbrunn no MAR. São oito reais e mais de 200 trabalhos clicados pelo artista desde 39, ano que se radicou aqui no Brasil. Tem meia entrada e as terças a entrada é gratuita.

- "Adeus à linguagem" tem tudo para se transformar no filme do ano. Técnica 3D, Godard e a francesinha Heloíse Godet (foto). Ingredientes para um filme lindo. 


ART SESC

Flamengo
O Rio de Mário, Rubem e João

Textos e Imagens de três feras sob a cidade. Olhar e palavra
Até dia 13 de setembro
Gratuito.

(Mário Lago, Rubem Fonseca e Antônio João)

TRACKLIST

Beat Surrender (The Jam)
Funeral Pyre (The Jam)
Smithers Jones (The Jam)
The Butterfly Collector (The Jam)
Ghosts (The Jam)
Liza Radley (The Jam)


CLIC.