terça-feira, 18 de outubro de 2016

Pauta de Hoje: "Esse filme eu já vi", Prêmio Jabuti, El Marginal, George Méliès, Disco, News, etc...


DISCOS

Eu citei a Legião Urbana aqui no post anterior e acabei fissurado em lembranças (abaixo segue outra) musicais (sobretudo). Aos amigos que têm memórias musicais: somos iguais. E, nesse aspecto conta muito ter nascido na década de setenta e vivido a seguinte dentro do cenário artístico. Como eu já citei a Plebe, o Fellini (banda), o Picassos Falsos, Paralamas do Sucesso - o IRA! era quem deixava marcas em mim... Assim como a Legião Urbana, cujo começo remetia a juventude, a rebeldia e afins... IRA! sempre puxou temas pertinentes juvenis com um linguajar "rocker"... Só de cara vem-me uma dúzia de canções deles... Edgard Scandurra sabia como falar boa parte do que rolava "nas ruas"... A começar pela faixa "Nas Ruas" do superclássico "Vivendo e Não Aprendendo". Época boa e fértil. "Dias de Luta", "XV anos", "Envelheço na Cidade", "Flores em você" arranharam na minha vitrola. As angústias e sensações que somente jovens daquela idade (e alguns mais velhos) entendiam. "Longe de Tudo", Núcleo Base", Pobre Paulista", "Tolices", "Nasci em 62", "Receita pra se Fazer um Heroi" (tive uma namorada que conheci em razão dessa, acreditem...rs), "Rubro Zorro", "Pegue essa Arma" (Scandurra mudou o começo por parecer muito Duran Duran... Juro), "Cabeças Quentes", "Prisão das Ruas" (putz...) ou "Um dia como Hoje"... É tanta citação que transbordam as histórias. Num tempo em que ouvia-se o disco inteiro. Os dois lados (vinil, né?). "Gritos na Multidão" anunciava Edgard ou Nasi... Fui a dois shows deles... Não pensem que eram somente as meninas que vinham à cabeça. Nada... Os porres com a turma, as festinhas proibidas, as tardes com vinhos vagabundos, as praias em dias nublados (no RJ), a reunião na casa de um para escutar novos sons... Tudo! Aquele puta fora que você tomou numa "Tarde Vazia" e ninguém ligou... Rsrsrsrs... "... E me valeu o diaaaaaa ..." Às vezes não. A galera buscava a mpb também... Chico, Caetano, Gil, os Secos & Molhados, Mutantes, Clube da Esquina, etc... Mas, para a gente que tinha hormônios a mil, era necessário um "punch"... E aí fazia-se obrigatória a presença de uma guitarra e atitude. E, comigo eram os quatro primeiros trabalhos do "IRA!. Eu fiquei encantado com o sotaque paulistano deles... Era um diferencial pra mim. Quase um "Mod"... Ahhhh... As roupas também... Tudo caminhando conforme o rock. Cada um vinha com um jeito, um som, um traje ("... ponho meu capote e está tudo beeeem... Está tudo bem...") ou um estilo. Uau! Revisitei os ditos discos e a cada faixa ia lembrando-me. Depois, não contente, corri paras as entrevistas dos trabalhos. São informações relevantes. Você acaba re-conhecendo a canção. Ver e saber de detalhes de produção e ideia do cara a respeito denota novo alumbramento. Acredite! Eu não sabia os reais motivos para gostar tanto daquele som e sotaque. Eu só sabia que eu curtia demais. E, que sorte a minha de poder expressar (um pouco) de tudo aquilo. Não é nostalgia. É vivenciar a música, de fato. Do show de 81 na PUC de São Paulo a entrega da palheta de Edgard para o meu amigo num sábado vadio... Lá foram-se muitos anos. "Do caraaaaalho". Leve a mal não! 

