domingo, 17 de janeiro de 2016

Pauta de Hoje: Albert Camus, Alan Rickman (RIP), Frida Kahlo (EXPO), MIS (Museu da Imagem e Som?), Tortoise, Tracks...


TORTOISE

A banda americana de Chicago lança no próximo dia 22 de janeiro mais um álbum... Seu nome é "The Catastrophist". Mega veteranos da cena, esse será o sétimo da carreira (iniciada em 90). Quem assina o lançamento é a Thrill Jockey Records. Ainda estou no aguardo, mas ouvi cinco faixas liberadas pela banda. São elas: "The Catastrophist" (faixa título), "Gesceap", "Ox Duke", "Rock On" (essa tem vocais) e "Yonder Blue" (também com vocais). Essa última tem a participação de Georgia Hubley do Yo La Tengo. Como isso representa um pouco menos da metade do disco (são onze faixas no total) é cedo para tecer alguma crítica, mas todas as faixas são muito boas. Muito. Sobretudo, "Ox Duke" (fiquei maravilhado) e "Yonder Blue". Sensacionais. Promessa de um excelente trabalho. Vamos aguardar...



ALBERT CAMUS

No dia 4 de janeiro de 1960, Albert Camus sofria um terrível acidente de carro e falecia. Ano passado fez 55 anos da morte do escritor. Passamos pelo dia 4 esse mês e mais um ano se completou. Mas, o que afinal Camus nos traz aqui? Bom... Eu diria que o literato cada vez mais se torna atual e obrigatório. Infelizmente... Ao menos pelos motivos que aqui direi... A árdua missão de Sísifo de rolar pedra acima até o topo, e repetir tal movimento quantas vezes fosse. É mais ou menos isso que estamos passando nos dias atuais. Fazendo uma enorme força e perdendo esperança no caminho. Estou errado? Claro que não. Basta observar o que estamos fazendo... É um desalento, uma falta de perspectiva em si e no outro. A maior dificuldade, segundo ele (Camus) era o distante absurdo entre o ser humano se compreender e também compreender o mundo. Não é exatamente o que acontece? Existe diferença nesse mundo que hoje temos e a indignação do francês? Nenhuma. Se você não percebe isso podes ter certeza que já se acomodaste. Lhe garanto. O abismo que construímos entre nós é abissal, mas fingimos não haver. Eu os convido ao simples exercício do isolamento e da observação. Observe o mundo em silêncio. Perceba o cotidiano calado, quieto no canto. Verás que tudo é árduo, ambíguo e tênue. A própria coletividade é ilusória. Obedece a efemeridades mundanas. Não há substância e realidade ali. Pode olhar. Para Albert o ser humano precisava se indignar, se revoltar. E ele não estava falando de violência bruta ou armas. A menção era parar com a mentira. Do dia a dia, de si, do outro. Assumir a sua verdadeira face e interromper essa cadeia de mesmices e bravatas. Atitudes e postura canalhas. Mesmo que, para tal, sigas empurrando a pedra ladeira acima. Não é fácil ser autêntico e honesto, porém é vital. Senão você dança. Sucumbe. Vira normal...

NEWS

- Uma ótima notícia para os cariocas... A partir do dia 26 de janeiro, uma terça-feira, entrará em cartaz a exposição "Frida Kahlo": Conexões entre as mulheres surrealistas no México" na Caixa Cultural... E de graça. Trinta obras da mexicana e mais 14 de artistas conterrâneas da própria. Ficará até dia 27 de março. Mais de dois meses esperando os fãs... Bobeira não ir...


- E, infelizmente, o ator Alan Rickman (foto abaixo) foi outro que veio a óbito nessa semana. Trágica semana, por sinal. Muitos o conhecem pelo seu trabalho em "Harry Potter", mas eu nem vi. Não curto essa película. Alan foi um tremendo ator. De um talento próprio. Eu destacaria, além de suas brilahntes atuações no teatro, três filmes obrigatórios em sua carreira no cinema: "Razão e Sensibilidade", "Robin Hood" e "Gambit". Gosto dele também no ficcional "Dogma" e  em "The Butler". Um talentoso ator. Que pena... RIP.

- Essa semana vi o filme "Sr. Sherlock Holmes" com Ian Mckellen no papel do detetive. Uma produção da BBC direta para a TV. A sinopse é ótima: Holmes, aos 93 anos, aposentado, senil, tentando lembrar de um último caso que o incomoda. Como sua memória está afetada ele tenta descobrir, o que de fato, aconteceu. Watson, seu parceiro, se casou e sumiu. Porém, a trama e roteiro pecaram bastante. Deixou de lado toda astúcia e elaboração para contar de forma mais lúdica e fácil. O Holmes desse filme é mais amável, disponível e gentil. Os fãs (como eu) perceberão que o resultado é de uma película "água com açúcar". E, se tratando de Doyle, isso é um pecado. De qualquer modo, a atuação de Mckellen é notável! Impressionante. Digna de um prêmio. Absurdo. Outro detalhe são as fotografias. Cada uma mais deslumbrante do que a outra. Um cenário fantástico (literalmente). 

- E, no último dia 12 de janeiro, a cidade de Belém, precisamente fez 400 anos de existência. Opa... Gosto muito da cidade, apesar de só ter estado lá muito pequeno com meus pais. Não tenho memória, mas fotos. De lá e do Acre (de onde minha mãe veio...rs). Uma cultura das mais diversas etnias: indígenas, africanas e europeias. Sabores, cheiros, frutas, peixes... Hmmmm... Oxe. Delícia!!!!

MUSEU DA IMAGEM E DO SOM

Bom... Primeiro foi a destruição da boate Help (Copacabana). Um fim na boemia carioca. Ok. Era para a construção de um museu. Bacana. Vamos de cultura. Apesar de que existe muita cultura na noite copacabanense, sobretudo com as meretrizes que haviam. Tudo bem. Mas, essa é outra história. Uma empresa venceu o negócio e faturou a chance de construir ali, na orla, um lugar que faria história da imagem e do som. Era o ano de 2009. Após muito papo e conversa fiada as obras começaram em 2011. Leia bem: 2011. Portanto - pouco mais de quatro anos e meio. A promessa era de entregar tudo legal em dezembro de 2014. Hmmmm... Não ficou pronta. Os moradores cobraram e nada foi feito. Pior: interromperam-na (obra) e segue parada até a presente data. Pensa que acabou? Não. Uma nova licitação, no valor de 35 milhões de reais, será feita SEM prazo de acontecimento. Percebeu? Travou. Um jogo de empurra-empurra e o dinheiro, tempo e paciência indo para o ralo. Então, pegando o nome do tal museu (MIS) temos a seguinte paródia: a imagem falida de um prédio inacabado e o som mudo. Pois não tem mais obra. Sacou a ironia do "projeto"? É isso... Lembram do Museu do Amanhã? Esse é o Museu do "Um dia"... 

LIVRO

"Uma Menina está Perdida no seu Século à Procura do Pai"
Gonçalo M. Tavares
Companhia das Letras
240 páginas

TRACKLIST

Time (David Bowie)
Warszawa (David Bowie)
Fame (David Bowie)
Be my Wife (David Bowie)
Everyone Says Hi (David Bowie)
Rock n Roll Suicide (David Bowie)
Rebel Rebel (David Bowie)


RIP.


Hare.