https://www.youtube.com/watch?v=2luCOZgc8Zk

ESSE FILME EU JÁ VI

Fazendo uma busca pela memória eu me lembro de algumas frases que marcaram minha infância e adolescência... Tudo isso motivado por uma busca numa caixa de sapatos com fotos antigas que fiz no fim de semana. Pois é... A casa dos meus pais sempre foi extremamente cheia: irmãos, primos, tias, etc... Regada a muita música (daí veio todo meu "background" e despertar) e birita. Estilo italiano mesmo. Só que havia outra parte árabe também. Daí vocês podem tirar. Além do tom alto e firme das conversas (às vezes discussões) tinham algumas "sentenças" que se repetiam. No começo - eu ficava puto. Discutia e rebatia feito jovem rebelde que eu era (nunca fui santo mesmo). Em seguida, com o passar dos anos, fui percebendo que o embate só piorava as coisas. Passei a incorporar a ironia ao discurso. Isso deixava os familiares mais putos, porém eu não. Rsrsrsrs... Perfeito! Um clássico na casa era: "Esse filme eu já vi"!!!! Mesmo que fosse inédito, lançado no ano ou coisa assim... Até hoje eu escuto. E, diante da incredulância minha havia a réplica: Léo, esse não é aquele filme com o fulano? No final ele termina com aquela menina... Rsrsrsrs... Isso era sério! Eu ria somente. Devem haver... Sei lá... Uns quatro, cinco milhões de filmes por aí. E eles achavam que estavam atualizados. Na maioria das vezes não tinham visto. Acredite. Mas, tinham dias que eles acertavam. Eu cresci com bastante "bagagem" para escrever. Era só colocar a memória para trabalhar. Fato. Outra boa era quando a gente sentia fome depois das 22, 23 horas... Minha mãe mandava na lata: Vai dormir que o sono alimenta! Uau! Essa eu filtrei e vetei na educação da minha filha. Maldade, né? Nesse instante as pessoas podem pensar: Como era isso? Havia muita firmeza e retidão nas duas famílias. Os patriarcas eram casmurros e rudes. As matriarcas, cozinheiras de mãos cheias, eram donas da cozinha. Ninguém entrava incólume nesse terreno. Machista? Certamente. Mas, a casa não era minha. Agora; tudo isso levou a certas impressões da minha família sobre mim. Como eu sempre escrevi, escutei música, tinha boa oratória e um tom rebelde passaram a me respeitar e acatar minhas sentenças também. Hoje eles me acham o erudito do clã. O sábio da família. Sinceramente, não sei se tenho essa "pecha" toda não, mas eu não ligo. Prefiro achar (e saber) que todos têm um saber "x" e cada um contribui da melhor forma. Pelo menos eu tento. A sabedoria é, antes de tudo, humilde, certo? Uma última que eu ria bastante era: "Ué, não é nada, não é nada, não é porra nenhuma" !!!! Autoria da ala masculina embriagada (se bebia muito) e cercada de risos. Era divertido, no fim das contas. Família! Todos temos uma. 


NEWS


- Foi anunciada uma pequena mudança no clássico "Prêmio Jabuti" (principal honraria literária). Além dos votos de juri teremos, pela primeira vez, o voto popular. A CBL (Câmara Brasileira do Livro) - que premia os escritores juntamente com a Amazon (plataforma) entraram com a ideia de inserir os leitores para votar em tal honraria. Assim, através da plataforma dar-se-á os votos online. Hmmm... Justo.

- Comecei a ver a série argentina "El Marginal" (Marginal) no streaming... A narrativa passa-se numa penitenciária em Buenos Aires. Um policial infiltrado (fato que só é revelado no decorrer da trama) tem uma dura missão lá dentro. O ritmo é bacana. Gosto de diálogos espanhóis (castelhanos). É um policial tradicional e está divertindo... Falarei mais nos próximos posts... Quiserem tentar...


- E, mais uma vez o Depeche Mode acena com um possível show no Brasil. A banda inglesa está com álbum novo (não liberado) e pretende fazer turnê dele. Bom... Começaram os boatos de América do Sul e tal... Claro que sempre se pensa no Brasil. Ok... Mas, essa deve ser a enésima vez que eu escuto isso. Adoraria vê-los, mas só acredito mesmo quando entrarem no palco. Juro. Fica a dica e o resguardo.

- Lembram do mágico e cineasta George Méliès? Autor de "Viagem à Lua"(foto)? Um dos caras mais inventivos do cinema e colaborador de técnicas inovadoras para o mesmo. Pois então... Descobriram na República Tcheca um dos filmes perdidos do mestre. Como o nome estava trocado dentro do Arquivo em Praga nunca se deram conta. Mas, "Match de Prestidigitation" está lá. Um curta bem minúsculo, mas é original. 


TRACKLIST

Just Like Woman (Bob Dylan)
Lay Lady Lay (Bob Dylan)
Ballad of a Thin Man (Bob Dylan)
Highway 61 Revisited (Bob Dylan)
Jokerman (Bob Dylan)
Mr. Tambourine Man (Bob Dylan)


Yeah!